CAPÍTULO – 8
Namjoon
Acordei com o toque irritante do despertador invadindo o silêncio. Senti a frustração subir enquanto erguia minha mão por de baixo da coberta tateando pelo criado-mudo, até que finalmente o alcancei e o desliguei com uma certa satisfação. "Eu sei que é apenas um aparelho, faz o que foi programado para fazer, e que foi eu mesmo quem o ativei, mas porque tem que ser tão irritante?", pensei, tentando racionalizar minha irritação. No entanto, havia algo insuportavelmente inconveniente na forma como ele quebrava o meu descanso.
Sentei-me na beira da cama, esfregando os olhos e sentindo o peso residual das reuniões do dia anterior. Com uma rotina tão calculada, não deveria me incomodar, mas, ainda assim, o cansaço de revisar cada detalhe com os meninos — Jimin, Jungkook, Hoseok e Taehyung — era inevitável. No fim das contas, a divisão ficou clara: Jimin e Jungkook assumiriam o papel de administradores da livraria, enquanto Hoseok se dedicaria à gestão da cafeteria, e Taehyung cuidaria de desenvolver o entretenimento que traria mais clientes. Hoje, seria o dia de apresentá-los formalmente às equipes e alinhar as expectativas. O tipo de ocasião em que a eficiência e o controle eram não apenas esperados, mas necessários.
Me levantei e fui direto para o banheiro, onde liguei a ducha. A água gelada chocou minha pele, mas serviu para despertar minha mente e afastar qualquer vestígio de sono ou fraqueza. No silêncio refrescante do banho, repassei mentalmente cada ponto do dia, mapeando mentalmente a sequência exata de ações que precisariam acontecer. A livraria e o café são extensões minhas; cada detalhe precisava refletir isso, e não havia espaço para deslizes.
Assim que saí do banho, sentindo a mente mais alerta e os pensamentos em ordem, me direcionei para o closet. O espaço, iluminado pela luz suave do teto, exibia uma fileira de gavetas e prateleiras impecavelmente organizadas, o que sempre me dava um certo prazer. A primeira gaveta, com minhas cuecas box perfeitamente alinhadas por cores: branca, preta e cinza, era quase uma extensão do meu estado de espírito. Escolhi uma branca, que parecia combinar com o humor neutro e contido que pretendia manter.
Passei os olhos pela prateleira superior, onde as calças sociais estavam dispostas de maneira precisa, lado a lado. Peguei a cinza, cuja tonalidade discreta sempre combinava com minha preferência por um visual calculado e minimalista. Abaixo, as camisas sociais brancas, todas idênticas, aguardavam como soldados enfileirados. Peguei uma e senti o tecido suave ao deslizá-la pelos ombros, abotoando-a com um cuidado quase mecânico. Vestir-me era, para mim, um exercício de precisão.
No lado esquerdo do closet, meu blazer esperava, coordenado para completar o conjunto. A combinação de cinza e branco era sutil, mas o suficiente para transmitir sobriedade e autoridade, sem exageros. Em seguida, dirigi-me à gaveta de gravatas, cada uma dobrada e disposta em fileiras exatas. Na maioria, variações de cinza, preto e algumas outras escuras, mas sempre dentro da paleta neutra. Escolhi uma em tom cinza-escuro, que encaixava-se no tom da calça e completava o que eu chamaria de um visual "sem margem para erros".
Ao lado, o compartimento dos acessórios. Peguei um relógio de mostrador prateado, cujo peso familiar no pulso era um lembrete constante de que o tempo é um recurso finito e precioso. Um relógio serve tanto como uma peça de estilo quanto como uma ferramenta — dois motivos suficientes para sempre escolher o mais confiável. Calcei meus sapatos, ajustando o último detalhe, e enquanto finalizava o nó da gravata, uma sensação de controle e calma se espalhou por mim. Os detalhes alinhados, cada peça escolhida com cuidado, tudo do jeito que eu gostava — simples, sem erro, sem falhas. Passei um último olhar para o espelho e respirei fundo. Sabia que o dia não seria fácil. Hoje, com as novas divisões de responsabilidades, eu precisava que tudo corresse bem. Essa seria nossa primeira oportunidade de ver cada um no seu lugar.
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Eu AMO você, mas eu [não] preciso de VOCÊ?
Lãng mạn"Amor" - uma palavra tão pequena, mas que carrega um peso imenso. Ao ler essa palavra, sentes uma onda de emoções conflitantes? Para muitos, o amor é um laço indestrutível, um motivo que leva a ações impensáveis. É o que faz pessoas comuns realizare...