Viela Negrini é um anjo caído dos olhos como o céu e um sorriso doce que guarda segredos profundos. Ela carrega uma engenhosidade encantadora, quase distraída, mas sua alma esconde cicatrizes. A perda da mãe, uma brilhante cientista, deixou-a solitá...
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"A verdadeira escuridão não está nas sombras ao nosso redor, mas nas respostas que evitamos descobrir dentro de nós mesmos."-dellacruz
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Enquanto os ponteiros do relógio apontavam para as quatro da manhã, comecei meu ritual, um processo quase cerimonial que me permitiu, por um breve instante, sentir algum controle em uma vida que parecia deslizar entre os dedos. Desde o início do ano escolar, era sempre assim: um banho quente para lavar os vestígios de quem eu era no dia anterior, cremes e máscaras como armaduras para a pele, como se, de alguma forma, me cegassem de tudo que viria. Três banhos ao todo, sempre os mesmos movimentos repetidos, como se pudesse purificar não apenas meu corpo, mas também a mente - uma tentativa inútil de silenciar as lembranças sombrias.
Na penumbra do meu quarto, a única luz vinha das velas que eu havia espalhado por toda parte, lançando sombras trêmulas nas paredes. Era um ambiente cuidadosamente construído para me lembrar de que eu estava em meu próprio espaço, meu próprio santuário. Mas hoje, algo parecia diferente, como se as sombras carregassem segredos que eu não queria ouvir. Fechei os olhos, deixando o vapor do último banho envolver meu corpo, enquanto as gotas deslizavam pela pele, trazendo uma sensação de peso, como se cada gota fosse um pedaço do passado que eu tentava deixar para trás.
Uma voz sussurrava em minha mente: - O que eles realmente querem de mim?
Essa pergunta rondava meus pensamentos, um enigma cuja resposta parecia mais escura do que qualquer sombra ao meu redor. O rosto de Sirius pairava em minha mente, com seu olhar perturbador, aqueles olhos que me observavam como se eu fosse uma presa indefesa. E, mais ainda, Eros e Perseus, com seus próprios jogos e segredos. O que realmente foi alvo da obsessão deles? A resposta parecia próxima e, ao mesmo tempo, inalcançável, como um reflexo no espelho que desaparece assim que você tenta tocá-lo.
