Senti meus olhos marejarem depois da ligação, e minha cabeça doeu. Era bem chato você desconfiar de algo, e no final acontecer.
Eu sei que eu disse que ele poderia ficar com quem ele quisesse, mas não deixa de ser chato pra mim, me incomodou, ainda mais que ele disse que não iria acontecer. Permiti deixar as lágrimas cair, e solucei, querendo parar de gostar dele.
Diana: Tudo bem? - Abriu a porta do quarto e franziu a sobrancelha ao me ver chorando. - Ô meu amor, o que aconteceu? - Correu até a cama e me abraçou, beijando minha cabeça.
Isís: O Joca mãe, ele ficou com ela. - Falei entre soluços e lágrimas e ela suspirou, fazendo carinho no meu rosto. - Eu sabia que isso ia acontecer mãe.
Diana: Como você sabe disso, minha filha? Tem certeza? - Balancei a cabeça.
Isís: E-eu liguei pra ele, pra contar sobre o carro - esqueci até de mencionar, ganhei um carro dos meus pais, e uma habilitação falsa, presente de aniversário. - E aquela mulher atendeu, disse que tava ocupado e perguntou se eu queria deixar recado, ela falou toda ousada mãe!
Diana: Ai meu bebezinho, eu sinto muito, muito mesmo. - Chorar no colo dela amenizava a situação um pouco, minha mãe e meu pai era meu Porto Seguro.
Coronel: Que foi, pacotinho? Tá tudo bem? Machucou? - Perguntou todo preocupado entrando no quarto, e eu só sabia chorar mais.
Isís: Machucou pai, machucou meu coração. - Fiz graça e sorri fraquinho, ainda chorando. - Joca ficou com ela.
Coronel: Filha da puta! Tá vendo porque eu não quero você com ele, olha como você tá Isís, olha o que aquele pau no cu fez. - Escutei calada e minha mãe repreendeu ele com o olhar. - Vou resolver isso. - Beijou minha testa.
Isís: Não, pai! Deixa quieto, é melhor assim. - Falei alto assim que ele ia saindo do quarto. - Fica um pouquinho comigo, por favor. - Fiz um beicinho e ele sorriu de canto, deitando do meu lado, me deixando no meio dele e da minha mãe.
Coronel: Eu te amo muito, e eu não quero você ficando assim por moleque nenhum, porque o Joca é um moleque. Vai curtir teu carro novinho, acabou de ganhar de presente amor, pega o Juan, tuas amigas da escola, vai sair pô, curte tua adolescência.
Diana: E olha que se você não quiser, eu te obrigo ein! - Fez graça e eu soltei um ar de risada, parando de chorar aos poucos. - Te amo demais meu pacotinho, muito mesmo, e me dói te ver chorar assim.
Eles ficaram ali me fazendo carinho, e eu acabei dormindo, sem nem perceber.
