Quem já buscou saber sobre o inferno, compreende que é um lugar onde almas são punidas por seus pecados. Muitas histórias são contadas, muitas versões são descritas sobre o inferno. O maior interesse de todos é saber sobre o anjo caído, o senhor de todo o mal, Lúcifer. Porém, nossa história não está relacionada a ele. Nascida de uma das trindades do inferno, filha de Astaroth, duquesa das trevas e dos condenados. Uma mulher de aparência demoníaca, sua pele era avermelhada como sangue. Seus olhos negros como a noite, se comparavam ao vazio que carregava em seu coração. Na cabeça dois pares de chifres afiados com espinhos. Curvilhinhas admiráveis, se não fosse um demônio até poderia dizer que tal criatura foi esculpida por Deus. Aquele ser de tamanha graça e sombras se chama, Astra. Sua fama corre pelos caminhos de sofrimento que o inferno trás, os condenados a chamam de mãe, pois vem nela o espaço negro que carregam dentro de si próprios. Por milênios aquele local sempre foi sua morada, as legiões que governava e que levavam o caos até o mundo humano eram o que lhe alegrava. Mas claro, uma dama infernal como aquela jamais havia posto os pés no mundo mortal, o que ela faria lá? Já estava acostumada a ver no inferno aquilo que sabia que veria em vários humanos sujos, podres, tão corrompidos quanto estrume. Mesmo sendo tão poderosa, tão respeitada, aquilo ainda não era suficiente para a ela, que com sua ganância sempre desejava mais, muito mais, era como um vício que jamais poderia ser saciado. Sabia que para aumentar seu poder era necessário almas. Bem, o divino não iria gostar muito daquilo, mas tentar acalmar a rebeldia de um demônio é o mesmo que pedir a um viciado para desistir de seus vícios.
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Caminhava até a parte mais distante do inferno, seus passos eram lentos, curtos, não estava com tanta pressa para ver primatas sem um pingo de elegância se quer. Com aquele calmo caminhar, leve balançar de cintura, mesmo carregando consigo uma energia pesada ela conseguia encantar. E foi no meio da região mais distante, onde ninguém iria lhe incomodar, que começou a se concentrar para fazer um portal se abrir.
- evelletur iter. Sit mihi aditus ad alias rationes. Adventus meus exitium ferat. Sit mea pervulgata ista potentia tellus. Suscipiant inferni trinitatis filiam. Oro, et veniam pete ab Astra, filia Astaroth. Vocate ducissam ut animas vestras servet. - _Dizia ela na idioma latim os versos certos que lhe guiariam até seu destino._
Um enorme rasgo foi feito entre a realidade infernal e a realidade mortal, era surpreendente, algo jamais visto. De maneira sutil e suave a filha de Astaroth passou pela fenda, chegando ao mundo humano, o local perfeito para que pudesse aumentar o nível de seus poderes e habilidades. Sua presença pesada e densa era sentida, mas não poderia ser vista, pelo menos não por agora.
