Capítulo 32

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Dulce Maria

Estava custando a acreditar em tudo de bom que tinha acontecido nos últimos dias.

Primeiro foi aquela avalanche e eu pensei que tudo ia desmoronar. Mas então, Christopher se mostrou alguém muito diferente do monstro que pensei que se tornaria caso descobrisse.

Afinal, quais eram as chances dele não me expulsar ou me acusar de arquitetar tudo?

O que ainda me deixava completamente confusa era o objetivo de Alexandra. Eu não tinha perguntado ao Christopher, mas tinha certeza que o motivo dela era muito louco.

Agora eu me sentia ofegante e cansada depois de ter dançando um pouco com Anahí, era um concurso e eu não estava esperando ganhar, até porque não estava em meu melhor momento para dançar, apenas estava feliz por ter feito algo que gosto tanto e ainda porque Christopher parecia ter feito aquilo por mim.

Eu não tinha mais como evitar pensar nele sem suspirar. Era impossível não me sentir apaixonada por alguém que me tratava tão bem.

Anahí se aproximou e me deu uma garrafinha de água.

— Está tudo bem? — ela quis saber, já que eu pedi ajuda para sair da pista. Estava morta de cansada.

— Só uma sensação de peso nas pernas. A barriga já pesa... — Alisei a barriga e bebi alguns goles de água.

— Ainda bem que Christopher parou de te olhar como um obcecado ou teria te colocado nas costas e levado ao hospital igual um homem das cavernas. — Sem conseguir evitar, imaginei a cena. Ri colocando a mão na boca.

— Ele teria feito exatamente isso!

— Ele está muito apaixonado. Tenho certeza que ele se apaixonou primeiro. — Franzi a testa tentando lembrar quando foi que comecei a nutrir sentimentos por ele e não sabia dizer, já que eu morria de medo na maior parte do tempo, o que não dava vazão para sentir outras coisas.

— Eu não saberia te dizer isso! — Ficamos quieta e foi quando Liz mexeu e eu gemi. — Ah, ela eu acho que ela tá pressionando a minha bexiga. Que merda!

Comecei a acariciar a barriga e olhei para minha amiga.

— Eu vou procurar um banheiro. — Anahí olhou para o sorvete e para mim.

— Posso ir com você e esperar do lado de fora. — neguei rindo.

— Não precisa, é logo ali! — Anahí olhou na direção do banheiro.

— Está mesmo bem, não é? — Eu poderia revirar os olhos, mas eu achei bonitinho ela se preocupar.

— Eu estou bem, juro!

— Certo, se demorar vou atrás de você! — ela enfiou outra colher de sorvete na boca e eu levantei para ir ao banheiro.

Não consegui evitar em vasculhar o lugar procurando Christopher. Não demorou muito para que eu o visse conversando com um grupo de homens. Queria que ele olhasse para mim com aqueles olhos intensos. Mas ele parecia bem concentrado.

Assim que encontrei o banheiro descobri que estava interditado.

— Humm. Jura!? — Olhei ao redor massageando o local onde Liz estava, bem que podia mexer para longe da minha bexiga.

Vi que tinham instruções do parque para usar o outro, ficava um pouquinho mais longe.

Por sorte ainda dava para segurar. Andei distraída, aproveitando para ver o palco que em breve teria a apresentação de alguns artistas desconhecidos.

Enfim, cheguei ao banheiro e agradeci aos céus por ele estar funcionando. Quando saí, aproveitei para lavar o rosto e o pescoço que estava vermelho pela dança de poucos minutos e peguei o protetor solar para passar no rosto.

Quando estava me sentindo mais apresentável, andei devagar para onde deixei Anahí.

O lugar estava bem cheio, mas não o suficiente para me deixar em pânico. No entanto...

Olhei para trás, sentindo uma sensação estranha, meu coração deu uma leve cambalhota. Mas me senti uma idiota quando percebi que não tinha ninguém. Engoli em seco e tentei me concentrar em encontrar minha amiga, ao invés de ficar imaginando coisas.

Só que a sensação continuou e eu comecei a ficar nervosa e minhas pernas não estavam colaborando. De repente senti um toque em
meu braço e dei um grito colocando a mão na boca. Quase perdi as pernas e fui amparada por Christopher.

— Dulce, o que foi? — Ele começou a olhar como um gavião para os lados, enquanto eu tentava fazer meu coração entender que estava tudo bem. — Meu amor, você está bem?

Ele soprou meu rosto que estava quente.

— Você me assustou. — Consegui dizer e ele me puxou para um abraço.

— Me desculpa, eu não sabia que estava tão distraída.

— Eu não estava distraída, achei que tinha alguém me seguindo e tinha mesmo — Ele voltou a me encarar preocupado.

— Acho melhor você sentar um pouco.

Ele me puxou para um banco e agachou em minha frente me olhando nos olhos e colocando uma mecha atrás da orelha.

— Melhor? — Dei um sorriso e enfiei meus dedos em seus cabelos, já esquecendo o susto.

— Com você aqui, me sinto ótima. — A cara de fascínio que ele direcionou a mim quase me fez suspirar. — Como está sendo a repercussão do evento?

— Ainda é cedo para dizer, meu anjo! — ele abraçou minha cintura e deu um beijinho na minha barriga. — Mas já fomos chamados para alguns eventos sociais. Isso é bom! — Christopher colocou a orelha na barriga e eu fiquei encantada em como ele não tinha a menor vergonha de fazer aquilo em público. — Filha, hoje não vai mexer pro pai?

Era verdade, hoje Liz estava bem quieta e não era só com o Christopher. Um arrepio de mau presságio apertou meu peito e eu voltei a olhar desconfiada para os lados. Eu devia estar ficando louca.

— Meu amor, por que está tão tensa? — Não tinha notado que tinha descido minhas mãos para os braços dele enquanto encarava ao redor de novo.

— Eu não sei, tenho a impressão de que estou sendo observada. Acho que o lugar aberto está me deixando nervosa. Mas é besteira. — Christopher não pareceu achar besteira e levantou para olhar ao redor. — Christopher...

Meu coração acelerou... Será que ele achava que podia mesmo ter alguém me vigiando? Comecei a mexer nas mãos apreensiva, ele voltou a me encarar e sorriu.

— Não acho que tenha ninguém, mesmo assim, por favor, não fica sozinha de novo, tudo bem? — Ele esfregou meus ombros e beijou minha testa quando me ajudou a me levantar.

— Acha que sua mãe...

— Não, ela não é nem louca de encostar em você. - Senti seus abraços se apertarem ainda mais ao meu redor. — Sou obrigado a ficar pelas próximas duas horas, mas assim que estiver liberado vamos embora... Fique perto do Poncho e meu avô... Promete que não se afastará deles?

— Tudo bem, eu prometo sim! — Christopher me afastou e colocou as mãos em meu rosto.

— Vocês são minha vida agora, Dulce, se alguma coisa acontecer... — ele balançou a cabeça — Eu nunca vou superar, entende? Então se cuida, meu anjo.

— Está tudo bem, não se preocupa, tá! — ele me beijou gentil, mas tinha uma urgência, um peso naquele beijo que eu não sabia explicar, mas estava tão presente que pensei que pudesse pegar em minhas mãos.

— Assim que eu estiver livre vamos embora... Prometo! — Recebi uns beijos estalados no rosto, nariz e boca e dei uma risadinha, mais uma vez esquecendo das preocupações. Christopher tinha um efeito calmante sobre mim que não sabia explicar.

Assim que ele desgrudou seus lábios da minha pele, senti falta da atenção e senti algo diferente referente aquele tipo de contato. Eu queria que ele continuasse me tocando.

Christopher pegou minha mão e beijou os dedos, depois nos guiou até minha amiga e sua família.

A VERDADE OCULTA DO MILIONÁRIOOnde histórias criam vida. Descubra agora