Capítulo 7

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Ben ouvia vozes. Ele não conseguia abrir o olho. Ele sentia seu corpo queimando, mas se sentia bem melhor.

— ... Ele é muito bonito, que que isso papai. — Falou uma voz. Parecia ser uma voz de menina.

— Luna fique quieta. — Falou outra voz, desta vez parecia ser de uma mulher mais velha.

Ben abriu os olhos e percebeu que ele estava deitado em um sofá. Ao tentar se levantar, um menino deu um pulo da sua poltrona e correu em direção a ele, fazendo-o ficar deitado. Ben relutante conseguiu se levantar e se sentou.

Ele viu que não estava deitado no gramado frio do seu quintal todo machucado. Ele estava em uma casa, deitado em um sofá confortável. Diante dele havia três pessoas, uma menina nova que pelo que Ben ouvira devia ser Luna, tinha o garoto que tinha cara de ter a mesma faixa etária da Luna e uma mulher que parecia ser a mais velha. Essa mulher estava olhando para Ben com uma cara de poucos amigos, enquanto Luna e o menino estavam olhando curiosos.

— Ei amigo, fique deitado, você precisa descansar. — Ben olhou para seu corpo e as feridas tinham sumido. Ele conseguia mexer suas pernas, ele tinha certeza de que haviam se quebrado, então como isso é possível?

A mulher saiu do campo de visão de Ben e saiu andando em direção a cozinha. A casa parecia ser da década de 40, os móveis eram velhos, porém muito funcional e bonito ainda. Tinha uma clareira debaixo da tv. Na parede tinha quadros que deveriam ser da família que moravam ali, e as janelas estavam todas fechadas. Não dava para ver o que tinha do lado de fora, pois a placa que fechava as janelas era preta.

A mulher voltou acompanhada de um homem, aquele mesmo homem que tinha aparecido para Ben, como era o nome dele mesmo? Ben tentou resgatar o nome na memória mas não conseguiu. O homem era musculoso, tinha olhos castanhos e tinha uma barba feita. Ele puxou uma cadeira e se sentou de frente para Ben. Ele parecia aliviado.

— Qual é seu nome, garoto? — Ele perguntou. Ben não queria responder, mas algo dentro dele fez ele responder como se fosse automático.

— Ben.

— Certo Ben, é o seguinte. Aconteceu uma coisa muito estranha nessa noite e... — Ele começou.

— Onde eu estou? — Interrompeu Ben. O homem olhou para ele com uma certa empatia.

— Está na minha casa, pode ficar tranquilo, você está seguro.

Ben olhou em volta e viu que ainda era noite. Ele devia estar em casa dormindo e não numa casa com um monte de estranhos.

— Não confio em você. — Disse Ben e tentou se levantar. Porém, mesmo que sua perna tenha melhorado, ainda doía bastante e essa dor o fez se sentar novamente.

— Você teve ferimentos sérios Ben, de um alfa. Não vai melhorar assim rápido. — O homem disse.

Ben não queria saber de nada disso, sua cabeça estava girando, ele podia sentir o coração de todo mundo batendo ao mesmo tempo e aquilo estava o deixando maluco. Não era só escutar o coração bater, Ben também sentia cheiro a quilômetros dali, cheiro de tudo, lixo, comida, floresta.... e de sangue.

— De que merda você está falando? — Ben quase gritou de raiva. As coisas estavam ecoando dentro da sua cabeça, o fazendo ficar sem paciência.

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