Eu sempre fui uma pessoa crédula.
Acredito, por exemplo, que beber depois de um dia ruim é a solução de todos os problemas.
Acredito que dias ensolarados são melhores do que os dias nublados e que a chuva é um castigo assustador projetado por Deus...
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Estou no banheiro, secando meu cabelo depois de tomar banho, quando escuto os miados de Lily no quarto.
Franzo o cenho, porque ela não costuma ser muito agitada, ao menos não sem motivo.
Me pergunto se a tempestade lá fora é a deixa pra toda essa agitação , normalmente isso não lhe incomoda, mas talvez o fato de estar trovejando tanto a deixe inquieta.
Saio do banheiro com a toalha em meu pescoço e encontro minha gata olhando fixamente para a porta.
As batidas apressadas nela me fazem abri-la, dando de cara com uma Jennie ansiosa.
Jennie?
Pisco surpresa.
— Aconteceu alguma… Ela me abraça e perco o ar. A frase morre em meus lábios antes mesmo de eu concluí-la.
Seus braços realmente passam em volta da minha cintura e seu corpo fica colado no meu. Jennie esconde seu rosto em meu peito e por alguns segundos, não consigo reagir.
Lily também não.
Até mesmo minha gata para de miar e olha para mim, totalmente imóvel.
Engulo em seco e por instinto, passo meus braços ao seu redor. Ela me aperta com força, tanta que sinto falta de ar, mas não a afasto.
Na verdade, faço o mesmo com ela.
Segurando seu corpo como se ele estivesse se dissipando diante de mim e eu tentasse a todo custo mantê-la comigo.
Jennie treme de tal forma que fico com medo dela ter uma convulsão na minha frente. Sinto a blusa em meu corpo ficar molhada e escuto um cantarolar vindo dela, quase como se ela estivesse cantando.
O que aconteceu?
Dou um passo para trás, puxando-a comigo, e seus dedos se agarram no tecido da minha roupa. Ela parece apavorada com a mera ideia de ficar sozinha.
