— Eu estou te convidando para um jantar, não é uma sentença de morte. — O vi dissertar com uma voz tão grave, que cheguei a pensar que estava com raiva. Talvez ele estivesse.
Fagner não sabia muito bem lidar com um Não. Ele era assim, totalmente explosivo, qualquer coisa já era motivo para se emburrar. Parecia eu, Mas, ele era mais insuportável com toda certeza.
— E eu já te falei que hoje eu não posso. Marquei de sair com o Calleri.
Guardei o meu material de trabalho em uma gaveta e percebi de longe, quando o camisa vinte e três revirou os olhos.
Fagner compareceu a minha sala ao fim da tarde, convidando-me para jantamos fora essa noite. O lateral alegou saudades, afinal, fazia mesmo um bom tempo que não tínhamos um momento de irmãos.
Mas, hoje não dava. Havia marcado primeiro com o São Paulino, e meu irmão que me perdoe, mas entre passar uma noite com o gostoso do Calleri, e jantar ao seu lado, eu prefiro a primeira opção sem pensar duas vezes.
Ele faria o mesmo, se a Barbara não estivesse viajando. Inúmeras vezes fui segunda opção, ou até mesmo, vela para ele e minha cunhada. Embora tedioso, nunca reclamei.
Havia chegado a sua vez de ser a cobaia.
— Você ver esse Cara de casapa todos os dias.
O olhei incrédula. Não pela ofensa em si, já estava acostumada em escutar-lo detonando o Jonathan. A minha queixa era perante ao apelido ridículo que ele havia usado. Sabia que a convivência com aquele zagueiro de quinta, iria acabar por terminar de contaminar o meu irmão.
Eu estava certa.
— Sim, e quero ver de novo hoje. — dei de ombros.
Fagner novamente revirou os olhos, zangado. Eu podia jurar que a qualquer momento ele iria distribuir uma tesoura em minha canela, a sua expressão era exatamente a mesma que ele usava para amedrontar seus adversários. Já estava até acostumada com isso!
— ChayTA. — não, o homem não havia mencionado meu nome errado, era exatamente assim que ele me chamava desde quando éramos crianças. Um trocadilho idiota que fui aprendendo a lidar ao longo dos anos. — Por favor. Eu estou morrendo de saudades da minha mulher, queria sair para distrair a cabeça. Desmarca com esse cara, só hoje. Eu prometo que depois, eu te deixo o saco.
Quem era esse? Embora não soubesse encarar uma resposta negativa. O Fagner nunca foi de implorar. Era um não de alguém e um xingamento proferido por ele, logo depois. Mas desta vez, ele parece paciente de mais...
Não acredito que a ausência da minha cunhada estava tão pesada, que esteja começando a deixar-lo carente.
Olhando assim, fiquei até com... Pena.
— Por que você não vem com a gente? Era uma ótima maneira de vocês tentarem se resolverem. — sugeri e vi o rapaz fitar-me de cima a baixo.
— Prefiro me jogar de um prédio de trezentos andares.
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𝑺𝑼𝑳𝑨𝑴𝑰𝑻𝑨 |• André Ramalho.
FanficOnde André Ramalho é a Solução de Fagner Lemos, para afastar sua irmã de um jogador Rival.