Anne acendeu mais um cigarro na varanda do seu apartamento, tragando fundo e sentindo a brisa fria da noite bater em seu rosto. O gosto da maconha misturada ao álcool ainda estava forte em seus sentidos, e tudo ao seu redor parecia um borrão confuso. **Gabriel estava mexendo com ela de uma forma que nenhum cara havia mexido antes, e ela odiava isso.**
"Por que ele tem que ser tão filho da puta?" pensou, soprando a fumaça no ar. Tudo nele era provocação, desafio. **Ele sabia exatamente como apertar os botões certos, e isso a deixava à beira da loucura.** Mas, ao mesmo tempo, havia algo nele que ela não conseguia ignorar. Algo que a fazia querer estar perto, mesmo sabendo que era perigoso.
Anne fechou os olhos por um momento, tentando lembrar o que tinha acontecido antes. **As farpas, o jogo de olhares... E, claro, aquele maldito beijo.** O problema era que, na confusão de seus sentimentos e na névoa de álcool e maconha, tudo parecia um sonho, algo surreal. Será que eles realmente tinham se beijado ou isso tinha sido coisa da sua mente bagunçada?
— Merda — ela murmurou, se jogando na cadeira de plástico da varanda.
A noite estava calma, mas a cabeça de Anne era o oposto. A confusão interna a atormentava, e a imagem de Gabriel estava cada vez mais clara em sua mente, ocupando mais espaço do que ela gostaria de admitir.
O celular vibrou ao seu lado, trazendo-a de volta à realidade. Ela pegou o aparelho e viu o nome de Clara brilhando na tela. **Suspirou antes de atender, sabendo que sua amiga tinha algo para falar — e não seria pouca coisa.**
— Fala — Anne disse, sem muita energia.
— Tá bem? — Clara foi direto ao ponto. A preocupação na voz da amiga era palpável, o que fazia Anne sentir uma pontada de culpa.
— Tô... ou quase isso — Anne respondeu, jogando a cabeça para trás e fechando os olhos, tentando relaxar. — O que aconteceu agora?
— Eu fui falar com o Gabriel — Clara soltou, como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Anne abriu os olhos imediatamente, surpresa.
— O quê?! Porra, Clara! — Anne sentou-se reta, sentindo o sangue subir de raiva. — O que você foi fazer lá?
— Fui proteger você, óbvio — Clara respondeu como se fosse óbvio, o que só deixou Anne mais irritada. — Ele tá te provocando, mexendo com a sua cabeça, e alguém precisava dar um basta.
— E você acha que foi a melhor ideia? — Anne bufou, jogando o cigarro no chão e pisando nele. — Eu não preciso que você interfira. Eu sei muito bem o que tô fazendo.
— Sei... — Clara respondeu, a ironia nítida na voz. — Você tá tão controlada que nem sabe o que sente por ele.
Anne ficou em silêncio. **Clara, como sempre, acertava em cheio.** Ela odiava admitir, mas estava completamente confusa em relação a Gabriel. **Entre o ódio, a atração e a irritação, não havia um só sentimento que ela pudesse definir com clareza.**
— Eu só... — Anne começou, mas logo parou, sem saber como continuar. Como ela poderia explicar algo que nem ela entendia direito?
Clara suspirou do outro lado da linha.
— Olha, amiga, eu te conheço. Sei que você acha que pode controlar tudo, mas com o Gabriel... Sei lá. Ele não é qualquer um. Ele tá mexendo com você de um jeito que eu nunca vi. E tô dizendo isso porque eu me preocupo.
Anne mordeu o lábio, tentando processar as palavras de Clara. **Ela não queria que Clara estivesse certa, mas no fundo sabia que estava.**
— Só tenta não se perder nessa confusão, tá? — Clara continuou, a voz mais suave agora. — E se precisar de mim, tô aqui. Sempre.
— Valeu, Clara — Anne respondeu, o tom mais calmo. — Eu vou ficar bem.
Quando desligou, Anne ficou encarando o celular por alguns minutos, sem saber exatamente o que fazer. **Ela sabia que precisava confrontar o que sentia por Gabriel, mas isso parecia uma tarefa impossível naquele momento.** Estava tudo tão misturado: o desejo, a raiva, a confusão.
Ela olhou para o maço de cigarros, pegou mais um e o acendeu, tentando relaxar. A fumaça subia lentamente, e Anne sentia seu corpo afrouxar com a combinação de maconha e bebida, mas a mente ainda estava a mil. **Gabriel estava ali, presente em cada pensamento, como se fosse impossível desligá-lo.**
Então, seu celular vibrou de novo. Desta vez, uma mensagem de Gabriel. O coração de Anne deu um salto involuntário.
**Gabriel:** "Pensando em mim?"
Ela soltou uma risada irônica, soprando a fumaça enquanto pensava em como responder. **Ele sempre sabia como mexer com ela, como fazer com que a mente dela ficasse ainda mais confusa.** E a pior parte? **Ela estava, sim, pensando nele. O tempo todo.**
**Anne:** "Nem nos meus piores pesadelos."
Ela imaginou o sorriso dele ao ler aquela mensagem, e um arrepio percorreu seu corpo. **Estava claro que o jogo entre eles estava longe de acabar. E, de alguma forma, aquilo a deixava excitada e apavorada ao mesmo tempo.**
Ela deu mais uma tragada no cigarro, jogando a cabeça para trás, deixando a fumaça preencher o ar. **Entre um turbilhão de sentimentos e o peso da noite, só uma coisa era certa: Gabriel Guevara estava mexendo com ela de uma forma que ninguém jamais havia conseguido.** E isso a aterrorizava.
Mas também a atraía.
Anne apagou o cigarro e levantou-se da cadeira.
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Sin límites - Gabriel Guevara
Fanfiction•Enemies to Lover • Tattoo • Espanha • Brigas • Palavrões • Drogas Lícitas e Ilícitas se isso te interessa, então veio para a fanfic certa