Viela Negrini é um anjo caído dos olhos como o céu e um sorriso doce que guarda segredos profundos. Ela carrega uma engenhosidade encantadora, quase distraída, mas sua alma esconde cicatrizes. A perda da mãe, uma brilhante cientista, deixou-a solitá...
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"Em meio à escuridão e ao caos, o medo se torna uma companhia constante, e a única coisa que resta é a luta pela sobrevivência, mesmo quando a esperança já parece ter se perdido."-dellacruz
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Acho que saí do delírio... ou outra vez estava à mercê dele? Quem sabe não é? O frio foi instalado de imediato, um calafrio que não tinha origem em nenhum vento, mas sim em algo mais profundo, vindo de dentro de mim. A dor ainda pulsava nas minhas veias, mas não era mais física, era mental, mental de uma maneira tortuosa. Senti a respiração ofegante, a boca seca, os olhos saltando das órbitas. Ele estava perto. Eu sabia, senti.
A sala estava escura, um lugar que não deveria existir, com paredes úmidas e um cheiro forte de mofo que me fazia querer vomitar. O ar, espesso e pesado, se arrastava até os pulmões, dificultando a respiração. Não era só o cheiro... era a sensação. O peso da noite parecia espremê-la contra a minha pele, a sensação de estar sendo observado, caçado. A temperatura caiu ainda mais quando ele entrou, sem fazer barulho, sem qualquer aviso.
- Você me vê, Viela? - Ele não disse. Ele disse. O som de sua voz fez meu estômago revirar, um sussurro baixo, como um lamento de algo morto. O que eu ouvi não era uma pergunta, mas uma afirmação, uma comentada. Ele já sabia uma resposta.
Eu não consegui responder, não consegui sequer mover um dedo. O medo me paralisava de uma forma que não sabia mais se meu corpo ainda estava ali, ou se havia se despedaçado com a pressão psicológica que ele me causava. Tudo o que eu sentia era um vazio. O terror que ele provocava vinha do fato de que eu não sabia quem ele era, mas ele sabia tudo sobre mim. Ele conhecia meus medos mais profundos. Minha mente estava subjugada a ele, e isso era pior que qualquer dor física.
