I don't understand why

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POV Hande

Eu saí do clube quase tropeçando nos próprios pés. Não conseguia tirar as palavras de Tijana da cabeça, e cada passo parecia pesar mais do que o último. O que ela queria que eu entendesse? Por que estava sendo tão confusa? Ou talvez... eu fosse apenas uma idiota, esperando algo que nunca aconteceria.

Quando cheguei em casa, bati a porta e joguei a mochila de qualquer jeito no chão. Minha cabeça estava cheia, explodindo de frustração. Eu achava que sabia o que sentia por ela. Essa certeza, no fundo, me acalmava, me mantinha forte. Mas quando as palavras dela foram cheias de incerteza e de um jeito que eu não conseguia entender, tudo desmoronou.

Peguei o celular e abri as mensagens. Nada. Nenhum sinal, nenhuma tentativa de explicar o que aconteceu. Eu sabia que as propostas estavam lá, que ela tinha um futuro brilhante com qualquer time do mundo... mas e quanto a nós? E o que eu estava sentindo? Era como se tudo isso simplesmente não importasse.

Simge tentava me acalmar, dizia que ela devia estar confusa, que toda essa pressão devia estar mexendo com a cabeça dela, mas eu me sentia como uma piada. Como alguém que, por alguma razão, criou uma história onde talvez não houvesse nada.

Deitei na cama, olhando para o teto, tentando lembrar de cada risada, cada troca de olhares, cada momento que me fazia pensar que, talvez, tivesse algo ali. Mas quanto mais eu pensava, mais o peso da dúvida se tornava insuportável. Eu nunca soube se Tijana sentia o mesmo, mas, honestamente, não saber era um dos piores sentimentos do mundo.

A rotina virou uma luta constante. Era como se cada treino, cada jogo, cada momento ao lado dela fosse uma nova rodada dessa batalha interna entre a admiração e a frustração. Eu acordava, ia pro treino, voltava pra casa e dormia, repetindo tudo no automático. E em meio a tudo isso, aquela sensação amarga crescia. Eu odiava a incerteza, odiava não saber onde estava pisando.

Cada vez que entrávamos em quadra, era a mesma história. Se vencíamos, era porque Tijana tinha feito alguma jogada brilhante, ela era a estrela; se perdíamos, a culpa recaía sobre o resto do time. Parecia que estávamos ali só para acompanhar o brilho dela, como se fôssemos peças descartáveis. E, claro, isso só aumentava a pressão. Não era justo. Não éramos perfeitas, mas nos esforçávamos, nos matávamos de treinar, tentando alcançar um padrão inatingível que parecia girar em torno dela.

Nos intervalos, via Tijana isolada, séria, e tudo em mim queria atravessar aquela barreira, entender o que se passava na cabeça dela, mas algo me segurava. Eu estava presa nesse limbo, sem conseguir dar um passo à frente nem um passo atrás.

Quando o treino acabava, Simge, Elif, e as outras tentavam me animar, rindo e fazendo piadas. Eu até fingia que entrava na onda, mas logo sentia o peso da realidade de volta. Cada comentário, cada palavra lembrava que eu estava ali, completamente perdida nessa confusão de sentimentos que parecia só me desgastar.

Depois do treino, enquanto eu guardava meu material no armário com uma expressão nada amigável, senti Simge chegar por trás, estalando os dedos na minha frente.

— Hande! Acorda, mulher! — ela falou, balançando a mão no ar como se espantasse uma mosca imaginária. — Você tá tão carregada ultimamente que parece até um trovão ambulante. Bora se animar um pouco?

Suspirei, tentando esconder o cansaço, mas foi inútil. Elif e Simge me lançaram olhares cúmplices, daqueles que a gente sente quando as amigas planejam algo. Antes que eu pudesse me esquivar, Simge já tinha jogado a proposta no ar.

— Vamos a um show essa noite? Eu ouvi dizer que tem um DJ vai ser incrível hoje! — Simge anunciou, com aquele sorriso que era impossível recusar.

Balancei a cabeça, hesitando. A última coisa que eu queria era sair pra dançar e fingir estar feliz, mas o olhar insistente de Elif e Simge me venceu.

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⏰ Última atualização: Nov 13 ⏰

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