• Brinquedinho

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O vapor do chuveiro preenchia o banheiro, criando uma nuvem espessa que envolvia Anne e Gabriel enquanto estavam juntos no banho. Gabriel a tinha puxado para dentro, sem dar tempo para protestos, e ali estavam, se divertindo, rindo e aproveitando aquele momento íntimo. A água quente caía sobre eles, e a sensação era de conforto absoluto. Não havia mais espaço para confusão entre eles, apenas o toque de Gabriel e o sorriso de Anne, que pareciam finalmente se encaixar.

Ela encostou a cabeça no peito dele, sentindo o coração dele bater forte e regular. Gabriel sorriu, brincando com o cabelo molhado de Anne.

— Então... você gostou da surpresa de ontem? — ele perguntou, sua voz baixa, suave, enquanto passava as mãos pelas costas dela.

Anne sorriu, fechando os olhos por um segundo, enquanto o calor da água se misturava ao calor de seu corpo, sentindo-se segura ali.

— Eu gostei... mais do que eu imaginava — ela respondeu com sinceridade, sorrindo de volta para ele.

Mas, antes que o momento pudesse se estender, o celular de Anne, que estava na prateleira do banheiro, começou a vibrar insistentemente. Gabriel olhou para o telefone e, sem pensar muito, pegou o aparelho. Quando viu o nome de Henrique na tela, franziu a testa.

— Henrique... — Gabriel murmurou, com um tom que não passava despercebido por Anne.

Anne olhou para ele, mas não teve tempo de reagir antes de Gabriel atender.

— O que você quer? — Gabriel respondeu, a voz carregada de irritação. Ele estava ciente de que não era exatamente uma surpresa que Henrique ainda estivesse tentando falar com Anne.

— Ah, você... — Henrique respondeu do outro lado da linha, com um tom zombador. — Vejo que está com a Anne. Me faça um favor e pare de tentar se meter entre a gente, tá bom?

Anne arregalou os olhos ao ouvir a voz de Henrique, a última coisa que ela esperava era essa ligação. Ela tentou pegar o celular de Gabriel, mas ele a segurou firmemente.

— Você não manda em nada, Henrique. — Gabriel retrucou, claramente agitado. — A Anne não te deve explicação, e você não tem nenhum direito de falar comigo dessa forma.

Do outro lado, Henrique riu com escárnio, sem se intimidar.

— Ah, você está com essa pose de macho, né? Pode ficar tranquilo, eu só estava tentando saber se você ainda estava enganando a Anne. Mas parece que não, né? Ela já está pulando de galho em galho. — Henrique deu uma risada, como se estivesse se divertindo com a situação.

Anne, que até aquele momento estava apenas ouvindo, se sentiu completamente invadida e começou a se irritar.

— Henrique, para de putaria. — Ela gritou, tentando tirar o telefone de Gabriel, mas ele a segurou novamente. — Não é mais da sua conta! Não tem mais nada entre a gente!

—. Agora é você, que está fazendo o papel de namorado perfeito, né? Não engana ninguém.

Henrique, sem esperar mais uma resposta de Gabriel, já ia desligar o telefone, mas antes, soltou mais um xingamento.

— Vai se fuder, vocês dois. Logo ela te troca, por que você sabe que nunca vai ser o suficiente.

Com um clique seco, Henrique desligou. Gabriel olhou para Anne, e os dois ficaram em silêncio por um momento. A tensão no ar era palpável.

Anne estava irritada, seus olhos brilhando de raiva e frustração. Ela se afastou de Gabriel, ainda sem acreditar na ligação e nas palavras de Henrique. Não queria mais nada daquela situação. Não queria que ele continuasse se metendo entre ela e Gabriel.

Sin límites - Gabriel GuevaraOnde histórias criam vida. Descubra agora