Rhaenyra
Eu estava a caminho da praia, o som de meus passos rápidos ecoando pela pedra fria, com Daemon logo atrás de mim. Ele não disse uma palavra, mas sua presença era como uma sombra constante, sempre à espera de ação. Ele sabia, como eu, que o que quer que estivesse vindo para Dragonstone era uma ameaça, e estávamos prestes a enfrentá-la de frente.
Os ventos fortes da costa batiam contra meus cabelos, como se quisessem me afastar do que estava por vir. A tensão no ar era palpável. Cada passo que dávamos parecia aumentar o peso da nossa missão. Daemon estava mais tranquilo do que eu, seus olhos alertas, mas sem a pressão da angústia que eu sentia.
— Os dragões estão atrás de nós, minha rainha — Daemon disse, com uma calma irritante. Ele parecia pronto, como sempre. Não havia temor em sua postura, só determinação. — Eles virão quando necessário.
O dragão de Daemon, Caraxes, e meu próprio dragão, Syrax, estavam nos acompanhando de longe, voando em círculos. Eu não sabia o que estava acontecendo. Um dragão desconhecido tinha pousado, e o que eu temia era que algo estava sendo escondido de nós. A percepção de que minha mente não conseguia mais distinguir o que era real e o que era apenas uma dor em minha cabeça me consumia.
A praia estava deserta, só o som do mar batendo contra as rochas se fazendo presente. Então, o que parecia ser uma sombra de noite deslizou à nossa frente. O dragão, maior do que Vhagar, seus escamas negras como a noite, cobertas de uma aura sombria, estava pousado na areia. Ele abaixava sua cabeça com cautela, como se sentisse algo que ninguém mais sentia.
Eu parei de repente. Algo não estava certo. O ar parecia congelar ao nosso redor, e o vento que antes estava forte, agora estava imóvel. Daemon, que estava mais perto do dragão, não parecia surpreso, mas sua expressão estava difícil de ler.
— Quem é ele?— perguntei, minha voz quase saindo como um sussurro, minha garganta apertada pela confusão e pela incerteza.
— Não sei — respondeu Daemon, com um tom grave, mas a familiaridade em sua voz me fez questionar suas palavras. Ele também parecia cauteloso. — Mas ele não é um inimigo. Não ainda.
O dragão abaixou suas enormes asas, criando uma sombra imensa sobre nós. Seus olhos brilharam com um tom vermelho, como fogo e sangue, observando-nos com uma calma inquietante, como se soubesse algo que nós ainda não entendíamos.
Foi quando eu o vi.
Meu doce garoto,
Eu corri para ele, sem saber como, sem pensar em mais nada além de vê-lo, tocá-lo, confirmar que ele realmente estava ali. Quando o alcancei, ele olhou para mim com uma expressão perplexa, mas foi o dragão que me surpreendeu. Ele abaixou suas enormes asas, como se estivesse protegendo Lucerys de algo, de mim, ou do que fosse que eu estivesse sentindo. Eu olhei para Lucerys, as palavras ainda presas na garganta, e um peso imenso se formou em meu peito. O alívio de vê-lo ali, vivo, estava se dissipando, substituído por uma onda de perguntas que eu mal conseguia articular. Aquele dragão, aquela criatura colossal e misteriosa, só aumentava minha inquietação. Como ele tinha chegado até ele? Por que estava tão ligado a Lucerys? Eu precisava de respostas, mas antes, havia algo mais que eu precisava perguntar.
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A SEMENTE DE DRAGAO | LUCERYS VELARYON
Fanfic𝕬 𝕾𝖊𝖒𝖊𝖓𝖙𝖊 𝖉𝖊 𝕯𝖗𝖆𝖌𝖆̃𝖔 | John, o garoto capaz de se transformar em um dragão negro, e Lucerys Velaryon , herdeiro de um legado manchado por sangue, enfrentam um destino incerto. Unidos por amor e divididos por escolhas, eles precisam d...