O Legado do Desejo

38 - Surpresas Noturnas

A lancha deslizava suavemente pelas águas cristalinas de Ibiza, enquanto o sol se punha, tingindo o céu com tons de laranja e rosa. Christiane, Meryl e Julianne desfrutavam da paisagem exuberante ao seu redor, embaladas pelo ritmo lento das ondas e pelo calor que ainda emanava do dia ensolarado. Ao longo do passeio, tinham explorado enseadas escondidas, mergulhado em águas límpidas e descoberto um pouco mais uma sobre a outra. A intimidade entre elas parecia florescer com a mesma naturalidade que a brisa que soprava ao redor.

Christiane, que conduzia a lancha com destreza e uma autoconfiança cativante, lançou um olhar divertido para Meryl e Julianne, acomodadas na proa da embarcação. Havia algo de mágico naquele dia, uma cumplicidade entre elas que ia além da amizade.

- Mais uma parada? -, sugeriu Christiane, e as outras duas assentiram, prontas para mais uma aventura. Meryl, que ria fácil e mantinha um brilho inconfundível no olhar, parecia especialmente envolvida na energia daquele dia, aproveitando cada segundo com uma entrega rara.

As três desembarcaram em uma pequena ilha que descobriam juntos pela primeira vez. Era quase deserta, com areia branca e vegetação vibrante, e oferecia uma sensação de refúgio perfeito. Caminharam descalças pela areia, sentindo o toque quente e macio sob os pés, e riam como adolescentes ao avistar pequenas conchas e pedras coloridas ao longo da praia. Julianne, com seu olhar atento e sorriso encantador, sugeriu que escolhessem um canto mais sossegado para estender uma toalha e descansar. Estavam ali para se conectarem, sem pressa, sem roteiros, apenas seguindo o fluxo do momento.

Enquanto o sol ia descendo no horizonte, mergulharam juntas mais uma vez nas águas mornas, brincando de se molhar e empurrar uma a outra. As risadas ecoavam pela praia, e, por um instante, parecia que o tempo tinha parado. Meryl, em um raro momento de desinibição, abraçou Christiane pela cintura, e as duas giraram juntas na água, rodopiando como se fossem parte do mar. Julianne observava a cena, encantada, até que Meryl estendeu a mão para ela, puxando-a para perto e incluindo-a naquele abraço que transbordava alegria e leveza.

De volta à lancha, decidiram abrir uma garrafa de vinho que haviam levado, brindando ao dia inesquecível que tinham vivido.

- Às mulheres que somos e aos momentos que criamos. - disse Meryl, erguendo a taça. Julianne e Torloni sorriram, tocando seus copos com o dela, e por alguns segundos, mantiveram os olhares fixos umas nas outras. O clima entre elas era denso e intenso, como se uma conexão profunda as unisse de maneira invisível e inabalável.

Meryl se inclinou e, sem dizer uma palavra, pousou uma mão carinhosa sobre o ombro de Julianne, deslizando os dedos até a sua nuca. Julianne fechou os olhos por um breve instante, sentindo o toque delicado e, ao abrir, sorriu para Meryl, devolvendo o gesto com um olhar de gratidão. Christiane as observava, sentindo uma onda de ternura e um desejo intenso de que aquele momento nunca acabasse.

- Vocês são tão importantes para mim. - confessou ela, em um tom suave que capturou a atenção das duas.

O sol desaparecia no horizonte quando decidiram que era hora de retornar ao chalé. Christiane, ainda guiando a lancha, parecia tranquila e segura de si, enquanto Meryl mantinha Julianne ao seu lado, acariciando seus ombros e rindo de pequenas bobagens que trocavam entre si. As três estavam em perfeita sintonia, como se aquela viagem a Ibiza tivesse sido pensada exatamente para fortalecer os laços que as uniam.

Ao chegarem ao chalé, desceram da lancha com um misto de cansaço e excitação. Embora o dia tivesse sido longo, a noite ainda prometia e elas sentiam vontade de prolongar o momento de união. Julianne olhou para Meryl e Christiane com um brilho de travessura nos olhos.

- Vocês estão prontas para mais uma aventura? - perguntou, sugerindo que fossem a um barzinho que havia avistado no caminho, onde tocava música ao vivo. Elas assentiram, contagiadas pela animação de Jules.