Anne ficou ali, parada na varanda, com o celular ainda nas mãos, olhando para a tela como se aquilo fosse a chave para resolver todo o emaranhado de emoções que ela estava sentindo. **"Eu tô confusa pra caralho, e isso é culpa sua."** Ela sabia que não deveria ter enviado aquilo, mas, ao mesmo tempo, não conseguia se arrepender. Gabriel estava em sua cabeça o tempo todo, e ela estava farta de tentar entender o que estava acontecendo sem falar sobre isso.
A fumaça do cigarro subia lentamente para o céu, mas Anne mal percebeu. Tudo o que ela conseguia pensar era no que Gabriel poderia responder. **Ele sempre tinha uma resposta, não importa a situação.** E ele não seria diferente dessa vez.
Quando a mensagem foi enviada, o celular ficou em silêncio por alguns minutos. **A tensão foi crescendo dentro dela.** Estava prestes a desistir de esperar quando o som de uma notificação cortou o silêncio. Ela olhou rapidamente para a tela. Era ele.
"Confusa, é? Fico feliz que tenha finalmente admitido. Mas, sinceramente, acho que você gosta disso, Anne. O que você realmente quer?"
As palavras estavam ali, desafiadoras e intensas, como sempre. Gabriel não se intimidava. Ele sabia exatamente o que fazer para deixá-la ainda mais tensa. Anne respirou fundo, tentando processar tudo. **"O que você realmente quer?"** A pergunta parecia simples, mas não era. Porque, no fundo, ela não sabia a resposta. E isso a incomodava profundamente.
Ela olhou para a mensagem mais uma vez. Era uma provocação. Ele estava jogando o jogo dele, e ela... Ela estava se deixando jogar. Mas não queria mais se esconder.
"Eu quero parar de me sentir uma idiota, Gabriel", ela respondeu, sentindo o peso daquelas palavras. "E você precisa parar de me fazer achar que você tem tudo sob controle."
Ela apertou o celular com força, como se isso fosse de alguma forma aliviar a tensão que estava acumulando dentro de si. Não demorou muito para que ele respondesse. Como sempre, Gabriel estava pronto para continuar o jogo.
"Se você não quer se sentir uma idiota, então pare de agir como uma. Ou talvez, só talvez, você goste disso. Sabe que eu posso te mostrar o quanto isso pode ser... interessante."
A mensagem de Gabriel vinha carregada de um tom quase irreverente, como se estivesse se divertindo com a situação, com o desconforto que ela sentia. Mas, no fundo, ele sabia exatamente o que estava fazendo. Ele estava empurrando Anne para um canto onde ela teria que escolher: continuar jogando esse jogo de provocações ou deixar que ele a dominasse completamente.
Anne sentiu um calafrio percorrer sua espinha. A sensação era estranha, confusa. **Ela sabia que estava na corda bamba.** A provocação de Gabriel estava funcionando mais do que ela queria admitir.
Ela olhou para o celular, mordeu o lábio inferior e, pela primeira vez naquela noite, sentiu algo mais forte do que a raiva. Era como se o desejo e a frustração se misturassem de uma forma que ela não sabia lidar.
"Você não entende, Gabriel", ela digitou rapidamente. "Eu não sei mais se te odeio ou se te quero."
Ela enviou a mensagem e sentiu um nó na garganta. Não deveria ter dito isso, mas já estava feito. Ela não podia mais voltar atrás.
O celular vibrou novamente, e a resposta de Gabriel foi imediata.
"Então, quem sabe a gente descubra isso juntos? Eu te espero na próxima esquina."
Anne leu a mensagem, o coração disparando. A ideia de encontrá-lo novamente, de estar perto dele, era a última coisa que ela deveria querer. Mas, ao mesmo tempo, era a única coisa que ela realmente desejava. O que diabos estava acontecendo com ela?
Ela olhou para Clara, que ainda estava no sofá, mexendo no celular, completamente alheia à turbulência interna que Anne estava enfrentando.
— Clara, você... você acha que eu sou uma idiota? — Anne perguntou, a voz hesitante, quase como se estivesse buscando aprovação.
Clara olhou para Anne, com uma expressão engraçada no rosto.
— Sério que tá me perguntando isso agora? — Clara riu, mas logo percebeu a seriedade de Anne. — Olha, você não é uma idiota, Anne. Você só... é humana. E se alguém consegue mexer tanto com você, é porque algo ali tá te deixando fora de controle. E não tem nada de errado nisso. Eu só espero que você não se machuque no processo.
Anne deu um sorriso forçado. **Não, ela não queria se machucar.** Mas, ao mesmo tempo, ela estava começando a perceber que não tinha mais controle sobre nada. **Ela estava jogando o jogo de Gabriel, e talvez gostasse disso mais do que estava disposta a admitir.**
De repente, o celular vibrou mais uma vez. A mensagem de Gabriel era simples, mas carregava aquele tom desafiador que ele sabia usar tão bem.
"Então, o que vai ser, Anne? Vai continuar correndo ou vem logo acabar com essa merda?"
Ela não sabia o que estava fazendo, mas, pela primeira vez em muito tempo, **Anne sabia que precisava ver Gabriel de novo.** Precisava encarar de frente essa confusão. Não mais pelas palavras, mas pelas ações.
Ela olhou para Clara, que agora estava deitada no sofá, claramente desconfortável com a situação.
— Eu... vou lá. — Anne falou, sem dar muitas explicações. — Eu preciso disso, Clara. Não consigo mais ignorar.
Clara a encarou por um momento, com um olhar preocupado, mas não disse mais nada. Ela apenas assentiu, como se já soubesse que não havia mais nada a ser feito.
Anne pegou a chave do apartamento e saiu sem olhar para trás.
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Sin límites - Gabriel Guevara
Fanfiction•Enemies to Lover • Tattoo • Espanha • Brigas • Palavrões • Drogas Lícitas e Ilícitas se isso te interessa, então veio para a fanfic certa