Samira lentamente levantou a cabeça, e seus olhos se encontraram com o olhar de um homem. Não era como os outros vikings, cujos olhares eram imundos e desprovidos de qualquer compaixão. Não. O olhar daquele garoto era diferente: era vazio, duro, imp...
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Samira estava escondida no celeiro, o feno abafando seu corpo enquanto o som do caos ecoava pela vila. Seu pai e seu irmão haviam saído para defender a aldeia, e a angústia no peito de Samira parecia mais pesada do que o feno sobre ela. Ela sabia que seu pai lutava para proteger todos, mesmo sabendo das dificuldades que enfrentava. Arvid, seu irmão, estava na entrada do celeiro, pronto para protegê-la até o fim.
O som de lâminas sendo desembainhadas e gritos distantes foi interrompido pela voz grave do pai:
- Não vão tocar em ninguém! - A força em suas palavras ecoou na quietude da aldeia. Mesmo sendo um homem simples, com uma lâmina velha, ele estava disposto a enfrentar os vikings até o último suspiro.
Samira fechou os olhos, desejando poder fazer algo para ajudá-los, mas a única coisa que conseguia fazer era se esconder, esperando que os inimigos não a encontrassem.
Do lado de fora, o barulho dos passos dos invasores e os gritos de batalha começaram a ficar mais altos. O som de seu irmão se aproximando com o machado nas mãos cortou o ar.
- Se quiserem passar por aqui, terão que me matar primeiro! - Arvid gritou, tentando manter a frente para garantir que Samira tivesse tempo.
Um dos vikings, um homem grande com uma cicatriz no rosto, se aproximou e riu.
- Corajoso... Vamos ver quanto tempo você aguenta. -
Arvid avançou, machado em mãos, desferindo um golpe que parecia ter toda a força de sua juventude. Mas o viking desceu seu machado com rapidez e precisão, derrubando Arvid com um golpe pesado. O som de metal cortando carne e o gemido de dor do irmão de Samira fizeram seu coração se apertar.
- Arvid! - Ela sussurrou, os olhos se enchendo de lágrimas.
Ela queria correr até ele, mas sabia que não havia nada que pudesse fazer. O pai gritou mais uma vez, sua voz se destacando no caos.
- Fiquem longe da minha família! -
Antes que pudesse perceber, o viking maior se afastou de Arvid e olhou para o interior do celeiro. A tensão no ar era palpável, e Samira segurou a respiração, temendo ser encontrada.
- Tem alguém aí? - Uma voz jovem e fria perguntou do lado de fora, cortando o barulho da luta.
Samira congelou. Aquela voz... Ela não parecia ter mais do que a sua idade. E, apesar de ser jovem, ela transmitia uma estranha sensação de comando. Um novo viking apareceu, loiro e com um olhar calculista. Ele olhou diretamente para o celeiro, como se soubesse exatamente onde ela estava.
- Tem alguém aí! - Disse ele, sua voz calma e certeira.
Antes que Samira pudesse se mover, um dos outros vikings entrou no celeiro e a agarrou pelo braço, a puxando violentamente para fora. Ela lutou, mas era inútil. Seus gritos eram abafados pela mão do viking que a segurava.
- Encontrei uma! - O homem exclamou, arrastando-a para fora.
Arvid, ainda de joelhos, tentou se levantar, mas o viking maior empurrou-o de volta ao chão com um único movimento.
- Soltem ela! - Arvid gritou, seu rosto contorcido pela dor e pela frustração.
Samira foi forçada a olhar
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