Capítulo 26

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Mais um para vocês, ainda vou pôr em prática a ideia de uma das leitoras, mas antes preciso completar essa parte da história.

Comentem e me falam o que estão achando e o que querem ver, beijinhos!

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POV Natasha
Conversar com minha mãe ontem sobre minha vida amorosa foi um pouco estranho no começo, eu realmente nunca me imaginei abrindo minha vida dessa forma para alguém que não fosse Thor ou meu pai. Mas foi tão.. diferente, porque, assim, mesmo que os dois me ouçam e me deem conselhos diversos, dá para ver uma pontadinha de ciúmes no tom deles, mesmo que eles tentem ao máximo disfarçar. Na verdade, meu irmão não tenta disfarçar muito não, mas meu pai sim. Exceto quando contei do meu primeiro beijo e ele quase engasgou, acho que ele não estava esperando na época, mas mesmo assim me orientou de todas as formas e sempre me instruiu em tudo que precisei. Mas, cá entre nós, conversar com uma mulher é muito melhor e muito mais fácil. Peggy ouviu e o máximo que sentiu foi preocupação em questão de saber até onde meu pai tinha me instruído e etc. E foi muito legal porque ela também compartihou coisas comigo da sua adolescência e tudo mais. Além disso, ela se interessou de ver fotos do James, pediu para eu contar cada mínimo detalhe e pude me abrir de uma maneira diferente mesmo. Depois da nossa conversa, eu me senti muito mais leve e consegui reparar que eu realmente to gostando dele. Então, hoje antes de chegar na escola, eu mandei uma mensagem perguntando se ele podia me encontrar no intervalo e confesso que quase tive um infarto quando ele respondeu que sim. Foi um ''sim'' bem seco, sem todo o carinho de antes, mas mesmo assim já é alguma coisa.

—Ei, se liga, se a professora te ver no celular, é direto para sala do diretor.— Kate avisa baixinho. Confirmo com a cabeça e já guardo o aparelho, porque se meu pai tiver que aparecer nessa escola de novo por conta de reclamação de qualquer um de nós, ele não vai ficar nada feliz. Quando o sino toca, minhas mãos começam a suar e eu penso seriamente em não ir...

—Nat, se você vai mesmo lá, tem que se apressar, o intervalo não é tão longo para você ficar refletindo demais.— Kate me alerta. Eu já tinha contato tudo para ela e, assim como minha mãe, ela me incentivou a ir. Sinto ela segurar minha mão gentilmente.—Vem, ruiva, vou ser legal e te levar até lá antes que você desista.— Ela fala com ironia. Apenas a sigo com a cabeça nas nuvens. Chegando debaixo da árvore, noto James parado me esperando e travo os pés no chão.

—Não sei se consigo.— Digo apreensiva. Kate revira os olhos.

—Natasha Rogers, deixa de ser cagona. Essa não é você. Cadê a menina que sempre tem uma resposta na ponta da língua e é super segura de si, em?— Ela diz séria, balançando meus ombros. Respiro fundo e tento encarnar a melhor versão para essa situação.

—OK, entendido.— Ela dá um sorrisinho de canto e sai andando para outro lado. Respiro mais uma vez e tomo coragem para ir até onde devo. A cada passo vou pegando um pouco mais de confiança do que devo fazer. Meu pai sempre disse que devo lutar pelo que quero e acredito, então é isso. Quando menos espero, estou cara a cara com ele. James me olha, esperando que eu diga algo.

—Então, oi...— Digo sem nem saber por onde começar.

—Oi.— De novo o tom seco. Suspiro e fecho os olhos para buscar coragem. Assim que abro, decido falar tudo olhando dentro do seu olho.

—Olha, não sei como começar isso. Então, vou direto ao ponto: me perdoa por ter insinuado que você tenha feito algo ao meu irmão. Eu sei que foi muito feio eu te acusar de algo sem sequer dar a oportunidade de defesa. Sei que eu já cheguei em você basicamente com uma certeza de algo que nem aconteceu.— Ele continua olhando nos meus olhos, sem desviar o olhar.—Mas eu espero que também entenda meu lado, não to falando que justifica, nem nada, mas queria te explicar. O Thor, e todos meus irmãos na verdade, são minha vida e eu não suporto ver algo ruim acontecendo com eles. E, assim, eu já tinha entendido que o que aconteceu com ele não foi acidente e, até onde eu sabia, você era a única pessoa que tinha tido um conflito com ele naquele dia. Eu fiquei um tempo refletindo sobre e, na confusão de sentimentos, eu acabei fazendo aquilo com você, porque, na minha cabeça, só passava uma necessidade imensa de defender meu irmão... E é isso, eu realmente espero que você possa me perdoar por isso, não quero que fique um clima ruim em algo que começou tão bem...— Finalizo e observo o que ele vai falar. Ele espera um pouco, parecendo estar absorvendo o que falei e isso parece uma eternidade, mas sei que tenho que dar tempo para ele compreender tudo que falei. Por fim, ele suspira.

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