O tempo parecia se arrastar como se o próprio ar estivesse se tornando mais denso e sufocante. Samira mal conseguia respirar, seus olhos estavam turvos de desespero enquanto o viking a arrastava para o quarto dele. O cheiro de suor e vinho exalava do homem, que sorria como se já tivesse conquistado sua vítima, seu troféu. Ela sentia o peso de sua impotência tomando conta dela, uma sensação fria e sufocante que a envolvia por completo.
Seus pés não conseguiam acompanhar o ritmo dele, e a cada passo que dava, sua mente se enchia de pensamentos frenéticos, tentando encontrar uma forma de escapar, mas as palavras de sua mãe, que lhe ensinara a se manter calma diante da adversidade, pareciam ecoar sem força alguma em seu coração aflito. Ela sentia o corpo tremer, não apenas pelo medo, mas pela raiva que estava começando a crescer dentro dela, uma raiva que a estava consumindo e, ao mesmo tempo, a cegava.
Ela foi empurrada para dentro do quarto imundo, o cheiro de carne podre e fumo a envolvia como uma camada suja de desespero. O viking se aproximou com um sorriso sádico, passando a língua pelos lábios, como se estivesse saboreando o momento. Samira, com a mente a mil, tentou lutar contra a sensação de náusea que subia pela garganta.
Ela olhou para as paredes, para os móveis sujos e o chão coberto de palha. O desespero a fazia ver o mundo de maneira mais turva, mais escura. Cada segundo que passava naquele lugar parecia ser uma eternidade. Ela não sabia o que fazer, não sabia como escapar daquela situação.
— Não tente resistir — Disse o viking, com a voz rouca e cheia de malícia.
— Vai ser bom para nós dois. —
As palavras dele soavam como um eco distante em sua mente. Ela sentiu um nó apertando sua garganta. Nada na sua vida poderia prepará-la para algo tão repugnante. Ela queria gritar, correr, bater nele, mas o medo de não conseguir e de acabar em uma situação ainda pior a paralisava. A sensação de impotência a esmagava, fazendo com que ela se sentisse cada vez menor.
Foi então que, na sua mente, uma ideia fugaz surgiu — uma ideia de resistência. Ela não sabia como, mas algo dentro dela se recusava a aceitar aquela situação como algo definitivo. Era uma chama fraca, mas não estava pronta para se apagar. Samira forçou sua mente a se concentrar, ignorando a repulsa que sentia por aquele homem. Ela olhou para o lado e viu uma lâmina enferrujada jogada sobre a mesa.
Seus olhos brilharam com um ímpeto de sobrevivência. Talvez fosse o único recurso que restava.
O viking se aproximou, e Samira, com um movimento rápido, agarrou a lâmina. Seu coração batia forte no peito, a adrenalina começando a tomar conta de seu corpo. Ela não sabia se conseguiria, mas estava determinada a lutar até o fim.
No momento em que o viking se inclinou para tocá-la, Samira usou a lâmina para golpear seu braço, tentando desferir o máximo de dor que fosse possível. O viking gritou, surpresa e raiva em sua expressão, e tentou afastá-la, mas ela, desesperada, não o deixou. Ela sentia as lágrimas escorrendo, misturadas com a raiva, a dor e a vergonha. Mas ela não queria ser uma vítima. Ela queria ser algo mais.
Mas o viking, com mais força, conseguiu imobilizá-la, jogando-a para o chão com brutalidade. Ele riu, sem entender a persistência dela, sem ver o fogo em seus olhos. Samira, atordoada, sentia as forças lhe fugindo, mas não desistia.
Ela sentia, no fundo de seu ser, que o que mais a matava não era a dor, não era o medo... mas a sensação de que não havia ninguém para ajudá-la. Ela olhou para a porta, na esperança de que alguém, qualquer um, viesse para interromper aquele pesadelo. Mas ninguém apareceu.
O viking se aproximou de novo, com um sorriso ainda mais sádico, e Samira, em um último ato de desespero, gritou por ajuda. Mas sua voz era uma mistura de angústia e impotência.
"Será que alguém ouviria?"
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Mot. (Thorfinnxleitora)
FanfictionSamira lentamente levantou a cabeça, e seus olhos se encontraram com o olhar de um homem. Não era como os outros vikings, cujos olhares eram imundos e desprovidos de qualquer compaixão. Não. O olhar daquele garoto era diferente: era vazio, duro, imp...