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                                  Nos Destroços.

Aemond.

Seu quarto estava mergulhado em uma penumbra inquietante, onde a luz das velas oscilava, lançando sombras longas e fragmentadas contra as paredes de pedra fria. Ele estava ali, em silêncio, sentindo o peso de sua respiração lenta e controlada, cada respiração como uma tentativa falha de domar o turbilhão que dominava seu peito. Visenya. O nome dela ecoava em sua mente como um feitiço enraizado no mais profundo de sua alma, uma obsessão que se recusava a ser silenciada.

Ele fechou o olho, deixando que a lembrança de sua pele fria e trêmula retornasse. A pele dela ainda vibrava em seus dedos, e o olhar que ela lhe lançara naquela noite em que a presenteou com a pulseira o perseguiu, oscilando entre resistência e vulnerabilidade. Ela havia se mantido altiva, recusando-se a sucumbir totalmente à sua presença, e isso o envenenava, incitando uma sede insaciável de possuí-la por completo.

Aemond passou as duas mãos pelo rosto, os dedos pressionando as têmporas como se pudesse expulsar delas a marca que ela havia deixado.

— Por que ela? — ele murmurou, a pergunta escapando com uma angústia que nem ele sabia que era capaz de sentir. Era insano, mas também real. Ela era dele, em pensamento e na carne, mas havia uma parte dela que ainda não lhe pertencia. E isso o corroía, transformando sua frieza em um desejo ardente e indomável, um desejo que não sabia se conseguia mais conter.

Ele deu um passo em direção à janela, mas o reflexo do próprio olhar o deteve, um olhar sombrio e perturbado. Havia algo quebrado ali, algo que não se curava. Ela deveria temer-me, submeter-se a mim, pensava, mas havia uma resistência em Visenya que o enredava. Havia algo nela que ele não conseguia controlar, uma força invisível que o desafiava mesmo em sua ausência.

Uma sombra de culpa emergia, como um veneno lento que contaminava cada pensamento de desejo. Sua mãe certa vez lhe disse que o verdadeiro poder era a habilidade de conquistar sem ferir. Mas como poderia conseguir isso com Visenya, quando tudo dentro de si clamava por controle, por possuí-la a qualquer custo?

Ele sabia que a havia marcado de maneira profunda, quebrando algo dentro dela. E, embora não admitisse, aquela sombra de culpa era como uma lâmina afiada que se enterrava lentamente em seu peito.

A obsessão o chamava, o desejo de vê-la dobrada à sua vontade, de vê-la olhar para ele sem aquela maldita resistência. Ele a queria em sua totalidade: o corpo e a alma, a essência indomável que ela escondia. Mas a culpa persistia, misturada ao desejo, transformando-o em algo ainda mais sombrio, um fogo que o queimava sem dó.

Por que você tem esse poder sobre mim? Pensou, sem resposta. Havia algo em Visenya que o espelhava, algo familiar e, ao mesmo tempo, distante. Ela era sua por direito, de um jeito que não poderia entender completamente. Ele a queria sob seu comando e, ao mesmo tempo, a queria com uma entrega verdadeira, o tipo de rendição que não pode ser forçada.

BLOODLINE • hotd Onde histórias criam vida. Descubra agora