Eu sempre fui uma pessoa crédula.
Acredito, por exemplo, que beber depois de um dia ruim é a solução de todos os problemas.
Acredito que dias ensolarados são melhores do que os dias nublados e que a chuva é um castigo assustador projetado por Deus...
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Jennie levou bem a sério quando falei “cedo” na noite passada. Às cinco da manhã ela já estava de pé, como se fosse um despertador ambulante e soubesse exatamente o momento em que o Sol começa a nascer.
Tenho o costume de sempre levantar às seis e meia. Claro que há dias em que preciso acordar mais cedo, mas hoje não era um desses. E, ainda assim, ela me chamou no instante que o primeiro raio solar se aproximou do céu.
E como se não bastasse isso, ela acordou com a animação de um pica-pau possuído, enquanto eu estava o próprio bicho-preguiça. Não que alguém possa me culpar, dormi dentro de uma banheira quando sempre fui acostumada com uma king size macia.
Eu acordei completamente destruída.
E até agora me pergunto como ela estava tão animada, e ainda está, se dormimos em um lugar tão desconfortável.
Acho que esse é um mistério que nunca irei desvendar.
Na minha cabeça, as únicas alternativas que fazem sentido são: ela é louca e não sente dor ou me deixou sozinho na banheira enquanto aproveitava minha cama só para si.
Olho em sua direção, Jennie não parece o tipo de pessoa que faria isso, certo? Seu sorriso largo se expande ainda mais quando a aeromoça se aproxima, lhe entregando sua bebida, e percebo que sim.
Ela faria e ainda dividiria meu travesseiro de penas com a Lily.
No entanto, só não acho que esse foi o caso, porque a cama estava perfeitamente arrumada, do jeito que deixei antes de tudo aquilo acontecer. O que significa que resta apenas uma opção e ela é louca mesmo.
Mas isso é algo que eu sempre soube. Desde o começo, quando a vi abaixada com a faca e a encarei horrorizada ou quando ela estava pendurada na minha janela, percebi que Kim Jennie não era muito normal.
