Enquanto saíam do estúdio do amigo de Gabriel, ele a puxou pela cintura, dando um último beijo suave na testa dela antes de seguirem para o carro. Anne sorriu, se sentindo mais leve do que há dias.
— Vamos lá, te deixo no estúdio. Você tem clientes hoje, né? — Gabriel perguntou, ligando o carro e saindo pelas ruas já começando a se encher de luz.
Anne assentiu, ajeitando o cabelo úmido com os dedos.
— Sim, alguns clientes marcaram de última hora. Mas eu vou sobreviver. — Ela riu, virando-se para olhar pela janela.
Enquanto o carro seguia pelas ruas tranquilas de Madrid, o silêncio que os envolvia não era mais carregado de tensão ou dúvida. Era o tipo de silêncio reconfortante, onde as palavras eram desnecessárias. Eles estavam em sintonia de uma forma que Anne nunca imaginou que seria possível.
Gabriel estacionou em frente ao estúdio de tatuagem de Anne, um lugar que ela chamava de seu refúgio, onde podia ser quem era, sem medo de julgamentos. Ele desligou o motor e se virou para ela, com um sorriso tranquilo.
— Pronta para mais um dia de agulhas e tinta? — Ele provocou, com aquele brilho nos olhos que Anne tanto adorava.
Ela riu, balançando a cabeça.
— Sempre. — Ela se inclinou para dar um beijo rápido nele, mas antes que pudesse se afastar, Gabriel a segurou pela nuca, prolongando o beijo com uma intensidade inesperada.
Quando eles finalmente se separaram, Gabriel a olhou com seriedade.
— Lembre-se de uma coisa, Anne. Qualquer coisa que acontecer, qualquer ex maluco que te ligar, eu tô aqui. Eu quero que a gente siga em frente, sem distrações.
Anne olhou para ele, sentindo o coração apertar de leve com as palavras. Não era algo dramático ou cheio de promessas exageradas, mas ela sabia que ele falava a verdade. Gabriel era uma constante que ela não estava pronta para perder, e perceber isso só fortalecia o que ela sentia.
— Eu sei, Gabriel. E eu quero o mesmo. — Ela sorriu de leve, se inclinando para pegar sua bolsa no banco de trás.
Ela saiu do carro e, antes de fechar a porta, deu uma última olhada nele.
— Nos vemos mais tarde? — Ela perguntou, um toque de expectativa na voz.
Gabriel sorriu e assentiu.
— Com certeza. Vou te buscar depois.
Anne fechou a porta e entrou no estúdio, sentindo o cheiro familiar de tinta e desinfetante no ar. Enquanto acendia as luzes e preparava o espaço para o dia, ela não pôde evitar de sorrir. Algo dentro dela havia mudado. Talvez fosse a paz que finalmente encontrara com Gabriel, ou a sensação de que, pela primeira vez em muito tempo, tudo parecia estar no lugar.
Ao passar pela sala de espera e olhar pela janela, ela viu Gabriel ainda parado no carro, observando-a com um sorriso. Ele acenou uma última vez antes de arrancar.
O dia no estúdio começou calmo. Anne organizou suas tintas, preparou suas agulhas e colocou suas músicas favoritas para tocar, sentindo-se renovada após os momentos tranquilos que teve com Gabriel. Mas, à medida que as horas passavam e os primeiros clientes chegavam, ela não conseguia deixar de pensar nele. Gabriel ocupava cada pensamento seu, e o sorriso bobo no rosto não passava despercebido.
— Alguém está de bom humor hoje, hein? — Clara, sua melhor amiga e colega de trabalho, apareceu no estúdio, lançando um olhar curioso para Anne.
Anne deu de ombros, tentando parecer despreocupada, mas o rubor em suas bochechas a denunciou.
— Talvez... — ela disse, com um sorriso tímido. — Só um bom começo de dia.
Clara estreitou os olhos e se aproximou, cruzando os braços.
— Tá, vai, desembucha. Isso tem a ver com o Gabriel, não tem?
Anne mordeu o lábio, hesitando por um segundo antes de soltar um suspiro e se deixar levar pela confiança que tinha em Clara.
— A gente... acho que as coisas estão finalmente se acertando entre nós. Passamos a noite juntos, sem brigas, sem farpas. Só nós dois.
— Não acredito! — Clara quase gritou, empolgada, dando um leve empurrão em Anne. — E como foi?
— Foi... incrível. — Anne se pegou sorrindo ao lembrar da noite anterior. — Só que, claro, teve um momento tenso. O Henrique ligou e deu aquela surtada básica, mas o Gabriel atendeu e...
— Ah, não! — Clara levou a mão à testa, incrédula. — Isso não acabou em briga?
Anne balançou a cabeça.
— Mais ou menos. O Gabriel ficou irritado, a gente discutiu um pouco, mas depois... nos resolvemos no banho.
Clara abriu a boca, surpresa.
— No banho? Você deu pra ele né sua safada — Ela riu. - Então finalmente acabou os joguinhos?
Anne assentiu, sentindo-se leve pela primeira vez em muito tempo.
— CLARA!!!!!!! QUE ISSO - ela ri e fica vermelha - Sim, acho que finalmente decidimos parar de enrolar. Eu não quero mais ficar nesse impasse, sabe?
— Finalmente! — Clara deu um sorriso largo. — Eu sabia que esse dia ia chegar. Você e o Gabriel têm essa conexão desde o começo, era só questão de tempo.
Anne sorriu, aliviada por ter alguém com quem compartilhar seus sentimentos. Elas continuaram conversando por alguns minutos até que o alarme da porta tocou, indicando a chegada de um cliente. Era o primeiro cliente do dia, e Anne sabia que precisava focar no trabalho. Clara se despediu e foi cuidar de suas próprias coisas, deixando Anne sozinha no estúdio com seus pensamentos.
Mais tarde, enquanto tatuava, Anne sentiu seu celular vibrar no bolso. Com um movimento rápido, ela deu uma olhada na tela e viu uma mensagem de Gabriel.
Gabriel: "Como está indo aí? Quero saber quando posso te raptar de novo. 😏"
Anne não conseguiu evitar o sorriso que cresceu em seu rosto. Ele sempre conseguia tirar o melhor dela, mesmo em pequenos momentos.
Anne: "Foco, rapaz! Estou trabalhando aqui kkkkkkkk "
Ela guardou o celular de volta no bolso, tentando não se distrair demais. Mas a presença de Gabriel em sua mente era quase palpável. A forma como ele a olhava, o jeito carinhoso que ele tinha depois que as provocações pararam... tudo isso era novo, mas reconfortante.
Ao final do expediente, Anne já estava esgotada, mas com o coração leve. Quando ela fechou o estúdio e se preparava para ir embora, ouviu uma batida suave na porta de vidro. Ao olhar, viu Gabriel do outro lado, com um sorriso no rosto e as mãos nos bolsos da jaqueta de couro.
— Achei que você precisava de uma carona — ele disse, enquanto ela destrancava a porta.
Anne abriu um sorriso, se jogando nos braços dele, sentindo-se segura naquele abraço.
— Como você sempre aparece na hora certa?
Gabriel sorriu, beijando a cabeça dela.
— Instinto.
Eles caminharam juntos até o carro, e, durante o trajeto, Anne se pegou pensando em como tudo parecia estar se encaixando. E, por mais que ainda houvesse muito a resolver, ela estava pronta para enfrentar o que viesse.
No carro, enquanto Gabriel dirigia pelas ruas iluminadas, Anne olhou para ele de canto de olho, observando o jeito despreocupado com que ele guiava o volante. Por algum motivo, ela sentiu que, com ele ao seu lado, tudo seria mais simples.
— A gente está mesmo nisso, né? — Anne perguntou, sua voz baixa, quase com medo de quebrar o momento.
Gabriel olhou rapidamente para ela, com um sorriso suave.
— Acho que sim. — Ele parou no semáforo e se virou para ela. — E, pra ser sincero, tô gostando bastante dessa ideia.
Anne sorriu, e aquele sorriso parecia resumir tudo que sentia.
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Sin límites - Gabriel Guevara
Fanfiction•Enemies to Lover • Tattoo • Espanha • Brigas • Palavrões • Drogas Lícitas e Ilícitas se isso te interessa, então veio para a fanfic certa