Pauneiro - As vezes o passado machuca

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Pedido de Asi_belly <3

¡Angst!

(Lembrando que eu dei uma leve pesquisada sobre a história do Sp e no final, eu entendi quase porra nenhuma, então eu vou inventar tudo e fingir que não são meus hc's 😀👍)

Ele sempre foi muito fechado, e nunca entendi isso ao certo.

Dês que eu me lembre, o Vicente, agora São Paulo era meio excluído, era como se ele não tivesse muito valor entre os outros, ele andava muito com a Capixaba, a dupla dos esquecidos, esse foi o apelido que eles receberam na época.

Quando o ouro começou a ser negociado e muitos tinham interesse, o Vicente pensou em uma forma de burlar os impostos, uma explicação meio boba mas, eles tavam fazendo tráfico ilegal.

Iam por suas terras com o outro escondido, muitos compravam sua liberdade, e ele avisava quando a fiscalização passava, para que todos se escondessem e escondessem o ouro.

Eu nunca tinha falado muito com ele, a única que realmente conversava era a Capixaba, o que era até irônico, ela era doce e Vicente parecia ser rude e amargo, não que o Luís e a Baía fossem diferentes, mas isso é história para outro dia.

Depois de um tempo, eu vi Minas conversado com Vicente, eles estavam bem próximos, ele e o Luís gostavam de espantar portugueses e assusta-los, então também eram próximos, a Baía falava com todo mundo, ela era a mãezona, então eu também já vi muitas vezes ela limpando e enfatizando machucados dele. Ele brigava muito.

Uma vez, Portugal levou quase todo mundo para explorar alguns lugares, geralmente ele nunca convidava a Capixaba ou o Vicente, mas dessa vez, ele convidou a menina, e eu fiquei, ele disse que alguém tinha que ficar de olho no Vicente.

Quando eu fui tentar falar com ele, tive um choque de realidade, ele tinha uma voz doce e era bem tímido, eu perguntei se podia ler com ele, e ele deixou, mas ele tava todo encolhido enquando eu lia minha parte, mesmo com a franja tapando metade do rosto, eu podia ver ele inteiro envergonhado.

Sinceramente eu tinha uma boa relação com ele depois de um tempo, mas... As coisas mudaram, depois da independência foi como se ele não fosse mais a mesma pessoa, não consigo explicar.

Ele começou a ser mais isolado, rude, amargo e insensível, eu não sei ao certo o que aconteceu, eu só sei que ele teve algumas brigas com o Minas e depois de um tempo teve alguma guerra lá no estado.

Não lembro de foi uma guerra civil ou outra coisa, mas eu sei que depois de um tempo, ele não tinha apoio de mais nenhum estado. Eu acho, que eu meio que entendo essa dor dele de ser abandonado.

Quando eu era mais novo, ainda capital, eu dava muitas ideias, mas já que ninguém apoiava, eu me sentia um inútil, eles sempre gloriavam as idéias de Lisboa, e as minhas eram como lixo.

Hoje eu entendo porque eles não aceitavam as minhas e sim a dele, por causa que ambas eram horríveis, e eles conseguiam resistir as minhas ideias teimosas e horríveis.

Eu nunca tive muito contato com a minha capital, mas ela sempre foi amigona das capitais paulistas, eu já estou mais próximo dela, aparentemente eu fui meio ausente e ela considera as capitais tipo uns irmãos mais velhos.

Me sinto meio mau pelo tanto que eu falhei com ela, mas fazer o que, eu preciso recompensar hoje em dia, mas voltando.

Me contaram sobre os vários problemas que ele tinha mais escondia, por exemplo, tinha uns "mais leves" como, baixa autoestima, ansiedade, depressão. Mas isso já sempre me deixou bem preucopado.

Hoje em dia ele tem uma autoestima melhorzinha, e eu faço questão de ficar mimando ele e lembrando ele sobre isso, do quão lindo e maravilhoso ele é, ele fica todo tímido mas eu sei que ele gosta.

— Sampa cheguei. — Avisei colocando as sacolas na mesa, tirando os sapatos e trancando a porta, se eu entrasse com os sapatos sujos eu morria, de preferência, o paulista é obsecado com limpeza, tirando o quarto e o escritório, lá é podre, eu que tenho que arrumar o quarto e o escritório.

— Cê pegou muita chuva? — Perguntou lavando a mão na pia da cozinha.

— Peguei sim, puta chuva, me molhei todo. — Sp tacou uma toalha na cabeça do carioca.

— Se seca logo, não quero ver ninguém doente.

— Beleza ou senhor protetor. — Ri secando-me. — Tá fazendo o que?

— Coxinha, é uma das únicas coisas que eu sei fazer. — Explicou abrindo a geladeira pegando a jarra d'água.

— Uhu vamo te coxinha de janta. — Comemorou tirando o casaco, olhando para a janela, vendo o céu escuro.

— Falta só fritar. — Pegou uma panela, enchendo de óleo.

— Quer que eu frite? Você sempre queima se queima todo.

— Nah, eu tô acostumado já.

— Acostumado a se queimar, legal.

Pegou uma das coxinhas na mão do rapaz, a mordendo. Mas cuspiu logo em seguida.

— Urgh tá cru!

— Claro idiota! — Deu um tapa no ombro do outro. — Eu literalmente disse que acabei de pegar o óleo para fritar, burro!

— Pelo menos o frango tá bom... — Sp deu uma risadinha.

— Você é um Idiota.

— Mesmo assim você me ama.

— Claro que eu te amo, idiota.

Ele pode ter mudado bastante nos últimos séculos, sim eu sou velho, qual o problema?! Mas mesmo não sendo mais igual, eu sinto como se ele estivesse voltando a ser quem era antes, claro, adaptado pro jeito moderno, mas, ele tá tendo sua essência de volta.

Eu tô vendo ele sorrir, chorar, sentir medo, nono, coisas que eu não via ele fazendo a um bom tempo, sinceramente, eu tô feliz de como as coisas vêm indo, e se as coisas continuarem, tudo só tende a melhorar cada vez mais. Deu um sorrisinho, olhando para a aliança na sua mão e na do paulista. Aiai... Se ele soubesse que eu quase perdi essas alianças para o cachorro da minha vizinha, é uma longa história...

Curtas dos #Ocestadosbr (HIATOS TEMPORÁRIO)Onde histórias criam vida. Descubra agora