O bar estava lotado naquela noite. A música alta, as risadas e os sons de copos sendo erguidos ao fundo não ajudavam em nada no foco de Anne. Ela estava ali, naquele bar lotado e caótico, só para fazer uma coisa: mostrar para Gabriel que ela não ia cair no joguinho dele.
Ela já sabia o que o aguardava. Ele estava sempre tão calmo, tão seguro de si, e não ia ser diferente naquela noite. Mas ela não estava mais tão certa de que ia conseguir manter seu foco como antes. A verdade era que a adrenalina de estar ali, naquela situação, com ele, estava começando a mexer com ela de uma maneira desconfortável.
E, claro, lá estava ele.
Gabriel estava encostado no balcão, de costas para a entrada, olhando com aquele sorriso arrogante de quem já sabia que a vitória estava garantida. Ele estava com a mesma jaqueta de couro, a barba por fazer e os olhos focados na tela do celular, como se a espera fosse só uma formalidade para ele. Anne ficou parada na porta por um segundo, tentando manter a pose. Não ia se deixar intimidar.
Ela atravessou o bar até o balcão, cruzando o espaço como se estivesse em um jogo de tabuleiro, calculando cada passo.
Gabriel percebeu a presença dela apenas quando ela estava bem perto, e, ao vê-la, um sorriso apareceu em seu rosto. Um sorriso irritante, claro, aquele sorriso que só ele sabia dar.
— Pensei que você ia desistir. Mas estou feliz que tenha aparecido — ele disse, com a voz cheia de autossuficiência.
Anne parou na sua frente e o encarou por alguns segundos, sem dizer nada. O silêncio entre eles era tenso, mas ao mesmo tempo, parecia ser parte do jogo. Ele estava esperando uma reação, ela podia ver isso. Ele queria provocá-la. E, claro, ele sabia que ela não ia ceder tão facilmente.
— Eu não sou do tipo que desiste assim — ela respondeu finalmente, com um sorriso desafiador. — Mas você também sabe que não vou cair nesse seu charme barato.
Gabriel levantou a sobrancelha, claramente divertido com a resposta dela. Ele pegou seu copo de uísque, deu um gole, e, como se nada tivesse acontecido, perguntou com um tom despreocupado.
— Então, qual é o seu próximo movimento, Anne? Vai tentar me dar uma lição de moral de novo? Porque isso já não é mais divertido.
Anne soltou um riso sarcástico e se sentou ao lado dele no banco do balcão, sem pedir permissão. Estava determinada a virar o jogo. Não podia mais ser a única a se deixar levar pelas provocações.
— Não estou aqui para te dar lição nenhuma — ela respondeu, se acomodando. — Estou só tentando descobrir o que você quer de mim, Gabriel.
Ele a olhou com um brilho curioso nos olhos, quase como se fosse uma diversão para ele.
— O que eu quero? Você realmente acha que eu tenho algo específico em mente? — Ele deu outro gole em seu copo, o olhar fixo nela. — A única coisa que sei é que você não consegue me tirar da cabeça.
Anne tentou não reagir, mas a provocação dele estava claramente funcionando. Ela sabia que ele estava tentando mexer com ela, mas não ia mostrar que ele tinha conseguido. O silêncio entre eles ficou pesado novamente, o que tornava tudo ainda mais difícil. Ela sentia a tensão no ar, mas se manteve firme, sem dar o braço a torcer.
— Você acha que eu me importo com você dessa forma? — ela retrucou, tentando manter a voz neutra. — Só porque você fica me desafiando o tempo inteiro? Eu não sou sua diversão, Guevara.
Gabriel, então, se inclinou ligeiramente para frente, ficando ainda mais perto. A proximidade dele a fez engolir em seco, mas ela não se moveu. Ele estava jogando pesado, e ela não ia ceder.
— Eu não disse que você é minha diversão, mas você tá aqui, né? Isso já é algo. — Ele deu um sorriso sutil. — Você é mais do que uma distração pra mim, Anne. Eu só quero ver até onde você vai me provocar.
Ela sentiu um calor crescente em seu peito, mas se manteve firme, encarando-o de volta, sem desviar os olhos.
— Eu não vou ser sua cobaia. E se você acha que tem controle sobre isso, você está muito enganado.
Gabriel sorriu de novo, essa expressão que sempre a fazia perder um pouco do controle, mas ela não ia ceder. Ele estava querendo que ela perdesse a compostura, e ela não daria esse prazer a ele.
— Eu não quero controle. Eu só quero ver até onde você vai me empurrar, até onde você vai me desafiar. E, claro, ver você tentando resistir a tudo isso — ele disse, seu tom calmo e provocante.
Anne suspirou, sentindo uma frustração crescente. Ele estava certo, em certa medida. Ele estava sempre jogando, sempre tentando provocar e controlar a situação. Mas ela não ia ser mais uma das garotas que caíam na lábia dele. Ela se levantou abruptamente, decidida a virar a mesa.
— Eu não sou sua presa, Gabriel. E você vai ter que fazer mais do que só sorrir e provocar pra me derrubar.
Ela virou as costas, começando a se afastar, mas então ele falou:
— Eu sei o que você quer, Anne. E não vai ser tão fácil resistir.
Ela parou por um segundo, sua mente trabalhando, e se virou para ele, com um sorriso atrevido.
— Você me subestima. — Ela deu de ombros e se afastou, deixando ele ali, pensativo.
Ao sair do bar, Anne sentiu a adrenalina correr pelo corpo. O jogo tinha mudado, ela sabia disso. E Gabriel, por mais confiante que fosse, tinha começado a perder o controle. Ele não tinha noção de como ela jogava.
O que ele não sabia ainda era que ela estava só começando. E no próximo movimento, ela ia ser a última a sorrir.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sin límites - Gabriel Guevara
Fanfiction•Enemies to Lover • Tattoo • Espanha • Brigas • Palavrões • Drogas Lícitas e Ilícitas se isso te interessa, então veio para a fanfic certa