OUTER BANKS : A Lenda do Ouro do Lancaster

𝗠𝗶𝗱𝘀𝘂𝗺𝗺𝗲𝗿𝘀: 𝗣𝗮𝗿𝘁𝗲 𝗜

E aí, pessoal. Eu sou John B. Pra quem ainda não me conhece, sou um Pogue — e essa é minha história. Dois anos atrás, meu pai desapareceu e foi dado como morto, mas eu nunca aceitei isso. Me disseram que eu devia seguir em frente, mas algo em mim sempre acreditou que ele estava vivo, que um dia eu iria encontrá-lo. E adivinhem? Eu estava certo. Depois de tudo que passei — a busca pelo ouro do Royal Merchant, a recompensa na minha cabeça, os perigos que enfrentei com os Pogues — eu finalmente reencontrei meu pai.

Mas agora, saber que ele está vivo só trouxe ainda mais perguntas, e novos inimigos estão atrás de nós. Os Pogues são minha família, e eles estiveram comigo em cada passo dessa jornada, arriscando tudo. Então, agora que tenho meu pai de volta, a única coisa que resta é descobrir toda a verdade. Porque eu sei que, enquanto essa história não acabar, o perigo nunca vai nos deixar em paz. E nós, Pogues, nunca fugimos de uma boa luta.

Em um dia qualquer, no presente, os Pogues — Kiara, JJ, Pope, e Sarah — estavam juntos na velha lancha, cercados pelo azul do oceano. Riam alto, trocando histórias e provocando uns aos outros, com latas de cerveja na mão e o vento bagunçando os cabelos. Era um desses momentos em que tudo parecia perfeito, como se o mundo lá fora não pudesse alcançá-los. Ali, na lancha, eles eram apenas amigos aproveitando a liberdade e a simplicidade da vida de um Pogue.

—Ainda nessa, JJ?— perguntou Pope, sem tirar os  olhos do livro sobre desigualdade social. Eles estavam na praia, relaxando depois de um longo dia de aventuras, com o som do mar ao fundo.

— Cara, todo mundo precisa de um jeito de relaxar, e esse aqui é o meu.— respondeu JJ, soltando a fumaça após uma tragada, tentando deixar os problemas para trás, pelo menos por um momento.

— Já tentou ler um livro? — provocou Pope, levantando o olhar com um sorriso divertido.

— Ler não é muito a minha praia, Pope. Isso aí é coisa pra vocês, nerds.— JJ respondeu com uma risada, batendo de leve no ombro do amigo.

— Você devia tentar, JJ.—Pope insistiu, virando uma página do livro. — Vai que você descobre alguma coisa nova... sobre o mundo, ou até sobre você mesmo.

— JJ soltou uma risada, balançando a cabeça. —Olha, Pope, eu já sei tudo o que preciso saber sobre o mundo. Tipo… ele não é exatamente justo, especialmente pra gente, os Pogues.

—E você acha que não é justamente por isso que eu leio sobre isso?— Pope retrucou, com um tom meio sério. —Entender o que tá errado é o primeiro passo pra mudar alguma coisa.

—Mudar? A gente tá falando de uma coisa muito maior do que eu ou você.— JJ disse, olhando para o horizonte, com um olhar pensativo que Pope não via nele com frequência. — Esse mundo foi feito pros Kooks, Pope. A gente só tá aqui... pegando o que sobra.

Nesse momento, Kiara se aproximou deles, ouvindo o final da conversa.

—Vocês sabem que podem ser tudo o que quiserem, né? Kook, Pogue... nada disso importa se a gente souber quem somos de verdade.

—Parece fácil quando você diz assim, Kie.— JJ sorriu, mas seus olhos ainda estavam distantes. —Mas, às vezes, é difícil acreditar que a gente pode mesmo mudar alguma coisa.

—Talvez o primeiro passo seja acreditar.— Pope disse, fechando o livro e olhando para os amigos. —Se a gente não acreditar em nós mesmos, quem vai?

Os três ficaram em silêncio, aproveitando o momento de calmaria antes que a próxima aventura ou perigo viesse. Afinal, como Pogues, eles sabiam que a tranquilidade nunca durava muito.

Depois de um longo tempo de clima tenso entre os Pogues, o silêncio desconfortável foi interrompido pela chegada de Sarah e John B. Eles surgiram ao longe, andando de mãos dadas pela praia. Os olhares de todos se voltaram para o casal, que parecia carregar a leveza e a cumplicidade de quem superou algo juntos. O semblante de John B. estava mais sereno, e Sarah, ao seu lado, exibia um sorriso suave, como se tivesse encontrado algum tipo de paz.