Jimin
Durante o jantar, o calor que ganhou vida entre Jungkook e eu no chuveiro, ferveu logo abaixo da superfície. Felizmente, ele não fez perguntas que eu não estou pronto para responder. Ele contou histórias sobre sua infância e crescimento com Nico e Knox. Contei a ele sobre meus avós e que minha avó era a pessoa mais incrível que já conheci.
Assim que lavamos os pratos, Jungkook pega minha mão e me puxa em direção à porta.
— Vamos, vamos nos sentar perto do fogo.
Lá fora há uma sinfonia de grilos cantando e uma coruja piando ao longe. Não há barulho de cidade aqui; é um dos lugares mais tranquilos em que já estive. Jungkook rapidamente atiça o fogo novamente no poço de tijolos nos fundos.
— Acho que você tem muita prática com isso. Eu levaria um mês para conseguir isso.
— Meu pai me ensinou quando criança sempre que íamos acampar, e eu sempre acendo um quando estou aqui. Estando nas montanhas, geralmente há um leve frio no ar à noite, não importa a época do ano. — Ele me puxa para as cadeiras de acampamento que ele colocou ao redor do poço. Cada um de nós se senta, desfrutando do silêncio.
— É incrível aqui em cima. Eu realmente amo que parece que somos as duas únicas pessoas no mundo. Parece... seguro. — Um olhar intenso cruza seu rosto antes que ele me puxe sobre o braço da cadeira e coloque seus lábios macios nos meus.
Parece o céu.
Ele não tem pressa no início, esfregando para frente e para trás, como se estivesse memorizando a forma e a textura. Sua mão livre segura o lado do meu rosto, e seu polegar acaricia minha bochecha. A gentileza de tudo isso traz lágrimas aos meus olhos. Não conheço um toque suave desde que minha avó faleceu. Ele se afasta, aperta minha mão com a dele e coloca as duas em sua coxa.
— Eu nunca trouxe outra pessoa aqui, exceto meu pai. Achei que odiaria ter outra pessoa neste espaço comigo. Sempre tem sido meu refúgio longe do mundo.
— Ei, você me sequestrou e me trouxe aqui. Eu não invadi seu espaço.
— Acalme-se, Jimin. Eu não estava lamentando. O que eu ia dizer é que gosto de ter você aqui comigo. É bom ter alguém com quem se divertir.
Envergonhado pela minha pressa de julgar, eu aceno e olho para o fogo crepitante. Nenhum de nós fala por um tempo, ambos apreciando o silêncio. Eu finalmente tenho coragem de falar o que penso.
— Eu gosto disso também. O problema é que nada mudou em relação à minha situação. Eu não sei onde isso poderia ir.
— Vamos discutir isso mais tarde, apenas relaxe.
**
Minhas pernas me arremessam pela floresta em um ritmo desumano, deslizando sobre troncos e galhos. Fios de vapor branco saem da minha boca com cada respiração áspera, e a dor no meu lado me obriga a parar. Passos batendo atrás de mim me empurram para ir mais rápido. Instintivamente, sei que se vou diminuir a velocidade, será o fim para mim. Um galho caído me faz tropeçar, e eu caio de joelhos, mal parando meu rosto de bater no chão. O som de galhos quebrando atrás de mim me tira do meu torpor. Empurrando para os meus pés, eu me levanto novamente, sabendo que é tarde demais. Braços se estendem ao redor da minha cintura enquanto o peso de um corpo me traz de volta ao chão, tirando o ar dos meus pulmões com um assobio. Mãos fortes agarram meus ombros, me virando de costas. Olhos negros e sem alma que eu esperava nunca mais ver me encarando. Eu luto para me libertar e grito por ajuda. No fundo, eu sei que não há ninguém por perto para vir em meu socorro.
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Salvo (Ele é Meu 3 ) •| Vs Jikook
Short StoryFugir do meu pai e da vida que ele havia planejado para mim tem sido uma escolha fácil. Eu nunca tive a coragem de entrar no negócio da família. Durante meses, mantive minha cabeça baixa e presa às sombras, com medo de que ele me encontrasse. Agor...