41_ Como é estar apaixonado?

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| Lakewood, Colorado11 de Dezembro, 2021Às 02h22

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| Lakewood, Colorado
11 de Dezembro, 2021
Às 02h22.

Era duas da tarde, mas nada tirava aquele frio terrível que nos circulava. Lakewood era uma cidade pequena comparada a Aspen e Denver, então o frio era muito maior e isso fazia quase os meus ossos congelarem.

Florence, Ottis, Brooke, Ária, Ally, Emma e Heather ainda estavam na rua. A intenção número um delas a irem para aquele "passeio" era comprar as decorações do Natal, mas no final acabaram indo conhecer um pouco da cidade. Raphael e Bryan estavam na sala jogando LoL, enquanto eu estava sentado entre as cobertas segurando o telefone na minha orelha. Era uma ligação com minha mãe, empolgada demais com a ideia de ter uma nova nora me enchendo de perguntas.

As- Olhe, dona Josephine, já disse que Florence e eu estamos indo com calma. Acabamos de nos conhecer.

Justifiquei, soltando uma risada baixa. Ela estava tentando me convencer em levar a Florence para conhecê-la assim que os feriados passarem, porém, o que aconteceria entre nós depois das festas era uma incógnita.

Mãe- Quanta bobagem, As. Não deve enrolá-la.

As- Não estou enrolando, mãe, mas sim seguindo naturalmente. Nos beijamos há poucos dias atrás, nem oficializamos o que temos.

As- Não tivemos uma conversa sobre isso.

Mãe- Por quê não? As, lembre-se de não deve deixar mulher alguém esperando por uma atitude sua.

Desde bem pequeno minha mãe me ensinou que, independente de qualquer coisa, não deve deixar uma mulher esperando. Nunca demore para mandar uma mensagem. Nunca demore para tomar uma atitude. Nunca demore para chamá-la para jantar. Nunca demore para presenteá-la. E nunca, principalmente, demore para oficializar a relação. Nunca.

E é claro que eu queria seguir seus ensinamentos à risca, porém, nunca tive contato com garota alguma até o momento. Não até Florence aparecer. Agora já temos abertura, mas ainda sim não faço a mínima ideia de que passos tomar agora.

Mãe- Nossa, Asafe, temos que te ensinar a fazer tudo?? Dê presentes a ela! Mime ela! Faça ela sorrir. Faça ela ter a certeza que o que você sente por ela é real e intenso.

Contrai minha mandíbula, ponderando o que eu poderia fazer com as novas instruções da minha mãe. Até o momento eu só havia dado as flores, então era a hora de presenteá-la novamente.

As- Mãe...

Minha mãe soltou um murmurou estranho do outro lado da linha, sinalizando que eu continuasse.

As- Como é estar apaixonado?

Questionei, por fim. Já fazia alguns dias que aquela pergunta estava rondando minha cabeça, mas eu estava hesitante demais em saber. Como eu disse, Florence e eu até o momento não tivemos conversa alguma envolvendo o futuro e eu temia caso não fosse para frente. Porque eu quero isso. Quero que isso vá em frente. Quero a Florence na minha vida. Quero que ela conheça minha mãe. Meus irmãos. Quero que ela faça parte da minha vida e dos meus planos.

Mãe- É difícil de explicar, As.

Soltei um suspiro pesado.

Mãe- Se apaixonar é uma das coisas mais bonitas que acontece na vida, em alguns casos raros. Conhecer alguém que desperte sensações estranhas, mas boas, como borboletas no estômago é indescritível. Olhar para essa pessoa e sentir aquele friozinho na barriga é incrível. Beijar essa pessoa e sentir um gosto único, algo que não se encontra em qualquer lugar, é inexplicável. Quando você percebe, já está apaixonado, As. Porque é assim que o amor funciona. Você começa a sentir as sensações bonitas e já quer que essa pessoa faça parte da sua vida.

Ofeguei, sentindo meu coração palpitando freneticamente no meu peito. Ouvindo as palavras da minha mãe só concretizava o que eu já estava sentindo nesses últimos dias. Eu sinto tudo isso pela Florence. Sem nenhuma exceção.

As- Então... É isso? Estou apaixonado pela Florence?

Mãe- Isso é só você que irá dizer para si mesmo, querido.

Conversei com minha mãe por mais uns longos minutos, me atualizando da bagunça que estava rolando em Aspen naquele momento, por conta das 5 pestinhas em formas de crianças. E agora a Payton estava esperando a sexta criança, mais um membro da família Conner, para completar aquela quadrilha tampouco silenciosa.

ㅡ Ei... ㅡ Ergui meus olhos, notando o Raphael entrando no quarto. Juntei minhas sobrancelhas, percebendo algo diferente nele. Suas bochechas estavam levemente avermelhadas, o mesmo passava desajeitadamente a mão livre na nuca, enquanto a outra fincava seus dedos na camiseta preta que usava. ㅡ Terminou de conversar com sua mãe?

ㅡ Sim, Rapha. ㅡ Assenti, arrumando minha postura na cama, o observando desconfiado. ㅡ Está tudo bem?

O mesmo sentou-se na cama, deixando claro que alguma coisa estava passando na cabeça dele e ele precisava por para fora.

ㅡ Raphael...

ㅡ Eu estava pensando nos nossos planos para o futuro. ㅡ Soltou de um jeito rápido, por fim, soltando um suspiro longo em seguida. ㅡ Sabe aqueles planos de ir para NY fazer faculdade?

Soltei uma risada.

Claro que eu lembrava. Afinal, eu, Raphael e Ally ansiavamos aquilo o ensino médio inteiro. Nosso plano era que depois do ensino médio, iríamos tentar entrar em NYU, e então pensar na ideia de ter uma casa para nós três morarmos. Era sonhador demais? Sim, mas parecia certo.

ㅡ Claro que eu lembro.

ㅡ Esse pensamento voltou a se tornar frequente agora que terminamos o colegial ㅡ Afirmou, encostando sua cabeça na cabeceira. ㅡ Eu tenho certeza que o que eu quero é fazer química, isso é fato. Desde que descobri minha paixão, já decidi que é isso que vou fazer daqui para frente.

ㅡ Isso é ótimo, Rapha.

Rapha sorriu.

ㅡ Eu sei, eu sei. E você?

ㅡ Ainda não decidi, mas tenho a vaga impressão que provavelmente pode ser EDS.

ㅡ EDS? Que diabos é isso?

ㅡ Engenharia de software. ㅡ Concretizei, soltando uma risada de novo pela confusão do meu amigo. ㅡ Envolve tecnologia, algo que eu sei demais.

ㅡ Eu sei que ainda é cedo para pensar nisso, principalmente agora tendo as garotas no meio, mas eu quero realizar esse desejo com meu melhor amigo. ㅡ Rapha me fez olhá-lo ao notar seu tom. Seus ombros estavam tensos, evidenciando que aquele assunto estava mexendo demais com ele, e eu já tinha ideia do porquê. ㅡ Provavelmente você a Florence devem ter planos juntos, mas eu...

ㅡ Florence e eu não temos nada, por enquanto. ㅡ Interrompi ele, fazendo ele me olhar. ㅡ Claro que eu quero encaixá-la na minha vida, mas não quero desistir dos nossos planos, Raphael. Tem a Ally no meio disso também, lembra? Nós três temos questões a resolver no nossos relacionamentos ainda.

Rapha sorriu.

ㅡ E ainda tem a Emma. ㅡ Acrescentou. ㅡ Ela tá crescendo, não quero ter que me afastar dela. Eu sei que ela ama morar com nossos pais, mas...

ㅡ Também quero que ela vá morar com a gente. ㅡ Completei por ele, sorrindo. ㅡ Mas, primeiro, existem questões no nosso relacionamento. Tenho certeza que a Emma não vai querer se afastar de você.

ㅡ De nós. ㅡ Completou o Rapha, lançando uma piscadela sugestiva enquanto levantava-se e saia do quarto.

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Coração Rebelde | Vol.3Onde histórias criam vida. Descubra agora