Capítulo 1 | Uma Nova Vida.

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Capítulo 1 | Uma Nova Vida.

Agora estou mudando-me para Nova York, bem, eu confesso que não queria, mas depois da morte da minha mãe, nada mais foi o mesmo, meu pai, que na época era alcoólatra, agora "mudou", pelo menos diz ele que vai mudar, não consigo me convencer disso, pra mim, alcoólatra sempre vai ser alcoólatra, assassino sempre vai ser assassino.

Explicando melhor, uma noite meu pai bebeu tanto que chegou ao ponto de espancar a minha mãe, o que resultou na perda da vida dela, meu pai pegou 5 anos de prisão por violência doméstica e mais 6 anos por assassinato, o que resultou em 11 anos de prisão, eu fiquei morando com minhas tias, depois que ele foi solto, veio direto me encontrar, e decidiu que nos mudariamos, em busca de uma nova vida.

O carro estava em movimento, eu observava pela janela, uma linda visão da noite, saindo da Flórida para Nova York...

Eu realmente espero por uma nova vida, paz e novas amizades, eu apenas quero que tudo mude.

- se sente confortável? - Meu pai perguntou

- hum, é, até que eu tô. - Respondi, desde aquele tempo eu me tornei uma pessoa fria com meu pai, odiava a presença dele

- estamos chegando. - o mesmo avisou

Depois de alguns minutos paramos em frente a uma casa, humilde

Segurei a maçaneta do carro e abri, saindo, era um bairro chique, só haviam duas ou três casas mais humildes, meu pai fez o mesmo em seguida e se aproximou de mim, colocando o braço ao redor do meu pescoço

- sai. - mandei e tirei o seu braço, me afastando, ele foi até o carro e trancou ele com a chave, caminhando até a porta da casa

- vamos entrar? - perguntou e eu segui ele, entramos na casa, tinha uma aparência bonita, mas humilde

As paredes são decoradas com fotografias de animais, florestas e algumas pinturas feitas à mão. O piso é de madeira clara, que crepita suavemente quando caminhamos sobre ele, trazendo uma sensação de calor. A sala de estar é o coração da casa. Um sofá confortável, coberto com almofadas coloridas, convida a relaxar. Uma mesinha de centro rústica, feita de madeira reciclada, exibe alguns livros e uma pequena planta em vaso. Uma estante ocupa uma das paredes, cheia de livros e objetos que contam histórias. A cozinha é compacta, mas funcional. Armários brancos e prateleiras abertas exibem utensílios e louças coloridas. Uma mesa de jantar simples, rodeada por cadeiras diferentes que foram garimpadas em brechós, serve como espaço para refeições familiares e conversas animadas. Os quartos são pequenos, mas bem iluminados. Camas com colchas feitas à mão e cortinas leves que permitem a entrada da luz do sol, criando um ambiente arejado. Um canto é reservado para um pequeno escritório ou espaço de estudo, com uma mesa e cadeira confortáveis. O banheiro é modesto, mas limpo e bem organizado. Azulejos brancos nas paredes e uma pequena janela permitem a entrada de luz natural. No quintal, há um pequeno jardim onde flores coloridas brotam entre ervas aromáticas. Um banco de madeira sob a sombra de uma árvore oferece um espaço tranquilo para relaxar ao ar livre. Essa casa pode ser humilde em tamanho e estrutura, mas seu interior reflete uma beleza calorosa e acolhedora, cheia de amor e cuidado. É um lugar onde cada canto tem sua própria história e cada detalhe foi pensado com carinho, disso tenho certeza.

- Aurora!! - meu pai gritou lá de baixo - A janta tá na mesa!! - berrou outra vez

Fui até o closet e comecei a me vestir.

O moletom é de um tecido macio e quentinho, em um tom preto. Ele tem um corte ligeiramente oversized, com mangas longas e um capuz que pode ser ajustado com um cordão. O toque do tecido é agradável na pele, ideal para dias de frio. A parte de baixo é um short curto, feito de algodão leve e respirável. O short tem uma cintura elástica que se ajusta confortavelmente ao corpo ele tem alguns pequenos detalhes, como os bolsos de trás e da frente, coloquei meias brancas nos pés, quentes e aconchegantes

Desci a escada correndo e cheguei até a cozinha, vendo a janta na mesa, tinha arroz com feijão e frango assado, com três fatias de pizza para cada, me sentei na cadeira e comecei a comer

[...]

Eu havia terminado de comer e agora estava deitada no sofá, mexendo no celular

As horas se passaram e então eu decidi que deveria ir dormir, pulei do sofá e subi as escadas, eu realmente estava cansada

Olhei para a porta do quarto no final do corredor, provavelmente meu pai já estava dormindo, segurei a maçaneta da porta do meu quarto e em um movimento calmo e suave abri a mesma e adentrei, segurando outra vez a maçaneta e batendo a porta, fechando.

Fui até a minha cama e me joguei nela, ligando o abajur ao lado da mesma, que eu havia colocado logo após chegarmos aqui, a cama era macia e aconchegante, tinha um bom lençol branco, seguro meu celular e a tela brilha intensamente, iluminando o rosto do aparelho, que repousa sobre a minha mão. O toque é uma melodia animada, li o nome presente na tela

"Noah"

Levei o dedo ao botão verde e cliquei, atendendo a ligação

- alô, Noah? - questionei, esperando ouvir uma voz de retorno do outro lado da linha

- Ah, Oi, Aurora! - saudou - que bom te ouvir! - continuou, com um entusiasmo contagiante - Liguei pra saber como estão as coisas por aí. Tudo bem? - acrescentou

- Oi, Noah! - respondi - Por aqui, até que está indo bem, mas você sabe como o pai está... - minha voz saiu mais baixa e melancólica do que eu esperava, revelando a preocupação que eu tentava esconder.

- Olha, Aurora, eu sei que as coisas tão difíceis depois da morte da mamãe, além do pai ter sido preso, tudo ficou ainda mais complicado. Mas você precisa considerar dar uma segunda chance a ele. ele pode realmente ter mudado - enfatizou, com um tom de voz suave e doce, mas com uma gravidade que refletia sua preocupação. - não acha? -

- É, talvez... - concordei, embora um turbilhão de emoções quisesse explodir dentro de mim.

- Inclusive, parece que o pai conseguiu uma vaga na nova escola para você! - anunciou, e eu fiquei surpresa, soltando um suspiro involuntário.

- sério?... Você sabe o que aconteceu da última vez.. -

- Relaxa, Aurora, tá tudo bem. Vai dar tudo certo! e mesmo que não dê, você vai enfrentar altos e baixos. Sempre vai ter aquele garoto ou garota enchendo o seu saco, mas respira fundo e nunca abaixe a cabeça para nenhum deles. - disse, com uma voz que transmitia confiança

- Obrigada, Noah. De verdade, você é um irmão incrível - Minha voz transparecia todo o entusiasmo e ansiedade que borbulhavam dentro de mim

- Menos, mana. Você que é incrível! Qualquer coisa, me liga, tá? Eu viajaria da Flórida só pra te ver! - Brincou, mas eu percebi uma pitada de sinceridade em suas palavras

- Te amo! Fica com Deus, maninho. - disse, mandando um beijo pelo alto-falante.

- Eu também te amo, chata! - ele riu baixinho antes de desligar a ligação.

Fazia tempo que eu não falava com Noah; ele sempre foi meu porto-seguro, desde o dia em que nasci

Desligo a tela do celular e o deixo de lado com o alarme programado para tocar às 05:45 AM, fecho os olhos e, em questão de instantes, caio em um sono profundo.

𝐃𝐄𝐒𝐄𝐉𝐎 𝐂𝐎𝐍𝐅𝐔𝐒𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora