- Você mentiu para mim! - acusou com o dedo apontando em minha direção. Suspirei.
- Ao que se refere, Adriana? - ajeito os docinhos no pratinho.
Assim que Saulo chegou eu me escondi na cozinha e ela veio atrás de mim.
- Como pode omitir o quanto aquele homem é lindo? Caralho, Laura, o homem é gostoso. - ela sorri sacana e reviro os olhos.
Sim, eu omiti a parte que ele era lindo a ela, um deus grego na verdade, daqueles que param o trânsito, mas não queria ficar pensando nele, em como transa gostoso, e como mexe comigo.
- Porque ele veio novamente aqui? - ela pergunta fingindo desinteresse, mas conheço seu tom e sei que está maquinando safadezas no seu cérebro perverso.
- Ele é noivo Adriana! - a lembro antes que ela comece com o papo de que preciso transar e o porque não aproveitar o homem gostoso.
- Sim, mas ele está aqui, de novo, na sua casa! - insite sorrindo safada e bufo.
Com certeza veio até aqui terminar de me humilhar, sobre como eu dependo do salário que me paga. Pensei com raiva.
- Eu me demiti... - conto a ela por cima o que aconteceu, omitindo a parte em que ele me humilhou me lembrando que sou uma simples secretária e que me achava arrogante só porque fui uma gerente antes ou era capaz de Adriana mandar matá-lo.
- Não acha estranho ele insistir tanto em ser o pai da Helena? - questiona e me vem a mente o jeito aflito em que ele me olhou quando quase implorou para que eu contasse a verdade - acho que ele gamou na sentada. - ela sorriu safada e eu bufei, lhe dando uma tapa. - ai mulher, assim eu apaixono.
- Deixe de ser safada, ele deve ter vindo aqui na intenção de que eu implorasse para ficar na empresa. - pego o bolo da geladeira e coloco sobre a mesa.
- Amor eu apoio você totalmente, sabe disso não é? - ela segura em meus ombros e me olha séria - sempre sonhei em ter uma esposa me esperando em casa, grávida e descalça. - ela ri e facouma careta. Idiota.
- Vai se foder Adriana, porque descalça?! - finjo raiva e ela dá risada.
- Quer que eu te agarre na frente dele? Posso me esfregar em você! - pergunta com um sorriso sacana e as sobrancelhas mexendo. Estremeço ao imaginar a cena. Cristo!
- Não e por favor não faça nada que vou me arrepender depois. Choramingo e ela aperta meus ombros e se afasta.
- Ok, prometo que não vou te envergonhar na frente das visitas, agora vou voltar para a sala e aproveia visão. - ela rouba um docinho e a olho feio - não demore esposa, vamos, comemorar o um ano da nossa bebê milagre.
Sorrio quando ela sai, as lembranças do último ano em que tive minha pequena nos braços, da gravidez, de como eu fiquei feliz quando descobri sobre ela. Do quanto sou grata por Adriana me apoiar e cuidar de nós, Carmem e Talita também, sem elas eu não teria conseguido trabalhar em paz, sabendo que minha filha era amada e bem cuidada.
Volto para a sala e sinto minhas pernas ficarem bambas quando seu olhar intenso cruza com os meus. Desvio os olhos e finjo que ele não está aqui. Coloco o bolo sobre a mesa e Helena sentada perto. Me concentro na minha pequena, o centro do meu mundo, que ri alegre diante do bolo de melancia, sua fruta preferida. Ela não perde tempo e enfia as mãos gordinhas no doce, se sujando ao levar do bolo a boca.
Adriana tira fotos enquanto batemos os parabéns. As lágrimas descem em abundância ao ver como minha filha é amada e o quanto eu a amava mais que tudo.
Depois de comermos do que sobrou do bolo e dos quitutes que elas prepararam, tempo em que ignorei a presença de Saulo totalmente e me concentrei somente na minha filha, voltei para a cozinha, só para fugir dele mesmo. Esperava que ele se tocasse e fosse embora por conta própria. Eu não poderia expulsá-lo num dia tão importante para mim.
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Meu Pequeno Milagre
RomanceHistória +18. Baixa reserva ovariana. Esse foi o diagnóstico que recebebi essa manhã em um exame ginecológico de rotina. Eu sou uma mulher, aparentemente saudável, com apenas 25 anos de idade, uma carreira promissora, uma vida de luxo e prazeres que...