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   É muito curioso como o amor chega e entra nas nossas vidas. O meu chegou quando eu tinha 11 anos de idade, ele não era alto, mas era magro; com a pele branca igual leite e o cabelo preto enrolado, olhos redondos e escuros, além de algumas sardas espalhadas pelas maçãs do rosto. Ele não era bonito, porém me fazia rir como nenhum outro garoto jamais havia feito. Era charmoso e sabia conversar, principalmente comigo. Ele também era dois anos mais velho que eu, então entendia um pouco mais da vida. Pelo menos era o que parecia.

     Por mais clichê que possa parecer, foi amor a primeira vista, por que eu também não era linda, mas ele sempre me dizia que eu eu era divertida e bonitinha. Então nos apaixonamos pelas nossas imperfeições.

     Ele foi meu primeiro beijo, além de meu primeiro amor, seguido de primeiro namorado, primeira pessoa especial... meu primeiro em absolutamente tudo. Inclusive a minha primeira discussão, minha primeira briga, meu primeiro choro de paixão, meu primeiro ciúmes sem sentido... ele foi importante.

     Até que o amor bateu a minha porta de novo, sem querer, mas bateu. Esse amor era mais alto, e também mais velho que eu, pele não tão branca, mas ainda clara. Olhos escuros, e cabelos mais ainda, coincidentemente enrolados. Ele não era magro, era gordo, e tinha seu corpo coberto de tatuagens, juntamente de um piercing na orelha. Ele era lindo, e sabia conversar. E também me fazia rir, mais do que o primeiro, o que não estava certo. Era habilidoso e sabia se virar bem sozinho. Me levava as alturas.

     É possível ter mais de um amor na vida?

Amor? Profano.Onde histórias criam vida. Descubra agora