capítulo 17: Segredos

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Penélope, com o coração disparado e a mente ainda girando com as palavras de Marina, tomou um passo à frente, seu olhar fixo na mulher que estava diante dela. A raiva queimava em seu peito, mas havia também uma sensação crescente de traição e insegurança.

— O que você está fazendo aqui, Marina? — Penélope perguntou novamente com a voz firme, mas com uma tensão palpável em cada palavra. Ela não conseguia entender o motivo pelo qual Marina, depois de tantos anos, apareceria agora, na casa deles, revelando algo tão devastador.

Marina apenas sorriu de forma fria e arrogante, claramente divertindo-se com a situação.

— Ah, Penélope... Eu estou aqui porque Colin ainda não sabe da verdade, e eu não poderia deixar isso passar, não é? — Ela fez uma pausa, olhando Colin com um brilho provocador nos olhos. — Mas, claro, talvez você já saiba. Ele nunca foi muito bom em esconder suas intenções, e, pelo que vejo, ele tem a tendência de manter segredos.

Penélope sentiu a raiva se intensificar com cada palavra, mas também uma dor profunda. Ela não podia acreditar no que estava ouvindo. A mulher diante dela estava insinuando que Colin sabia? Que ele havia escondido a verdade dela?

— Você está mentindo! — Penélope disse, mas a convicção em sua voz estava diminuindo. A sensação de traição se espalhava como veneno, e ela se sentiu perdida.

Marina apenas balançou a cabeça, mantendo aquele sorriso de superioridade.

— Não estou mentindo, Penélope. Você pode não querer acreditar, mas essa é a verdade. E logo Colin vai perceber que não tem como fugir disso. — Ela deu um passo à frente, olhando para Colin com uma expressão enigmática. — E você, Colin... Vai ter que encarar a realidade, um dia. E se quiser ser parte da vida deles, vai ter que tomar algumas decisões.

Colin ficou parado, em silêncio, completamente em choque. Ele olhou para Penélope, buscando algo em seu olhar que pudesse explicar tudo, mas o que ele viu era uma mistura de dor e descrença. Ela não parecia mais a mesma. Ela parecia… distante.
Marina, com seu sorriso de canto, observava Penélope de cima a baixo, analisando cada reação dela. A frieza que exibia só parecia aumentar a tensão no ar. Ela caminhava pela sala com passos calculados, como se estivesse testando os limites de Penélope, que, apesar da dor, mantinha a postura firme.

— Você finalmente ficou mais bonita, Penélope — Marina disse, com um tom de ironia. — Está mais elegante, mais… sofisticada. Com certeza, deve ter sido alguma estratégia para manter o interesse de Colin. Ou, quem sabe, foi um plano da sua mãe. Fiquei curiosa para saber como foi que você conseguiu, afinal. Não imagino que você tenha sido a primeira opção dele, não é mesmo?

Penélope sentiu a raiva começando a ferver, mas se recusou a demonstrar fraqueza. Seus olhos estavam fixos em Marina, e, apesar de toda a dor, ela sabia que tinha que se manter firme. A mulher à sua frente não era mais a jovem doce e ingênua que ela havia sido anos atrás. Agora, ela estava adulta, cheia de certezas e disposta a enfrentar qualquer mentira que fosse jogada em sua direção.

— Eu sei que você está mentindo, Marina — Penélope disse, sua voz firme, sem trêmula. — Sobre os gêmeos, sobre tudo. Não importa o que você diga ou tente manipular, a verdade é que Philip Crane jamais assumiria como seus filhos se não fosse do irmão falecido ou dele mesmo. Você não pode enganar a todos, muito menos a mim. Eu vejo o jogo que está tentando fazer aqui.

Marina, por um momento, ficou sem palavras. Ela tentava mascarar sua surpresa com um sorriso cínico, mas a firmeza de Penélope parecia tê-la afetado. Penélope sabia que não era fácil para Marina encarar a verdade, principalmente porque ela estava acostumada a manipular os outros.

A última chance (Oneshot Polin) Onde histórias criam vida. Descubra agora