Autobiografia

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Nome: Rogério Denízio Leite

Nasci em São José dos Campos, estado de São Paulo, Brasil, no dia 21 de agosto de 1970. Mas, como gosto de dizer, minha história começa antes mesmo de meu nascimento.

Sou o oitavo e último filho de minha mãe, Maria Benedita da Conceição (25/10/1928 – 17/09/2006), que carinhosamente me chamava de "o raspinha do tacho." Antes de mim, minha mãe teve outros filhos, mas infelizmente, os três primeiros faleceram antes de completar um ano. Os que sobreviveram foram Sérgio, Fátima, Célia, Lúcia e eu.

Quando minha mãe engravidou de mim, ela e meu pai tiveram uma séria briga e acabaram se separando. Ele prometeu à minha mãe que voltaria para me buscar quando eu completasse oito anos. E, de fato, apareceu quando eu tinha essa idade, mas eu não quis vê-lo, e ele foi embora para nunca mais voltar.

Ainda durante a gravidez, minha mãe enfrentou muitas dificuldades. Sem ter para onde ir, acabou morando na rua por um tempo. Quando nasci, foi na casa de uma amiga dela, dona Dircinha, que, generosamente, ofereceu abrigo temporário. Sabendo que não poderia ficar ali por muito tempo, minha mãe começou a trabalhar como lavadeira e passadeira em uma casa de família.

Assim que conseguiu se estabilizar, minha mãe alugou uma pequena casa e buscou meus irmãos para morarmos juntos novamente. Com exceção de minha irmã Fátima, que se casou jovem, e do Sérgio, que também formou sua família, crescemos unidos e em meio a brincadeiras simples, mas que me trazem ótimas recordações: jogávamos bolinha de gude, pião, empinávamos pipas, brincávamos de pega-pega, esconde-esconde, e muito mais.

Desde cedo, comecei a trabalhar para ajudar em casa. Vendia salgadinhos, verduras de porta em porta, engraxava sapatos, carregava compras na feira e até lavava túmulos. Aos quatorze anos, cada moeda que eu ganhava entregava à minha mãe para ela usar da melhor maneira possível.

Foi nessa idade que consegui um emprego vendendo "Mamy," um leite de soja saborizado, e logo depois fui convidado a trabalhar em uma oficina de joias no centro de São José dos Campos. A oficina era de um dos meus clientes, o senhor Bimbo, e comecei lá, aprendendo a profissão. Minha irmã Célia dizia que eu duraria dois meses, mas lá fiquei por quatro anos, tempo em que também comecei a frequentar uma igreja cristã e decidi sair para cumprir uma missão religiosa.

Para isso, pedi ao Bimbo que me demitisse, mas ele sugeriu que eu pedisse a conta, o que significaria perder meus direitos trabalhistas. Mesmo assim, aceitei e segui meu caminho. Depois de dois anos em missão em Curitiba, retornei e Bimbo me readmitiu com o dobro do salário.

Com essa experiência, resolvi abrir minha própria oficina em uma cidade vizinha. Trabalhei lá por oito anos e tive bons momentos, mas, com o tempo, o movimento diminuiu, e encerrei as atividades. Em 2010, comecei a trabalhar como taxista em São José dos Campos.

Nessa jornada, casei-me e fui abençoado com dois filhos: minha filha Rúbia, nascida em 12 de janeiro de 1994, e meu filho Roger, nascido em 22 de outubro de 1996. Eles são, sem dúvida, uma das maiores alegrias da minha vida.

Maria Laura e o Frevo 2T E3Onde histórias criam vida. Descubra agora