Fonte dos desejos ganha um novo tipo de moeda

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Aether

O dia estava ensolarado para um dia normal de outono, com o céu tão claro que parecia um convite para qualquer um sair de casa. No parque central, crianças corriam para lá e para cá, suas risadas enchendo o ar, enquanto músicas eletrônicas tocavam ao fundo. De longe, os pais observavam, sentados nos bancos ou estendidos na grama tirando fotos.

Aether estava ali, em pé, um pouco afastado da movimentação, admirando a cena com ansiedade no peito. Ele segurava o celular nas mãos, mas o que realmente ocupava sua mente era a expectativa que lhe apertava o peito. Fazia uma semana desde que ele começara a sair com Xiao. A amizade estranha que criaram, havia ganhado um novo significado, passando a ser marcada por olhares rápidos nos corredores, encontros escondidos e mensagens trocadas a cada momento que conseguiam. Eram o tipo de esquema que nunca pensou ter chance de conseguir, embora não tivessem assumido oficialmente, os aproximavam como um casal mais do que nunca.

Aether deu um leve sorriso ao lembrar da reação de Venti, depois de descobrir o desenrolar, não perdia uma chance de zombar do romance não assumido entre os dois. Em um dia particularmente inspirado, sua boca avacalhada quase anuncia para a turma toda que eles iam se casar. Só de lembrar, o fotógrafo ficou vermelho, e um riso envergonhado escapou. Era simplesmente muito cedo, para sequer pensar em algo mais além.

Foi nesse momento que o celular vibrou. Ele abriu a mensagem e viu a localização exata de Xiao. O coração bateu mais forte, e sem perder tempo, ele correu pelo parque até encontrar o rapaz. Depois de poucas voltas, ele estava ali, sentado num canto mais tranquilo, com um caderno sobre as pernas e o olhar sério, voltado para a paisagem de um palhaço vendendo maçãs do amor. Ele desenhava, concentrado, os traços rápidos do lápis capturando detalhes invisíveis aos olhos da multidão.

De repente, como se fosse um imã da percepção, Xiao levantou o rosto. Seus olhos se encontraram, e o susto o fez soltar o objeto, que rolou para o lado, quase acertando uma garrafa d'água que estava parada ao lado. Desajeitado, o artista murmurou uma praga baixinho, recolhendo os materiais e rapidamente guardando suas coisas, mas o rosto dele denunciava o nervosismo. Aether explodiu em uma gargalhada, incapaz de segurar a alegria do momento.

— Tá rindo de quê? — resmungou Xiao, o rosto corado enquanto guardava o caderno de forma meio desastrada.

— Ah, nada… Só você sendo você — respondeu, ainda mantendo o traço no canto da boca. — Nervoso só de me ver?

— Eu não tô nervoso! — retrucou impaciente, cruzando os braços ao levantar, mas não conseguiu evitar o sorriso que teimava em aparecer. — E para de rir, ou eu vou embora.

Aether ergueu as mãos, fingindo rendição. Não era todo dia que ele tinha o prazer de mexer com a seriedade de Xiao.

— Tá bom, tá bom. Não quero que vá embora. — Ele deu um passo à frente, o sorriso ainda presente, enquanto os olhos brilham de diversão. — Até porque… eu vim só para ver você.

Xiao quase tropeça no próprio pé ao escutar a frase, desviando o olhar com o rosto mais vermelho que o normal. Ele tentou disfarçar, mas havia algo em sua expressão, um misto de felicidade e ansiedade, que o deixava ainda mais adorável aos olhos de Aether.

— E o que você quer fazer hoje? — tentou mudar o tópico, a voz saindo mais baixa, como se estivesse escolhendo as palavras. — Você chegou mais cedo do que pensei.

— Olha quem fala. Vejamos, que tal… — Aether fez uma pausa, aproveitando a expectativa no olhar de Xiao. — Que tal se você virar uma estátua? A paisagem até que tá bonita, mas talvez, não seja tão agradável quando observar você sendo um fofo.

Aether é Loira Padrão, a Thread - {Xiaoether}Onde histórias criam vida. Descubra agora