𝑬𝒑í𝒍𝒐𝒈𝒐,
ato doisA luz suave do sol matinal atravessava a cortina fina do quarto, banhando o rosto de Aaron com um brilho dourado. Os olhos dela piscaram, pesados e cansados, enquanto ela tentava se situar. A respiração ainda era um pouco irregular, e a dor constante nas costelas a lembrava de onde estava. O ambiente ao seu redor era silencioso, exceto pelo som monótono dos monitores cardíacos e pelos passos suaves que ecoavam do corredor.
Aaron virou a cabeça lentamente, e então percebeu que não estava sozinha. Sentada em uma cadeira ao lado de sua cama estava Carmen Diaz. As mãos dela estavam cruzadas sobre o colo, os dedos apertados com força, como se lutasse contra algum tipo de emoção que tentava transbordar. Os olhos de Carmen estavam fixos no chão, mas, ao notar que Aaron acordara, ela levantou o olhar, mostrando uma expressão que misturava cansaço e preocupação.
— Dona Carmen? — A voz de Aaron saiu baixa, rouca, como se cada palavra exigisse um esforço imenso. Ela sentiu o coração acelerar. — O Miguel... como ele tá?
Carmen respirou fundo antes de responder. Sua expressão endureceu por um instante, mas logo um pequeno sorriso forçado surgiu em seus lábios.
— Ele... vai ficar bem. — Sua voz era hesitante, quase quebrada, como se cada palavra carregasse um peso insuportável. — Eles vão levá-lo para a operação em breve.
Aaron sentiu o corpo afrouxar um pouco contra o travesseiro. Ela fechou os olhos, deixando um suspiro escapar, misturado com um alívio que fazia suas lágrimas ameaçarem cair novamente.
— Que bom... — murmurou, a voz trêmula.
O silêncio que se seguiu foi sufocante. Carmen parecia querer dizer mais alguma coisa, mas hesitava. Ela olhou para Aaron por alguns segundos, estudando o rosto da garota. Aaron percebeu aquele olhar e desviou o dela, tentando não parecer tão vulnerável quanto se sentia.
— E você, Aaron? — Carmen perguntou finalmente, sua voz carregada de uma preocupação genuína, mas também de algo mais profundo, algo que Aaron ainda não conseguia identificar. — Como você está?
Aaron deu de ombros levemente, seus dedos brincando com a ponta do lençol sobre ela.
— Acho que tô bem... — respondeu, quase sussurrando. — Me disseram que vou ter alta amanhã.
Carmen assentiu, mas o desconforto dela era palpável. Ela desviou o olhar, como se estivesse reunindo coragem para continuar a conversa. Aaron sentiu o coração apertar. Aquilo não era só uma visita de cortesia. Havia algo errado.
Depois de alguns instantes de hesitação, Carmen finalmente falou, mas sua voz parecia ainda mais pesada.
— Aaron... eu sinto muito.
Aaron ergueu os olhos para ela, confusa.
— Pelo Miguel? — perguntou, quase de imediato. — Eu também... — Mas antes que pudesse continuar, Carmen balançou a cabeça.
— Não. — Ela respirou fundo, os olhos marejados. — Não é sobre isso.
O coração de Aaron disparou. A tensão no ar era quase tangível. Ela olhou para Carmen, esperando pelo que vinha a seguir, e cada segundo parecia durar uma eternidade.
— O que foi, então? — Aaron perguntou, hesitante, tentando ignorar o pânico que começava a se instalar em seu peito.
Carmen olhou para as mãos, respirou fundo mais uma vez e, finalmente, soltou:
— Eu sei quem começou a briga. O Johnny... ele me contou. E ele não vai mais chegar perto da minha família outra vez.
As palavras pareceram ecoar no quarto. Aaron congelou. Era como se o chão tivesse desaparecido sob seus pés. Ela sentiu a respiração falhar e desviou o olhar, sem saber como reagir. Seus dedos apertaram o lençol com força, e o silêncio entre as duas se tornou ainda mais insuportável.
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✸ 𝙎𝙏𝙍𝙀𝙉𝙂𝙏𝙃𝙀𝙉 ✸ 𝘙𝘰𝘣𝘣𝘺 𝘒𝘦𝘦𝘯𝘦
Hayran Kurgu❝ 𝘚𝘩𝘰𝘸 𝘮𝘦 𝘢𝘭𝘭 𝘺𝘰𝘶𝘳 𝘴𝘵𝘳𝘦𝘯𝘨𝘵𝘩𝘦𝘯, 𝘨𝘪𝘳𝘭 ❞ FORÇA | ✸ Aaron Macgyver, aos dezesseis anos, se vê envolvida no passado da sua mãe quando o dojo Cobra Kai é reaberto por Johnny Lawrence. Confront...