• Então se divirta, Anne

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Anne estava começando a sentir o calor que não tinha nada a ver com a bebida. Seus sentidos estavam mais aguçados, mas ao mesmo tempo, tudo ao redor parecia estar em um turbilhão. Ela tentava manter as mãos firmes no balcão, como se ele fosse a única coisa que a ancorava no momento, mas a verdade era que, cada vez mais, ela se sentia vulnerável, exposta.

Gabriel estava ali, tão perto dela, que podia sentir o calor do corpo dele se espalhando no espaço entre eles. Seus olhos, aqueles olhos que sempre pareciam ser de quem sabia exatamente o que queria, estavam fixos nela. Não era apenas o jogo de provocações agora. Não era mais sobre palavras duras ou esquetes de poder. Era mais profundo. A tensão entre eles estava se tornando palpável, quase insuportável.

— Não se engane, Anne — a voz de Gabriel soou baixa, quase um sussurro, mas suficientemente forte para vibrar em sua espinha. — Eu sei o que você está tentando fazer.

Ela tentou manter o controle, mas ele estava se aproximando demais. A cada palavra, ele estava quebrando a barreira que ela tinha construído entre ela mesma e ele. A bebida a tornava mais ousada, mais disposta a lidar com o caos que estava se formando entre eles. Não podia negar que algo estava acontecendo, algo que ela não sabia controlar.

— E o que você acha que estou fazendo, Gabriel? — Ela respondeu com um sorriso torto, tentando parecer desafiadora, mas não conseguindo esconder a leveza na sua voz. O tom estava diferente, mais sedutor, e ela sabia disso. Mas não ia admitir.

Gabriel a observou atentamente, e ela percebeu que o sorriso dele era agora um misto de diversão e algo mais obscuro. Ele estava testando seus limites, e ela sabia que ele sabia disso. Mas o que ele não sabia, era que ela também estava começando a testar os dele.

— Não faz sentido mentir agora — ele disse, se aproximando um pouco mais, até que os corpos estavam quase se tocando. — Eu vejo o que você sente. Mesmo que você tente esconder.

Anne sentiu seu coração acelerar. Não era só ele que estava em jogo ali. Ela sabia exatamente o que estava fazendo, mas também sabia que estava cavando um buraco profundo no qual não tinha mais como sair.

— O que você acha que eu estou sentindo, então? — Ela desafiou, encarando-o de perto. Ela estava tentando não demonstrar, mas a presença dele a deixava sem fôlego. Era como se a cada palavra, ele estivesse provocando uma explosão de sensações dentro dela, algo que ela não sabia como lidar.

Gabriel deu um passo ainda mais próximo, até que estavam quase colados. Ela podia sentir o cheiro dele, o calor de sua pele, e o modo como ele estava ali, imóvel, mas com uma força invisível a puxando para mais perto. O toque dele estava em toda parte, mas sem tocar. Apenas a presença dele fazia com que o ar ficasse denso, carregado de algo inconfundível.

— Eu acho que você está se entregando, Anne — ele sussurrou, a voz baixa, rouca, cheia de uma promessa não dita. — E sabe o que mais? Eu gosto de ver você se perder.

Ela não conseguia mais pensar direito. As palavras dele estavam entrando em sua mente e se espalhando pelo seu corpo, como se ela tivesse perdido a razão. Mas, antes que pudesse responder, ele finalmente a tocou. Um toque leve no braço, mas suficiente para ela sentir o choque elétrico percorrendo sua pele.

— Não me toque — ela disse, sua voz um pouco mais fraca do que ela gostaria, tentando resistir, tentando manter a distância. Mas era impossível.

Gabriel apenas sorriu, aquele sorriso de quem sabia que a tinha em suas mãos. Ele estava controlando cada movimento, cada palavra. Ele estava aproveitando a maneira como ela estava se entregando sem perceber.

— Você não pode mais me dizer o que fazer, Anne. Eu vejo o que está acontecendo com você. E isso... isso me deixa ainda mais interessado.

O ar entre eles estava pesado, como se uma linha tênue tivesse sido atravessada. Ela queria afastá-lo, mas ao mesmo tempo, algo dentro dela a impulsionava a se aproximar mais, a dar mais um passo nesse jogo que já não tinha mais regras. A bebida estava em seu sangue, mas o que realmente estava dominando seus pensamentos agora era a presença dele.

Ela se virou para o balcão, tentando esconder o rubor que subia em seu rosto, mas Gabriel não ia deixar isso passar. Ele a alcançou, colocando a mão sobre a dela no balcão, forçando-a a olhar para ele.

— O que você quer, Anne? — ele perguntou, com uma intensidade que fez o corpo dela estremecer. — Porque eu sei o que você quer. Só não quer admitir.

Ela podia sentir a provocação em cada palavra. Ela sabia que estava jogando um jogo perigoso. Mas, se havia uma coisa que ela sabia, era que não poderia se deixar dominar por ele. Não agora.

— Eu não sei o que você está dizendo — ela respondeu, a voz mais fraca do que ela gostaria, e isso o fez sorrir ainda mais. — Eu só quero me divertir.

Gabriel riu baixinho, e aquilo fez com que ela soubesse que ele estava se divertindo. Estava claro que ele sabia mais do que ela queria deixar transparecer.

— Então se divirta, Anne. Não há nada de errado em se entregar ao que você sente. — Ele se aproximou ainda mais, sua respiração agora tão perto que ela podia senti-la em sua pele. — Eu sei que você quer. Você só não tem coragem de admitir.

O coração dela estava batendo rápido demais, e ela estava perdida em um turbilhão de sentimentos. Queria empurrá-lo, afastar-se, mas não conseguia. Gabriel a tinha encurralada, e, de certa forma, isso a excitava ainda mais.

A tensão sexual entre eles estava no limite, e nenhum dos dois sabia até onde poderiam ir. O jogo estava apenas começando.

Sin límites - Gabriel GuevaraOnde histórias criam vida. Descubra agora