16ª Sessão

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Amaury POV

Essa semana foi um inferno.

E eu estou sendo razoável.

Parece que tomar conta dos bebês exigiu muito de Diego, porque ele ficou bem mal na manhã seguinte. Na verdade, ele está com o nariz entupido e a garganta inflamada, mas para Diego isso era equivalente a morrer e cara, eu pensei que eu ficava dengoso quando estava doente, mas Diego com certeza leva o troféu.

Chegou um ponto que eu acredito que eu perguntei se ele queria um pouco de queijo para acompanhar o vinho e tudo o que eu obtive de resposta foi um travesseiro na minha cabeça, além de um olhar fuzilante.

Eu deixei sua casa pra conseguir alguns remédios e alguma erva para fazer chá pra sua garganta. Pela hora que eu voltei, ele me puxou com força, me fazendo deitar com ele e se aconchegando em meu peito. Eu acho que ele pensou que eu não queria ficar próximo dele enquanto estivesse doente ou algo assim, quando eu fui embora. Eu deveria ter dito a ele que eu só ia na farmácia e que voltaria logo, mas eu só saí pela porta quando eu pensei que ele estivesse dormindo e aparentemente ele se desesperou quando acordou e percebeu que eu não estava lá.

Obviamente, foi ótimo eu ter voltado, porque ele não queria ficar sozinho e eu tenho que admitir, um Diego encolhido em cima de mim não é de todo ruim, mesmo que ele esteja cheio de coriza e catarro.

Quando a noite chegou, notei que Diego não estava apenas sendo dengoso. Ele está bem doente de verdade. Só de olhar pra ele me apertava por dentro e me fazia sentir pena dele. Seu nariz estava vermelho, escorrendo, olhos lacrimejados, e sua pele pálida. Ele estava muito dolorido para sequer começar a choramingar e só parecia acabado.

Eu fiz um pouco de sopa pra ele, mas ele mal tomou duas colheradas antes de afastá-la, balançando a cabeça e apontando para sua garganta. Eu voltei à farmácia e comprei uns picolés de cereja, como minha mãe sempre fazia comigo. Ela dizia que era o único jeito de me manter hidratado. Quando eu voltei da farmácia era quase meia-noite, mas Diego estava em sua cama, apenas olhando a Tv com os cobertores até seu queixo e seus lábios franzidos.

— Oi, meu amor, tá melhorando? — perguntei suavemente, me rastejando na cama e oferecendo um picolé vermelho pra ele.

Ele balançou os ombros e olhou fracamente pro picolé.

— Vamos lá, só coma isso e você vai se sentir bem melhor, eu prometo — eu disse pra ele e desembalei, depois entreguei a ele.

Ele mordeu um pedaço e sorriu.

A caixa no freezer não durou a noite toda.

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Na manhã seguinte eu acordei e olhei pra Diego que caiu no sono com um papel colado no nariz. Eu não consegui evitar um sorriso com isso e decidi tirar uma foto para usar contra ele em algum momento. Depois disso, pulei pro chuveiro após tomar algumas vitaminas que a atendente da farmácia me indicou pra evitar que eu me contaminasse também.

Diego estava tossindo seu pulmão pra fora quando eu saí do banheiro e meu coração apertou um pouquinho. Eu estava esperando que ele se sentisse melhor hoje. Suspirando, eu peguei meu celular e me joguei de volta na cama.

— Guê... Guê vozê esdá fazeno? — Diego perguntou, sua voz completamente anasalada.

— Tenho que ligar pro Lennon e dizer que não vai dar pra a gente ir hoje

— Borguê dão?

Eu ri e procurei o contato no meu celular.

— Porque você está muito doente. Não posso deixar você ir pro estúdio assim... Nem mesmo o Bruno pode fazer você parecer saudável.

Smile For The Camera | DimauryOnde histórias criam vida. Descubra agora