BONNIE

4°

                                   Bento Lemos

Moro nesse pedaço de terra desde os trinta anos com minha falecida esposa, ela morreu de tuberculose a maldita doença a levou de mim, me deixando com nossa pequena Bonnie, foi um momento difícil pra mim, eu num tinha nenhum conhecimento pra cuidar dela, eu ajudava minha Muié sim, mas passava o dia inteiro na roça para lhes dar sustento, passava o dia inteiro nas plantações e arrancando tocos nas broca.
É uma vida sofrida, mas ficava feliz de ao chegar em casa e encontrar os meus amores, lembro que era recebido por beijos da parte delas era uma alegria só, quando a doença a levou sofri muito mas não podia deixar de trabalhar na roça pois eu precisava dar o sustento de cada dia pra Bonnie, a minha sorte foi que a dona Maria me ajudou em sua criação, essa véia é uma benção em nossas vidas, ensinou a ela tudo o que eu num podia ensinar já que necessitava de uma figura materna pra isso.
A minha preocupação de hoje é essa maldita terra, que a qualquer momento nós corremos o risco de ser retirado dela, fico preocupado pois como irei conseguir manter eu e a Bonnie sem o nosso lar, nós tiramos o sustento dessa terrinha com as plantações de milho que planto, arroz, feijão, macaxeira, batata, frutas com goiaba, acerola, laranja, morango, eu planto, ela faz bolos e vende na feira, mim ajuda que só essa menina, é uma benção. Tiro também leite da vaca Amora e da Acerola os nomes foram dados pela Bonnie ela inventa cada uma, tem também o nosso cachorro caramelo Biu e um cavalo que deu o nome de Bunny pois cuidou o bixin que estava quase morrendo solto por aí, lembro que ela o trouxe pra cá, e cuidou do mesmo com muito amor, eu disse que ele não tinha muita chance mas ela bateu o pé no chão e disse que ele iria sobreviver e foi dito e feito.
Corre por toda a parte, igual um doido, mas esbanja saúde pra dar e vender, ele é muito apegado a ela, vendemos ovos também das galinhas daqui.
Mas a conversa que tive com o dono da fazenda que faz fronteira com esse pedaço de terra, quer tomar nossa terrinha e ele já a comprou, negociou com o prefeito daqui e o mesmo vendeu. Então minha preocupação de sermos despejados é mais que certa.
_ Oh painho o que aquele lá queria em?_ perguntou ao entrar depois que ele saiu.
_ Bonnie querida, aquele Prefeito de uma figa vendeu nossas terras, mesmo sabendo que eu tinha a escritura daqui, aquele satanás vendeu nossas pequena terrinha minha fia_ falei desolado
_ Oh painho, o que vamos fazer em? Pra onde vamos esse é o nosso lar, e não me vejo sem ele, num podemos fazer nada ?
_ Ah minha fia_falei, com preocupação, mas me lembrei do que o Henrique disse.
_ Tem que ter algo que possamos fazer painho _ falou preocupado se sentando ao meu lado.
_ O Henrique veio me dizer que ele já comprou as terras, que é dele, mas parece que ele se interessou por ti, minha fia, pois disse que me daria as terras e passaria elas para meu nome se você aceitasse se casar com ele, o que achei um absurdo minha menina e levantei logo a voz pro mesmo.
_ Oh painho é nossas terrinhas a lembrança que mainha deixou, se para ter elas eu caso com ele sim _ falou .
_ Mas num é certo minha fia_ falei ainda desolado.
_ E vamos pra onde meu pai?  Num temos pra onde ir, e o senhor já estar envelhecendo de tanto trabalhar_ falou com preocupação olhando pra mim.
_ Não sei querida irei pensar em algo, mas ele disse que voltaria aqui em busca de resposta, não me pareceu um homem ruim sabe, foi respeitoso e entendeu o meu lado quando disse que os papéis dessa terra tinham se perdido, ficou furioso porque o prefeito disse que as terras estava desocupadas._ falei
_ Tudo bem meu pai eu me caso, mas ele terá que oficializar nosso noivado pois sou moça de respeito visse?_ falou me olhando com carinho.
_ Oh minha menina já é uma linda mulher cresceu tanto, você se parece comigo e com sua mãe, minha linda menina é uma linda mulher _ falei com olhos lacrimejando.
_ Oh painho _ se levantou e me abraçou deixando um beijo em minha bochecha.
_ Vai dar tudo certo tá bom._ falou.