• O grande dia

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Duas semanas se passaram. O sol ainda não havia se erguido completamente no horizonte quando Gabriel começou a empacotar suas coisas, preparando-se para partir. A casa estava em um silêncio tenso, como se tudo estivesse esperando para acontecer. Anne estava ali, ao lado dele, ajudando a colocar as últimas coisas na mala, mas nenhuma palavra parecia suficiente para descrever o que ambos estavam sentindo. O clima entre eles estava carregado de emoções não ditas, e o peso da partida de Gabriel era inegável.

Gabriel estava tentando ser o mais tranquilo possível, mas seu coração batia mais rápido do que ele gostaria de admitir. Cada peça de roupa que ele colocava na mala parecia carregar consigo a sensação de que estava deixando para trás uma parte de si mesmo. Não era só a casa que ele estava deixando para trás, mas a vida que ele havia construído com Anne.

Anne estava ao seu lado, os olhos um pouco marejados, mas tentando manter a compostura. Ela queria sorrir, queria garantir a ele que tudo ficaria bem, mas a verdade era que o coração dela também estava apertado. Ela o amava, mas sabia que o que estava por vir seria difícil. A separação seria difícil. Mas, ao mesmo tempo, havia algo em seu peito que a fazia acreditar que era o certo, que eles conseguiriam superar isso, desde que estivessem dispostos a lutar.

— Você está pronto? — Anne perguntou, a voz suave, como se tivesse medo de quebrar o silêncio que havia se instalado entre eles.

Gabriel parou por um momento, olhando para ela. Ele não queria partir, mas sabia que era algo que ele precisava fazer. Ele precisava seguir em frente com sua carreira, com seus sonhos, e sabia que isso significava estar longe dela por um tempo.

— Acho que sim. — Ele respondeu, forçando um sorriso. — Eu... eu só não sei como vou conseguir ficar longe de você, Anne.

Anne deu um passo à frente, colocando a mão no peito dele, onde o coração dele batia com força. Ela sentiu aquela batida forte, como se ele também estivesse com medo, mas também decidido.

— Eu vou estar esperando, Gabriel. Eu prometo que não importa quanto tempo passe, quando você voltar, estarei aqui. Isso não vai mudar.

Ele a olhou nos olhos, sentindo o peso das palavras dela. Ele sabia que Anne estava sendo sincera, que ela estava disposta a esperar por ele, mas também sabia que a saudade seria difícil. Ele não tinha certeza do que o futuro reservava, mas não queria que isso os separasse.

— Eu vou sentir sua falta todos os dias — Gabriel disse, a voz rouca, quase quebrando. — Mas você é forte, Anne. E eu sei que, de alguma forma, a gente vai dar conta disso. Eu vou voltar, e quando voltar, vou lutar mais do que nunca para que a gente construa tudo o que a gente sonhou.

Anne tentou não deixar que as lágrimas a dominassem, mas foi impossível não sentir o aperto no peito. Ela respirou fundo, tentando se controlar.

— Vai dar certo, Gabriel. Eu acredito em nós. E sei que você vai arrasar aí, no que quer que faça.

Eles ficaram em silêncio por um momento, como se tentassem absorver o que estava acontecendo. Gabriel então pegou a última mala e a colocou perto da porta.

— Eu acho que é isso — disse ele, olhando para Anne com um sorriso triste.

Anne assentiu, tentando sorrir de volta, mas as palavras não vinham com facilidade. O coração dela estava pesado demais. Ela queria pedir para ele ficar, queria que tudo fosse diferente, mas sabia que não podia fazer isso.

— Eu... eu te amo, Gabriel — disse ela, a voz suave, mas cheia de emoção. — Você vai ser incrível aí, e a gente vai passar por isso.

Gabriel deu um passo à frente, pegando as mãos dela nas suas. Ele a puxou para um abraço apertado, o tipo de abraço que dizia mais do que qualquer palavra poderia expressar. Era um abraço de despedida, mas também de promessa. Promessa de que o amor deles não seria quebrado, apesar da distância.

Sin límites - Gabriel GuevaraOnde histórias criam vida. Descubra agora