Pequena inveja!

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Saulo vem até mim e para a centímetros do meu corpo, me deixando consciente do calor e do cheiro gostoso que emana dele. Saulo é grande, tanto, que preciso olhar para cima para vê-lo, grande demais para minha pequena cozinha. Grande demais para a minja sanidade. Me sinto tremer levemente quando uma onda de calor sobe por minnhas pernas e agarro a beirada da bancada, tentando me segurar em algo para não levar minhas mãos até ele.

Ele é noivo, Laura!

Eu sei merda! Sei que ele disse ser noivo mesmo que não haja aliança no dedo, ou ao menos a marca dela. Mas ele é o comprometido aqui, então não era ele quem deveria ficar longe de mim? Mas não, ele está tão focado em meus olhos e a realidade do que posso ver neles me aquece mais e me faz ter pernas moles, pronta para desabar.

- Eu sinto muito pelo que disse a você mais cedo. Me desculpe Laura! - engulo seco com seu pedido sincero me causando um ardor entre as pernas.

O fato de sair baixo e grave deve ser o causador dessa angústia que toma meu corpo.

- Vá embora Saulo, por favor! - peço baixo, sem forças, desejando que ele obedeça, ou eu não sei se posso resistir caso ele tente algo.

As mãos dele agarram a bancada atrás de mim, uma de cada lado, me cercando e me deixando tonta de tesão, com seu cheiro insuportávelmente delicioso. Suspiro pesado tentando controlar as batidas frenética do meu coração e é pior, porque agora seu cheiro me preenche por dentro, não da forma como eu gostaria.

Saulo se curva um pouco, o rosto paira sobre o meu e seus olhos azuis dilatados e escuros me perfuram e me derrerem. Sinto suor escorrer por minha coluna e minha calcinha umedecer. Deus, eu vou cair nesse poço profundo e vou me afogar consciente.

Ele é noivo Laura!

Sim, ele é. É comprometido e, casome deixe seduzir por ele, quem vai sair machucada nisso sou eu.

Engulo o amargor que toma minha língua quando esse pensamento atinge em cheio. Já passei por isso, ter meu coração quebrado ao me envolver com alguém comprometido, em minha defesa eu era inocente. Tom Foi meu primeiro namorado, meu primeiro homem, aquele que pensei ser o meu para sempre. Ele me enganou por um ano inteiro, e quando descobri que havia uma noiva na história ele mentiu na maior cara de pau e disse que me amava, mas não podia separar dela. Algo sobre ela estar doente.

Ele achava que eu aceitaria ser a outra. Achava que eu me prestaria a esse ridículo papel. Até me perseguiu por meses, querendo que eu voltasse para ele e aceitasse suas condições.

Um belo dia, cansada da situação, deixei a marca da minha no rosto dele e o amecei. Se ele viesse me procurar novamente eu criaria um escândalo. O fato de ser meu professor da faculdade o fez obedecer, ele até pediu transferência de lá, o que agradeci.

Agora mais uma vez a história quer se repetir com esse homem grande sobre mim, um que me excita e me deixa a ponto de implorar por ele. Um pensamento dolorido passa por minja cabeça: Saulo deixaria a noiva por mim? Não, porque eu nunca aceitaria. Não seria justo com ela e eu nunca seria feliz destruindo a felicidade de outra pessoa.

- Você tem razão, eu sou apenas um moleque agindo por ciúmes! - suas palavras me pegam de surpresa e ofego. Não consigo falar nada enquanto ele continua -  quando a vi novamente algo cresceu dentro de mim Laura. Me senti um idiota ao lembrar que voltei todos os dias daquela semana para tentar encontrá-la novamente. Eu queria encontrá-la novamente, então você me diz que tem uma companheira, uma mulher...

- Saulo...

- Escute. - ordena rouco - você foi incrível e não falo apenas do sexo. Eu nunca conheci uma mulher como você. Confiante, independente, sem truques, sincera do que queria. - ele trava o maxilar - e quando soube que estava na empresa fiquei decepcionado pensei que estava lá por mim, até a odiei quando a vi, mas no fundo eu sabia que mesmo que fosse algum tipo de golpe, eu cairia com prazer. Eu cairia Laura. - A voz rouca me faz ofegar diante da sinceridade em suas palavras e a intensidade com que me olha.

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