Glorious

Prólogo

Não posso dizer que nunca fui uma pessoa sortuda. Para falar a verdade, eu sempre tive a sorte aos meus pés. Eu e ela éramos como aliadas, agindo juntas contra o que fosse.

Eu tinha tudo sob controle. Consegui resolver inúmeros problemas em minha vida tão rápido quanto vieram. Era como se eu fosse uma pessoa inabalável, inquebrável. E por mais que fosse egocêntrico dizer isso, uma parte de mim acreditava nisso. Meus dezessete anos de pura convivência com essa teoria comprovaram essa tese.

Ou, pelo menos, eu achava isso.

Todas as certezas em minha vida foram abaladas como se um furacão tivesse bagunçado elas. O que me faria perder a cabeça tão loucamente assim?

No começo, eu havia ignorado totalmente a presença dele. Socialmente falando, o cara não passava de um pária. Toda a vez em que ele era visto, estava junto de seu melhor amigo, Ian, e todos que tentaram falar com ele falharam miseravelmente. Ao menos, era o que diziam.

Eu não achava que chegava ao caso, mas nunca tentei comprovar se isso era ou não verdade. Como eu disse, não tinha muito interesse no assunto.

Nome e sobrenome?

Cameron Jones.

A descrição de irresistível para ele chagava a ser pouco. Cinco minutos olhando para ele era como ficar admirando alguém de outro planeta. Ele tinha o corte de cabelo exato para o rosto perfeito e os olhos... ah, os olhos.... Eram a coisa mais bonita que eu já havia visto; O tom mais perfeito de azul que alguém poderia ter.

Mas Cameron Jones era... Argh, a pessoa mais desagradável de todas. Era difícil dizer quando ele não era visto por aí, irritado. Acho que ele estava sempre irritado. O tipo de encrenqueiro que eu adorava me manter longe. Fiquei a maior parte do tempo grata por nunca ter sido um dos alvos dele.

E foi exatamente aí que a minha sorte começou a mudar.

Jones conseguiu abalar todas as minhas estruturas. O escudo inquebrável que eu havia posto em volta de mim mesma... já não estava mais lá, e eu duvidava que poderia recuperá-lo, assim como minha própria sanidade.

Cameron Jones foi, precisamente, o melhor erro que eu já cometi em toda a minha vida. E eu não sabia se havia gostado disso.

Eu só não esperava que ele não conquistasse, também, o meu coração. Porque, se tinha algo que eu ia não permitir, era cair nos braços de alguém tão antagônico a mim.

Ou, pelo menos, eu não desistiria sem tentar.