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O campo de treinamento do Barcelona femení  estava vibrante naquela manhã. O clima era de excitação, já que uma nova jogadora havia se juntado ao time. Alexia Putellas, capitã da equipe, estava concentrada nos exercícios de aquecimento, mas não podia deixar de notar o burburinho crescente ao redor de Emma Turner.

Com apenas 21 anos, Emma era uma das promessas mais brilhantes do futebol mundial. Sua transferência do Arsenal para o Barcelona foi a principal notícia do mercado de futebol feminino, e ela havia sido contratada para substituir Ingrid, que, devido à sua gravidez de gêmeos, estava temporariamente afastada do time e integrando a comissão técnica.

Alexia observava Emma com um olhar atento. Ela sabia que substituir Ingrid não seria uma tarefa fácil, mas, ao que parecia, Emma estava pronta para o desafio. A jovem inglesa era volante, e sua habilidade para distribuir o jogo rapidamente a tornava uma peça-chave na construção de jogadas ofensivas e defensivas.

— Parece que nossa nova companheira é boa mesmo, hein? — comentou Mapi León ao lado de Alexia, sorrindo ao observar Emma no campo.

Mapi estava firme em sua rotina de treinos, mantendo seu alto nível de desempenho. Ela sabia que precisaria parar de jogar apenas quando se aproximasse do final da temporada, mas, por enquanto, estava completamente focada no time. Ingrid, por outro lado, estava agora dedicada à comissão técnica, após se afastar dos gramados para se preparar para a chegada dos gêmeos.

— Sem dúvida. Ela tem muito potencial — respondeu Alexia, com um sorriso profissional, mas um olhar que não escondia a curiosidade sobre a nova integrante do time.

O treinador chamou todas as jogadoras para uma reunião no centro do campo, e Emma foi oficialmente apresentada à equipe. A recepção foi calorosa, mas Alexia não pôde deixar de sentir um leve nervosismo. Ela estava acostumada a ser a estrela do time, a líder que todos seguiam, e agora Emma surgia como uma grande promessa, alguém que traria um novo ritmo à equipe.

— Pessoal, essa é Emma Turner, nossa nova volante. Ela vem do Arsenal, e estamos muito animados com a sua chegada. Que ela ajude o Barça alcançar novos altos — disse o treinador, com um sorriso. — Vamos dar as boas-vindas a ela.

Alexia e as outras jogadoras bateram palmas, mas foi Mapi quem se destacou ao fazer uma pequena piada para quebrar o gelo.

— Cuidado, Alexia, alguém pode roubar sua posição de liderança no time — brincou Mapi, olhando para a capitã com um sorriso travesso.

Alexia deu uma risada leve, mas sua mente estava a mil. Ela sabia que sua posição no time estava segura, mas havia algo em Emma que a fazia questionar tudo. O jeito como ela se movia, sua confiança, sua visão de jogo... parecia que ela tinha o que era preciso para ser uma grande jogadora.

O treino seguiu, e a cada passe, a cada jogada, Emma provava sua capacidade. Ela se posicionava com perfeição no meio-campo, distribuía passes precisos e mostrou uma leitura de jogo impressionante. Alexia, sempre atenta, observava Emma com admiração e uma pontinha de preocupação.

— Não sei se vou conseguir acompanhar o ritmo dessa nova geração — comentou Alexia para Mapi, em tom brincalhão.

Mapi riu, balançando a cabeça. — Você não vai perder seu posto assim tão fácil, Alexia. Mas é bom ter alguém que nos desafie, não é?

Alexia fez uma pausa antes de responder, sentindo a pressão de ser constantemente a referência do time. Mas com Emma, as coisas poderiam ser diferentes.

— Com certeza. Vamos ver o que ela tem a oferecer.

Após o treino, as jogadoras se dirigiram ao vestiário. Emma, ainda suada e com um sorriso de satisfação, se aproximou de Alexia.

— Eu sei que tenho muito a aprender, mas o treino foi bom para mim. Obrigada por me receber tão bem, Alexia — disse Emma, com um tom de gratidão.

Alexia olhou para ela, com um sorriso suave. — Não foi nada. Você tem tudo o que é necessário para se integrar ao time. Só não me deixe para trás — disse ela, com um sorriso ligeiramente provocador.

Emma sorriu de volta, sentindo a química entre elas. — Não vou deixar, capitã. Vou fazer o meu melhor.

Alexia olhou para ela por um momento, algo em seu olhar que sugeria uma conexão que ela não sabia explicar. O que poderia ser? Talvez fosse apenas a sensação de que Emma era mais do que uma simples jogadora. Ela tinha algo de diferente, algo que, de alguma forma, mexia com Alexia.

Enquanto isso, à beira do campo, Ingrid observava o treino com atenção. Ela estava afastada dos campos devido à gravidez e se dedicava integralmente à comissão técnica. Embora sentisse falta de jogar, Ingrid estava contente com essa nova fase de sua vida, sabendo que poderia contribuir para o sucesso do time de outras maneiras.

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