Prᥱ᥉ᥱᥒtᥱ dᥱι᥊ᥲd᥆ ᥲ᥆᥉ ρᥲ́᥉᥉ᥲr᥆᥉

2 1 2
                                    

{1978}


Era uma manhã daquelas em que o Sol raia para um pouco além das colinas, recobertas por margaridas de botões dourados,onde os pássaros já se dependuram nas galhas das árvores do pomar em procura de alimentos para abrir o dia,antes de explorar o céu e espalhar seu canto aos fazendeiros nas plantações e as vacas a pastar após a ordenha matinal.Foi um dia talvez como qualquer outro que pudessem eventualmente repetir,assim sempre era.Mas,ao dizer que era,refiro a antes daquela manhã em específico,quando o rumo da rotina teria uma brusca mudança por circunstâncias não previstas antes,mesmo após a mais recente notícia em uma das páginas do jornal vespertino.Eis qual era ela:

(Desaparecimento de jovem intriga autoridades e preocupa família)

Na última quarta,19 de abril;uma jovem,identificada pelo nome de Miranda Russell,desapareceu sem procedentes ao sair para um passeio diurno junto de sua amiga,identificada como Layla Hopkins.Layla não soube fornecer informações que pudessem vir a expor um provável suspeito,visto que ambas se separaram em determinado ponto do trajeto de retorno,seguindo seus devidos caminhos para casa.Ainda não se tem notícias,ou ao menos pistas,o que por si só vem intrigando as autoridades desempenhadas nas buscas por essa jovem de 17 anos.A família apela para possíveis informações que sejam úteis.
Não tenha medo!Sua identidade será mantida em pleno sigilo do conhecimento público,mas,por favor, se for de sua capacidade fornecer qualquer pista mínima que seja,o faça. Ajude a essa família de coração inquieto.

Informações de identificação:Moça alta,magra,de cabelos ruivos,olhos verdes e pele morena.Vestia um conjunto amarelo de estampa floral no dia de seu desaparecimento.

°Caso obtenha informações,entrar em contato com a família ou diretamente com a delegacia local ou departamento de investigações de sua região.

(Números de referência da família e autoridades)

Aquele sujeito,um homem simples a viver na casa de madeira,vestido com suas roupas de trabalho,já guiava com o cajado seu numeroso rebanho de ovelhas,todas com os sininhos de identificação tilintando ao pescoço, agora de pelos podados para a temporada de primavera.Ao entorno,com latidos estrondosos,a compostura inabalável,um border collie de pelagem mesclada,atendendo pela nomeação de sua coleira:Xerife.
O homem vinha subindo em espaçadas de tempo para descansar e recuperar um pouco de fôlego,já estava ficando velho,apesar de ainda tão jovem em sua mente e até mesmo corpo.Apenas um pouco magro,o chapéu de palha bem preso à cabeça de cabelos sapecados e ainda muito abundantes,
protegendo a face corada da brisa fria de um amanhecer,mas já seguido pelo vapor dos raios da estação.

  —Ei,Xerife!Espere este velho,ele já não tem mais o mesmo expediente de antes.


O cão latiu como se retornasse uma resposta ao apelo de seu tutor.As ovelhas se dispersaram em seus próprios conjuntos grupais,dentre as prenhas,as de cordeiros,e o restante de suas próprias categorias.No porém,ao alcançar o topo de seus destinos na colina,onde a neve ainda escorria aos poucos até se tornar água de novo, Xerife farejou um odor familiar,vindo já dá outra parte da colina,onde uma cerca de madeira e arame farpado os separava de um terreno de vegetação mais expessa,onde raízes envolviam as árvores e a grama crescia alta entre flores silvestres.Não era como o odor de animais dos quais ele se recordava, tal como um lobo ou raposa,ou até mesmo um coelho;este era mais forte, mais marcante e enjoativo.Seu tutor pareceu sentir o mesmo,pois,ao se sentar em seu lado,na grama,apesar desta estar molhada;torceu o nariz em uma careta de declarado desgosto,se tornando a virar para todos os lados na busca do possível causador de tamanho fedor pútrido.Suas ovelhas estavam bem contadas,como sempre,e,ainda sim, nem aproximadamente aquelo cheiro seria parecido ao de um animal,pareceu pior,bem pior.Algo nisto o causou certo calafrio,tal como aquele que nos pressente um ato que causará choque,terror ou espanto.Se recordou da garota citada no jornal algum tempo atrás.Não houve alguém que ofereceria pistas,nem por isto elas se reteram por temer,mas sim por realmente não terem qualquer conhecimento sobre.Foi como se ela houvesse caído para dentro de um buraco negro ao mais simples tropeço.
O fazendeiro tentou dialogar,mas o cão desembocou ladeira abaixo,farejando contra a terra o produtor daquele cheiro terrível,tal como qualquer animal de seu tipo.O homem o seguiu, apesar de lento e cuidadoso,traçando a trilha estreita que o levaria com maior segurança até lá embaixo.Ele tapou o nariz,apertou-o entre os dois dedos e respirou pela boca,mas ainda sim pareceu que aquilo se impregnava no interior dele antes mesmo dele poder impedir.Houve silêncio então,e ambos,agora unidos,estreitaram pela cerca,e pularam para o outro lado, cautelosos.Seu cajado abriu caminho sob folhas e restos vegetais na terra úmida,as mãos tremendo com o nervosismo e enjôo que cresciam no seu baixo ventre.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: 5 days ago ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

𖢘 O tᥲ᥊ιdᥱr꧑ι᥉tᥲ 𖢘Onde histórias criam vida. Descubra agora