Samira sentiu o terror tomar conta de seu corpo quando o viking avançou em sua direção, seus olhos fixos nela como se fosse uma presa fácil. Ele se aproximou sem pressa, com um sorriso perverso nos lábios, e suas mãos começaram a roçar o corpo dela, deslizando pelas suas roupas, tocando-a de maneira indesejada. Cada movimento dele era como uma tortura para ela, e o desespero tomava conta de sua mente. O coração batia descompassado, e a única coisa que ela conseguia pensar era em escapar, mas as forças pareciam fugir dela a cada segundo.
— Você tem uma aparência tão boa... — Ele disse, a voz cheia de satisfação enquanto seus dedos percorriam sua pele, explorando-a. Samira tentava se afastar, mas suas mãos a seguravam com força, e ela mal conseguia se mover.
Ela queria gritar, queria se libertar daquela situação, mas a única coisa que saía era um choro abafado, sua garganta apertada pela angústia. Ela olhou para ele com ódio e medo, sentindo-se cada vez mais impotente.
Quando ele finalmente se aproximou para beijá-la à força, algo dentro dela estourou. A raiva e o pavor se misturaram em uma explosão de adrenalina. Com um movimento desesperado, Samira empurrou o viking para longe, aproveitando a fraqueza momentânea dele, e correu o mais rápido que pôde para fora do quarto.
Seus pés mal tocavam o chão enquanto ela se afastava, as lágrimas escorrendo livremente pelo seu rosto, seu corpo tremendo de medo e raiva. A porta atrás de si bateu, e ela correu pelos corredores escuros do navio, sem saber para onde estava indo, mas com uma única ideia em mente: escapar.
Ela encontrou um quarto vazio e se atirou para dentro, trancando-se lá. O silêncio tomou conta de seu corpo, mas o eco dos gritos furiosos do viking ainda podia ser ouvido do lado de fora. O som dos passos pesados se aproximando do quarto fez o coração de Samira disparar. Ela mal conseguia respirar, sentindo o pânico tomando conta de seu corpo. Seus olhos estavam lacrimejados, a dor e o medo estavam quase a sufocando, mas ela continuou correndo, correndo como se sua vida dependesse disso — e, de fato, dependia.
Ao entrar no quarto vazio, ela fechou a porta com um baque pesado, tentando se esconder, tentando se distanciar de tudo aquilo, de tudo o que estava acontecendo. Ela estava paralisada de medo, sem saber o que fazer, sua mente em completo caos. O som das vozes lá fora, dos xingamentos e risadas obscenas dos vikings, parecia ecoar como um grito em sua mente.
Mas então, ao olhar para o interior do quarto, ela congelou. Diante dela, deitado em uma cama, estava Thorfinn. Ele estava ali, calado, observando-a com um olhar distante, mas frio. Samira não conseguia compreender. Ela sentiu o medo aumentar, como se um monstro estivesse prestes a saltar sobre ela. Seu corpo se enrijeceu, e ela ficou sem ação, paralisada diante dele. O viking que a havia atacado estava ainda lá fora, furioso e ameaçador.
Thorfinn, sem dizer uma palavra, fez um gesto sutil com a cabeça, apontando para um baú que estava encostado ao lado da cama. Samira olhou para o baú, confusa, sem saber o que ele queria. Mas a ideia, ainda que aterrorizante, foi o suficiente para fazer sua mente se mover novamente. Ela não tinha mais escolha. Sem dizer nada, ela se aproximou do baú e o abriu, respirando com dificuldade, tentando se acalmar.
Com as mãos trêmulas, ela se encolheu dentro do baú, fechando a tampa o mais silenciosamente possível. No entanto, seu corpo ainda estava tenso, seus olhos ainda saltando para a porta, esperando o pior. Ela podia ouvir o barulho dos pés pesados do viking se aproximando, as palavras que ele falava, os insultos. Ele estava tão próximo.
A porta se abriu abruptamente, e Samira prendeu a respiração. Ela ouviu a voz rouca e irritada do viking que a perseguira:
— Onde está a garota? — Ele perguntou, procurando em cada canto do quarto.
Samira podia sentir seu estômago revirar, e seu corpo estava em pânico, mas se manteve silenciosa. Thorfinn não parecia se importar. Ele estava ali, deitado na cama, com um olhar entediado, quase zombando da situação. O viking se aproximou dele, com passos pesados, perguntando sobre ela novamente.
Thorfinn apenas olhou para ele e, com um tom sarcástico, respondeu:
— Não tenho ideia, velho. Se ela estivesse aqui, eu teria dado um jeito em tudo já, né? Não parece ser do meu tipo, sabe? —
O viking bufou, claramente irritado com a resposta de Thorfinn. Ele olhou para o quarto mais uma vez, ainda desconfiado, mas não disse mais nada, e finalmente saiu, fechando a porta com um estrondo.
Samira, agora, podia ouvir o som dos passos do viking se afastando, mas não ousava sair do baú imediatamente. Ela permaneceu ali, suando, tremendo, esperando que a ameaça tivesse passado. Seu coração batia forte, mas a sensação de alívio não durou muito. Ela ainda não sabia o que aconteceria com ela, ou por que Thorfinn havia a ajudado.
Ela ficou ali, dentro do baú, esperando que o tempo passasse mais rápido, que a noite acabasse. Ela não queria ver ninguém, não queria que ninguém a visse. Tudo o que ela queria era que aquele pesadelo acabasse de uma vez por todas.
Mas dentro de si, algo havia mudado. A raiva ainda estava ali, mas, junto a ela, uma pequena dúvida começou a crescer.
"Thorfinn... o que ele queria com ela? O que ele estava pensando?"
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Mot. (Thorfinnxleitora)
FanfictionSamira lentamente levantou a cabeça, e seus olhos se encontraram com o olhar de um homem. Não era como os outros vikings, cujos olhares eram imundos e desprovidos de qualquer compaixão. Não. O olhar daquele garoto era diferente: era vazio, duro, imp...