De repente você

1 Escola nova

— Vamos, Ayla, hoje é seu primeiro dia na escola nova e você pretende se atrasar? —

— Já vou, mãe — falo, terminado de me arrumar e me olhando no espelho, e respirando fundo.

Hoje seria o meu primeiro dia de aula na escola nova. Eu morava em Filadélfia, mas meus pais receberam uma oferta de trabalho em Los Angeles, então viemos morar aqui. Confesso que eu não queria ter mudado, mas Los Angeles parece ser um lugar legal.

Eu estava bem nervosa para o primeiro dia de aula, provavelmente eu ficaria sozinha assim como eu ficava na escola anterior, mas eu já estou acostumada, pelo menos eu vou ter a companhia dos meus livros.

Sempre nos intervalos das aulas, eu costumo ficar na biblioteca lendo. A biblioteca, na minha opinião, é um lugar mágico, cheio de livros que para mim são um portal para outro mundo.

Pego minha mochila e coloco o livro que eu iria terminar de ler no intervalo. Desço as escadas e encontro minha mãe e meu pai sentados juntos à mesa. Logo eles notam a minha presença.

— Bom dia, senhora atrasada — meu pai fala, passando manteiga no pão.

— Desculpa, acabei acordando um pouquinho tarde — digo e me sento à mesa. — Seu pai vai te levar até a escola já que você não sabe o caminho — minha mãe diz e eu acinto com a cabeça.

— Mãe, será que a Senhora... por acaso... poderia comprar um livro para mim? Como eu não conheço a cidade, eu não conheço nenhuma livraria.— falo comendo um pedaço de bolo.

Esse livro que eu queria, eu já tinha lido pelo Kindle, mas eu queria ter o físico para a minha coleção. Eu amo colecionar livros, o meu quarto é quase uma biblioteca.

— Claro, filha, qual é o livro que você quer? —

— A bela e a fera —

— Ok, depois que eu sair do trabalho, eu compro para você— minha mãe diz e eu acinto.

Termino de tomar o meu café.

— Vamos — falo, me levantando da cadeira e colocando a minha mochila nas costas. Meu pai assente, se levantando e dando um selinho de despedida na minha mãe.

— Tchau, mãe — digo, dando um beijo em sua bochecha. — Tchau, filha, tenha uma boa aula. E vê se tenta fazer amigos, tá? —

— Tá bom, mãe, eu vou tentar, mas não lhe garanto nada —

[...]

Meu pai para o carro em frente à escola e eu desço. Vai ser uma dificuldade para encontrar a minha sala, já que a escola é enorme.

Me despeço do meu pai e vou em direção à entrada da escola. Ao adentrar o corredor, fico meio perdida, o lugar é maior do que eu pensava. Olho ao redor para ver se encontro a minha sala.

— Você deve ser novata aqui, né? — Uma menina fala atrás de mim e eu viro para encará-la.

— Ah... sim — digo timidamente. — Ah, prazer, meu nome é Ellena — diz e estende a mão para que eu aperte.

Exito um pouco em apertar a sua mão. — Ah... prazer, o meu é Ayla — falo e aperto a sua mão.

— Você deve estar procurando sua sala. Eu posso te ajudar, qual é sua turma?

— Eu sou do 2º ano B — digo. — Ah, que legal, somos da mesma sala. Podemos ser amigas — diz animada.

Bom, retira o que eu disse, talvez esse ano eu tenha uma amiga. Aliás, não faria mal ter uma amizade. Minha mãe ficaria muito feliz ao saber que fiz um amigo.