Mudança de Planos

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Num momento John tinha segurado Ramon pelo pescoço. No outro eles estavam trocando socos no chão.

- Parem!

Eu gritava e tentava separá-los. Mas nada adiantava. John estava furioso, Ramon parecia igualmente revoltado.

Comecei a ficar desesperada! Eles não paravam, iam acabar se matando!!!

Ramon conseguiu jogar John no chão e lhe deu vários socos. Sua boca começou a sangrar. Depois de alguns segundos, foi John que jogou Ramon no chão e com apenas um soco fez sua sobrancelha se abrir. O sangue de John não me incomodou tanto quanto o de Ramon.

O que está acontecendo... Não consigo parar.

Como no episódio com Ruan e do incêndio, fui dominada por uma força desconhecida e muito grande.

Agarrei John pela blusa e o arremessei pra longe. Ele bateu com as costas no carvalho e caiu no chão, atônito.

-Cecília...

- Fique... Longe... Dele...

Por que fiz isso?! Por que estou protegendo Ramon?!

-Não acredito que mesmo depois de tudo você ainda prefere ele. -Sua voz era de decepção. E tristeza.

Quis correr pra ele e dizer que não foi de propósito. Mas não consegui... Algo me impedia.

-E eu achando que tinha algo de diferente em você.

Não! Por favor... Não fale assim comigo. Por favor, fique aqui. Me deixe explicar.

-Suzuki.

O pequeno dragão voltou ao seu tamanho normal. John subiu em suas costas assim que ele cresceu.

-Adeus, Cecília.

Então ele se foi. Não pude me mexer nem dizer nada até que ele sumisse. Como se a presença dele me intimidasse.

Foi só quando ele sumiu de vista que eu voltei a respirar normalmente. A raiva tomou conta de mim, todos os sentimentos vieram juntos.

-Vejo que sabe quem é seu mes... tre...

Minha mão atingiu o rosto de Ramon, impedindo o de continuar.

-Eu odeio você... Não sabe como eu o odeio.

Lágrimas escorriam por meu rosto. Por que eu não conseguia agir livremente?! Ser serva de Ramon me privava de muita coisa... até de gostar de John.

-Olhos Castanhos...

-Não me chame assim!

Dei as costas pra ele e andei até o quarto. Troquei o vestido solto pela minha roupa habitual. Coloquei o capuz sobre a cabeça e voltei ao jardim, procurando pelo estábulo. Já tinha visto alguns alunos colocarem seus cavalos lá dentro.

-Onde Vai? - Ele perguntou.

-Vou atrás dele. -Respondi friamente.

-O quê?! - Ramon segurou meu braço, me forçando a olhar em seus olhos. -Você vai ficar aqui!

-Não! -Puxei meu braço. -Não gosto de deixar pessoas irem pra casa com raiva de mim por um mau entendido.

Ele me olhava com raiva, mas principalmente como se quisesse me decifrar.

-Volto assim que eu puder. -Disse a ele, subindo no cavalo.

Ele não tentou me parar novamente, pelo contrário, ainda deixou o caminho livre.

Amor entre mundos (Readaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora