Onde a segurança habita

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                       Capítulo 15

Assim que o carro parou diante da entrada da mansão da família Jeon, uma imponente construção que parece combinar luxo e tradição em cada detalhe, sinto uma mistura de surpresa e ansiedade. A grandiosidade da mansão é ainda mais impressionante de perto. O portão de ferro preto é ladeado por pilares de pedra adornados com trepadeiras, e a fachada principal, de pedra clara e amplas janelas, parece pertencer a um lugar fora do tempo. A propriedade é rodeada por jardins bem cuidados, com arbustos aparados em formas harmoniosas e flores vibrantes que trazem um toque de cor ao ambiente. A luz dourada do fim de tarde cria um brilho especial no lugar, acentuando o ambiente elegante e acolhedor.
Rosé, sentada ao meu lado, segura minha mão enquanto observamos o portão se abrir lentamente. Ela parece tranquila e familiarizada com o lugar, mas ainda mantém o toque delicado em meu braço, uma presença constante que me traz calma em meio à minha própria vulnerabilidade. À minha esquerda, a Sra. Jeon também me observa com um olhar carregado de ternura e preocupação. Há algo na expressão dela que me faz sentir acolhido, como se eu realmente fizesse parte desta família, mesmo que temporariamente.
Quando o carro finalmente para em frente à entrada principal, Jungkook desce primeiro, dando a volta e vindo abrir a porta para mim. Ele estende a mão sem hesitar, e eu aceito, sentindo a força e segurança em seus dedos, como se aquele simples gesto fosse uma promessa silenciosa de que ele estará ali para me amparar. Assim que coloco os pés no chão, sinto uma leve tontura por causa da dor persistente no ombro, mas Jungkook mantém o braço firme ao meu redor, atento a cada movimento.
— Bem-vindo à nossa casa, Jimin — ele diz, sua voz grave e acolhedora ressoando como uma melodia suave.
À medida que ele me guia até a entrada, sinto uma sensação de acolhimento que não esperava. Olho ao redor, observando os detalhes do lugar enquanto caminhamos pelo hall de entrada. O chão é coberto de mármore branco reluzente, refletindo a luz dos lustres de cristal que pendem do teto alto, como um céu cheio de estrelas cintilantes. A decoração é refinada, com móveis de madeira escura e obras de arte nas paredes, mas não há exagero, cada detalhe parece ter sido cuidadosamente planejado para criar um ambiente de sofisticação e aconchego. Em um canto, uma escultura moderna em pedra complementa o ambiente com um toque contemporâneo, uma combinação que revela o bom gosto de quem vive aqui.
Dois funcionários aparecem silenciosamente, prontos para oferecer qualquer ajuda que precisarmos, mas Jungkook faz um leve sinal para que aguardem. Ele se volta para mim, ainda com aquele olhar calmo e atencioso, como se quisesse me assegurar de que estou em boas mãos.
— Vamos levá-lo direto ao quarto de hóspedes para que possa descansar, Jimin. Se precisar de ajuda para subir as escadas, é só dizer. — Há uma gentileza em seu tom, mas também uma firmeza que deixa claro que ele está no controle da situação.
Dou um pequeno sorriso, tentando disfarçar o desconforto que a dor no ombro causa a cada movimento.
— Acho que consigo, mas vou devagar. -- respondo, sabendo que, apesar da dor, quero pelo menos tentar andar por conta própria.
Antes que eu me mova, Jungkook já está ao meu lado, apoiando minha mão com firmeza e me guiando com passos cuidadosos. Rosé e a Sra. Jeon caminham logo atrás, uma presença constante e silenciosa que me oferece uma sensação de segurança. Subimos as escadas largas e elegantes, cada degrau coberto com um tapete espesso que abafa o som dos nossos passos. A cada passo, sinto a força de Jungkook ao meu lado, uma presença protetora que torna a dor um pouco mais suportável.
Ao chegarmos ao segundo andar, ele me conduz até um quarto espaçoso, decorado em tons suaves de cinza e azul, que exalam tranquilidade. A cama, grande e aconchegante, parece quase convidativa demais, como se me dissesse para finalmente relaxar e deixar que outros cuidem de mim. A luz do pôr do sol entra pela janela grande, banhando o ambiente em um brilho dourado que torna o quarto ainda mais acolhedor.
— Espero que se sinta confortável aqui, Jimin — diz Jungkook, sua voz suave preenchendo o ambiente com um calor inesperado.
Rosé se aproxima da cama e começa a ajeitar os travesseiros com cuidado, como se quisesse garantir que tudo estivesse perfeito para o meu conforto. Ela me lança um olhar carinhoso, que combina com o toque gentil da Sra. Jeon em meu braço. Aquele pequeno gesto dela,me faz sentir ainda mais acolhido.
— Querido, qualquer coisa que precisar, não hesite em chamar. Estamos todos aqui para cuidar de você — diz a Sra. Jeon, com um sorriso carinhoso. Suas palavras me fazem sentir parte daquele espaço, como se, por um momento, eu realmente pertencesse àquela família.
— Obrigado… de verdade, por tudo isso — murmuro, emocionado pelo cuidado e pela gentileza que estou recebendo. Apesar da dor, uma sensação de alívio me invade ao saber que estou cercado por pessoas que realmente se importam.
Rosé segura minha mão por um instante, seus olhos refletindo uma ternura reconfortante antes de soltar e dar um passo para trás, permitindo que eu me ajeite na cama. Enquanto isso, Jungkook permanece próximo, observando atentamente, como se estivesse pronto para qualquer eventualidade. Ele parece captar cada expressão minha, cada mínima mudança de postura, como se estivesse interpretando um código silencioso sobre minha dor e desconforto.
— Vou pedir que preparem algo leve para você comer. - ele diz, sem desviar os olhos de mim.
— E se precisar de qualquer coisa, meu quarto está logo ao lado.
A determinação em sua voz, aliada à suavidade de seu olhar, me traz uma paz inesperada. Eu aceno, sem palavras para expressar o quanto tudo isso significa para mim. A presença dele, mesmo em silêncio, me traz uma segurança que eu não imaginava precisar. Rosé acaricia minha mão uma última vez e, junto com a Sra. Jeon, sai do quarto em passos leves.
Jungkook hesita por um instante, permanecendo ao meu lado, como se houvesse algo mais que ele quisesse dizer. Ele se inclina levemente, seu olhar me envolvendo de uma forma que parece ler cada sentimento escondido dentro de mim.
— Descanse, Jimin. E lembre-se de que não precisa enfrentar tudo sozinho. — Suas palavras são ditas com suavidade, mas carregam uma intensidade que faz meu coração acelerar.
Ele se afasta lentamente, apagando as luzes principais do quarto e deixando apenas o abajur aceso, que emite uma luz suave e acolhedora.
Ao vê-lo sair, sinto uma mistura de gratidão e calma tomar conta de mim, como se, pela primeira vez em muito tempo, eu pudesse realmente relaxar.
Deito a cabeça no travesseiro, deixando o perfume de lavanda que permeia o quarto me envolver. O silêncio é profundo e acolhedor, e a sensação de segurança que a presença de Jungkook e sua família me traz é reconfortante. Fecho os olhos, sentindo uma paz que há muito não experimentava, sabendo que estou seguro na casa dos Jeon.

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