𝟘𝟘. 𝔅𝔯𝔲𝔵𝔞 de 𝖂𝖎𝖓𝖙𝖊𝖗𝖋𝖊𝖑𝖑.

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Desde muito jovem, Serena Stark sentia um estranho chamado que ninguém mais em Winterfell parecia perceber. As sombras das florestas pareciam se estender em sua direção, como se sussurrassem segredos antigos. Aos doze anos, Serena começou a explorar mais afundo essas sensações misteriosas, aventurando-se sozinha até encontrar uma velha cabana de madeira e pedra, escondida no coração da floresta.

Era um lugar abandonado, coberto de musgo e empoeirado pelo tempo, mas dentro daquela cabana, Serena encontrou algo que mudaria sua vida para sempre. Em meio a velhas ervas secas, crânios de animais e candelabros de ferro, ela encontrou símbolos riscados nas paredes — runas sombrias que pareciam brilhar fracamente sob a luz da vela que ela carregava. Curiosa, Serena passou os dedos pelas inscrições, sentindo uma estranha vibração. Assim que o fez, uma voz baixa e rouca pareceu surgir do nada, ecoando em seus ouvidos como um sussurro direto em sua mente.

"Você tem o dom, Serena Stark... o dom de ouvir o que os outros ignoram."

Ela deu um passo para trás, espantada, seu coração batendo rápido. Olhou ao redor, procurando a origem daquela voz.
"Quem... quem está aí?" sua voz saiu baixa, quase um suspiro.

"Eu estou em todo lugar. E em lugar algum."

A voz parecia vir das sombras ao seu redor, sussurrando seus segredos, e algo dentro de Serena reconheceu aquela presença como algo poderoso e ancestral. Por mais assustador que fosse, havia uma curiosidade ainda mais forte que a impulsionava. Ela voltou àquela cabana todos os dias, se arriscando para estar a sós com essa voz enigmática.

A entidade lhe disse que era uma antiga bruxa das terras do Norte, uma que já vivera entre os Starks e que tinha escolhido Serena como sua aprendiz.

"Por que eu?" perguntou Serena certa noite, em um dos momentos em que a voz parecia especialmente clara.

"Porque você ouve," respondeu a entidade, sua voz como o vento cortante do inverno. "Porque, onde outros veem apenas escuridão, você vê um caminho. Porque o sangue que corre em você é antigo, e ele conhece as sombras e as histórias que elas carregam."

A entidade então começou a lhe ensinar os princípios da magia

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A entidade então começou a lhe ensinar os princípios da magia. Naquela mesma noite, Serena recebeu sua primeira lição. A voz disse que o verdadeiro poder vinha da natureza e das emoções, que a magia exigia foco e sacrifício. O primeiro feitiço seria algo simples — conjurar uma chama a partir de sua própria energia.

"Feche os olhos e concentre-se em seu interior," sussurrou a voz. "Sinta o calor que pulsa em você, o sangue que corre. Sinta o frio ao seu redor e imagine uma chama para aquecê-lo."

Serena fechou os olhos, respirando fundo, buscando sentir o calor em seu corpo, ainda que o ar ao redor estivesse gélido. Ela se concentrou até sentir uma leve queimação nas pontas dos dedos. Quando abriu os olhos, viu uma pequena chama azul flutuando acima de sua mão. Surpresa e encantada, ela ficou hipnotizada pelo pequeno fogo. A chama logo se apagou, mas ela sentiu um prazer profundo ao perceber que podia dominar o elemento com apenas sua vontade.

"Isso é só o começo, Serena," disse a entidade, seu tom carregado de um orgulho sombrio. "Se você seguir meu caminho, poderá invocar tempestades, ouvir os mortos, manipular os pensamentos dos vivos. Mas lembre-se: cada feitiço exige algo em troca. Não há poder sem sacrifício."

"Você será conhecida por muitos nomes, Serena Stark. Alguns a temerão, outros a seguirão. Mas lembre-se: você é uma filha das sombras. E nada será capaz de apagá-la."

Com essa promessa gravada em sua alma, Serena deixou a cabana pela última vez, sabendo que carregava consigo os segredos de uma era antiga.

Com essa promessa gravada em sua alma, Serena deixou a cabana pela última vez, sabendo que carregava consigo os segredos de uma era antiga

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Enquanto Serena caminhava desesperada para longe, a presença que era para parar de ser ouvida, agora estava mais próxima, mais intensa. A voz soou baixa, quase como um trovão que ressoava na mente de Serena, envolvendo-a com uma força antiga, profunda e inevitável.

"Menina Stark," a voz começou, com um tom que parecia atravessar o tempo, carregado de reverência e de algo quase perigoso. "Você não é como os lordes e ladies de Winterfell, filhos do gelo e herdeiros dos lobos."

Serena respirou fundo, seus olhos fixos na escuridão, sentindo a presença ao seu redor, mais vívida e ameaçadora do que nunca.

"Você, Serena," continuou a voz, com um tom de certeza inabalável, "não é um lobo. Você nunca foi um lobo, e não foi feita para correr nas matilhas do Norte."

Ela sentiu um arrepio percorrer sua espinha, suas mãos tremendo levemente com a força da presença. E então, como se as próprias sombras estivessem sussurrando ao seu redor, a entidade prosseguiu, cada palavra caindo como um peso em sua alma.

"Você é uma bruxa, Serena. A 𝔅𝔯𝔲𝔵𝔞 de 𝖂𝖎𝖓𝖙𝖊𝖗𝖋𝖊𝖑𝖑., destinada a ser temida, venerada, respeitada. Em seu sangue corre o conhecimento das sombras, e sua alma pertence aos antigos segredos que até mesmo os lobos temem."

Serena piscou, seus olhos se enchendo de uma intensidade que ela nunca havia sentido antes. As palavras da entidade cravavam-se nela, ressoando em seu íntimo como uma verdade inevitável, um fardo e um poder que ela teria de carregar.

"Aceite isso, Serena Stark," a voz ordenou, solene, "aceite que você não é um mero ser entre lobos e mortais. Você é uma bruxa. A Bruxa. A bruxa que o Norte jamais esquecerá, aquela que caminhará entre sombras e fogo, aquela que ouvirá os sussurros dos mortos e falará com as criaturas que outros só veem em pesadelos."

Serena sentiu o peso das palavras, como se, a partir daquele momento, seu destino estivesse selado. Ela não era mais apenas Serena Stark, a jovem de Winterfell. Ela era algo além disso, algo poderoso, algo que os outros temeriam. Ela era a bruxa. E, ao aceitar essa verdade, Serena sentiu como se seu próprio ser se expandisse, como se as sombras ao redor a acolhessem como uma irmã, um espírito antigo que finalmente encontrara seu lugar.

"Então seja a bruxa, Serena," a entidade murmurou, suas palavras agora mais gentis, quase como um sussurro carinhoso. "Seja a bruxa que você nasceu para ser."

Daquele momento em diante, Serena soube que sua vida jamais seria a mesma. Ela era, finalmente, a 𝔅𝔯𝔲𝔵𝔞 de 𝖂𝖎𝖓𝖙𝖊𝖗𝖋𝖊𝖑𝖑.

Until magic separates us. - Nymeria Velaryon and Serena Stark.Onde histórias criam vida. Descubra agora