Suguru e Satoru olharam um para o outro para confirmar suas intenções. Eles não poderiam voltar atrás depois de feito. Ambos assentiram. Suguru respirou fundo e abriu a porta do escritório de Yaga.
O professor estava sentado na sua mesa fazendo algumas anotações, quando viu os garotos, franziu a testa.
- Algum problema? - Perguntou, largando a caneta.
Satoru deu um passo à frente.
- Sim - disse com os olhos brilhando -, e ele é você.
Yaga se levantou.
- Como é que é, moleque?
Satoru revirou os olhos.
- Nos poupe desse teatro, nós já sabemos que é o traidor.
Os olhos de Yaga foram para Suguru.
- Do que ele está falando? Você concorda com isso? - perguntou, confuso.
Suguru ergueu o queixo, ele precisaria ser forte.
- Sabemos que está trabalhando com a maldição do Amor - disse, mantendo a voz fria. - Sabemos que a deixou escapar.
O rosto de Yaga foi tomado por uma expressão de fúria.
- Estão loucos?! Ela matou o meu único filho, como eu posso estar trabalhando para ela?
Satoru fez um gesto de descaso.
- Certo, já...
- Cale a boca, pirralho! - gritou Yaga, apontando o dedo para Satoru. - Você não tem o direito de me acusar!
- Suas atitudes o acusam - disse Suguru. - As pessoas podem não saber, mas nós sim, sabemos do que esconde em seu escritório.
A fúria de Yaga evaporou e transformou-se em medo. Nesse momento, Suguru soube que ele contaria tudo.
- Vocês contaram sobre a barreira para mais alguém? - Yaga perguntou, exaltado.
Satoru riu.
- Com medo?
Yaga o olhou feio, ele parecia menos irritado.
- Vocês são dois idiotas - disse.
Suguru sentiu que algo estava errado. Yaga não parecia ser um espião pego no pulo, depois de citarem a barreira, ele esqueceu completamente a história.
Suguru se aproximou da mesa do professor.
- O que tem atrás da barreira? - perguntou.
- Contaram para mais alguém? - indagou novamente Yaga.
Suguru respondeu.
- Não.
Yaga relaxou.
- Ótimo.
Satoru então compreendeu.
- O que está protegendo?
Yaga olhou para os dois, pensando. Depois de um suspiro, apoiou a testa na mão.
- As coisas que eu passo - murmurou. - Venham, seus idiotas.
Ele retirou a estante e abriu a porta secreta. Yaga removeu uma parte da barreira e os dois alunos o seguiram, um pouco desconfiados.
Dentro da barreira, havia uma escadaria para baixo, feita de pedra, com teia de aranha e esverdeada pelo tempo. Eles desceram alguns metros e chegaram a uma porta de ferro.
Yaga a abriu, e uma luz cegou Suguru por algum tempo. Quando pode enxergar, seu queixo caiu.
Era um cômodo grande e bonitinho, com piso de madeira e um tapete fofo, as paredes eram cobertas por uma azul bebê e desenhos de ursinhos. Pelo quarto de bebê, vários ursos de pelúcia andavam de uma lado para o outro, levando brinquedos, lápis de cor e papéis de desenhos. No lado oposto, um panda de pelúcia brincava de lego.
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Nós Nascemos para Morrer
FanfictionAntes de Shibuya, antes de Yuta Okkutsu e até mesmo antes de Riko Amanai, a história de Geto e Gojo começou. Aos dez anos, Geto descobre ter uma habilidade única e rara ao mesmo tempo que percebe um mundo cheio de maldições. Em contrapartida, o jov...