Starco: Como É Bom Amar

O Homem de Terno

Estava amanhecendo na cidade. Logo o despertador de Marco tocaria, mas ele já estava acordado. Não conseguira dormir na noite anterior. O moreno estava começando a pensar em ir a um médico para ver se havia algum problema que o impedisse de dormir. Ele tinha sono, mas simplesmente não conseguia adormecer. E, quando finalmente dormia, a sensação era a de que não tinha um bom motivo para abrir os olhos novamente.

Ignorando o sono e seus pensamentos, ele se levantou da cama, pegou uma toalha e foi para o banheiro. Sempre colocava o despertador para tocar meia hora antes do de Star, assim podia usar o banheiro sem que ela reclamasse. Como o despertador não a acordava, ele sempre tinha que ir chamá-la.

Tomou um banho rápido. Estava frio, e ele não queria pegar um resfriado por passar muito tempo ali. Separou suas roupas de sempre, vestiu-se e jogou o pijama em algum canto do quarto. Calçou os sapatos, arrumou o cabelo e, após escovar os dentes, foi até o quarto de Star. Ele abriu a porta e viu que ela ainda dormia profundamente.

Marco se aproximou dela e observou seu rosto por um momento, hesitante. Nunca havia notado como era bela. Ao se aproximar mais, uma aura azul-escura começou a surgir ao redor da loira, o que o assustou, fazendo-o recuar. A aura rapidamente se transformou em uma energia negra, e o corpo de Star começou a flutuar e a se contorcer, como se estivesse em dor.

"Star! Acorda!" Ele agarrou a garota flutuante, balançando-a de um lado para o outro, na esperança de que ela despertasse. Ele a segurou com tanta força que também acabou flutuando junto com ela.

Em meio ao desespero, uma ideia maluca apareceu sua cabeça. Sentia que tinha que beijá-la.

Não fazia ideia de como sabia, mas tinha certeza de que iria funcionar. Apenas parecia fazer sentido. Assim, ele abaixou o rosto, e seus lábios tocaram os dela em um gesto delicado.

Ao fazer isso, a garota parou de se contorcer e a aura negra se dissipou. Os dois caíram juntos na cama de Star.

"H-Hã? O-O que aconteceu?" perguntou ela, confusa.

"O que aconteceu? Você estava se contorcendo e flutuando!" respondeu ele, ainda sem acreditar no que havia visto.

"Eu estava?!"

"Sim!"

O silêncio tomou conta do quarto. Star parecia tentar processar tudo o que acabara de acontecer, enquanto Marco, por dentro, se sentia um pouco aliviado que ela não tivesse notado o beijo.

A loira levantou-se de repente, colocando as mãos na cabeça.

"Isso... não é bom..." murmurou ela, quase para si mesma.

"Como assim?" Marco franziu o cenho e pousou uma mão no ombro dela. "Star, o que diabos foi isso?!"

Marco encarava Star, esperando uma resposta. Ela permanecia em silêncio, com um semblante visivelmente assustado.

"Star!" ele chamou, trazendo-a de volta dos pensamentos que a consumiam.

"O-Oi?" respondeu ela, um pouco perdida.

"Você vai me explicar o que acabou de acontecer aqui?"

A loira hesitou, procurando uma desculpa que pudesse convencê-lo de que tudo aquilo era normal.

"N-Não precisa se preocupar, Marco." Ela tentou desviar.

"Como não me preocupar? Eu vi você flutuando e se contorcendo!" insistiu ele. "Foi quase uma cena de O Exorcista!"

"É... isso é só... algo novo que minha mãe está me ensinando," improvisou Star, um tanto nervosa. "Eu ainda não consigo controlar bem, então, foi isso."