Capítulo 1: O Calor da Cidade

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Mayra sempre soube que precisava de algo mais. Sua vida estava confortável, mas entediante. O cenário era perfeito para escrever seu primeiro romance, mas não havia o fogo, a chama que ela tanto ansiava.
Tinha uma agenda cheia de compromissos e uma mente saturada de ideias para livros que nunca pareciam ou tinha coragem o suficiente para escreve e chegar àquela intensidade que ela tanto buscava. Até que decidiu abandonar tudo, fazer uma pausa e se refugiar em um lugar onde pudesse se perder.

A pequena vila à beira-mar parecia um lugar perfeito para isso. Calma, tranquila e isolada. Mas, logo ao chegar, percebi que algo estava diferente. O calor do verão não era apenas o clima; era palpável. A atmosfera estava carregada de algo que não conseguia identificar. O ar estava quente, denso, como se o desejo pairasse invisível entre as pessoas, esperando ser liberado.

Quando entrei na pousada, fui recebida por uma recepcionista simpática, mas não pude deixar de notar a estranha troca de olhares entre os outros hóspedes. Pareciam que todos estavam presos em um ritmo próprio, como se a tensão no ambiente os mantivesse ligados. Algo estava prestes a acontecer, conseguia sentir.
Sou tirada dos meus pensamentos quando ouso.
Seu quarto está no último andar. Se precisar de algo, é só chamar. A voz da recepcionista foi doce, mas havia algo de enigmático nela.
Agradeci e subi para o quarto, que tinha uma vista espetacular para o mar. As ondas batiam suavemente nas rochas, mas o som parecia abafado pelo calor. Tudo estava mais quente do que deveria.
Após tomar um banho rápido, coloquei um vestido leve e desci para jantar. Ao passar pela área da piscina, seus olhos se encontraram com os de um homem. Ele estava sentado à beira da água, apenas com uma camisa de linho, a brisa balançando seus cabelos. Ele tinha uma aura de mistério, algo perigoso e irresistível. Não conseguia desviar o olhar.
Ele sorriu, um sorriso que parecia saber algo que ela ainda não sabia. Mayra não conseguia se mover, como se algo estivesse a prendendo ali, na beira da piscina. Então, ele se levantou devagar e, com passos lentos, se aproximou.
Você é nova por aqui, não é? - Sua voz era profunda e cálida, como o vento quente que soprava da praia.
Mayra, certo? - Ele sabia seu nome. Como ele sabia meu nome? - pensou.
Sim - respondeu ela, a voz mais baixa do que gostaria, sentindo o calor do corpo dele perto demais.
Eu sou Pietro. Acho que você está procurando por algo... mais. Todos aqui estão. - Ele disse isso de maneira tranquila, mas com uma intensidade nos olhos que me fez sentir o corpo aquecer de uma forma diferente.
Mais? - Ela arqueou a sobrancelha, tentando não demonstrar o quanto sua curiosidade havia sido aguçada.
Sim, mais. Porque não se pode deixar de se entregar ao calor, não é? - Ele olhou para o horizonte, mas sentia que ele estava falando com ela, que ela era a próxima a ser envolvida por algo que estava muito além de qualquer história que ela pudesse escrever.
Eles se entreolharam por um longo momento, a tensão entre eles crescendo a cada segundo. Mayra sabia que não deveria se envolver. Ela estava ali para escrever, para encontrar paz, não para ser arrastada por uma onda de desejo. Mas seu corpo, seu coração e sua mente diziam o contrário. A atração era intensa, como uma força natural.
Eu... acho que sim. - Mayra sussurrou, sem saber ao certo o que estava dizendo ou fazendo, mas sentindo que, de alguma forma, ela já havia se entregado a ele sem dizer uma palavra.
Pietro sorriu de novo, um sorriso quente, que me fez sentir uma onda de calor invadir o corpo.
Seja quente, Mayra. O verão não espera. - disse ele com ar de mistério, me entregando um cartão que tinha o nome da pousada que estava hospedado.

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