caminhos que se cruzam

Entre sombras e suspeitas

A sala da delegacia estava iluminada por uma luz fluorescente que piscava ocasionalmente, criando um clima de tensão palpável. Josy e Martin se encontravam em pé, próximos a uma mesa abarrotada de papéis e documentos, enquanto Carol se aproximava, visivelmente nervosa.

"Então sabemos que Deivid foi para o trem para a cidade vizinha," diz Josy, seu olhar fixo em Martin, buscando confirmação.

"Tem certeza? Talvez ele estivesse fingindo?" pergunta Martin, a dúvida transparecendo em sua voz.

"Impossível! Eu o vi entrar no trem," responde Josy, com firmeza, cruzando os braços como se quisesse se proteger da incerteza.

"Mas e quando você foi ao restaurante? Você não notou nada de estranho? Ele não teve nenhum contato com alguém, conversou com alguém?" Josy continua a interrogar, sua expressão preocupada.

"Sim, havia a garçonete no restaurante. É só um pressentimento... mas sinto que eles se conheciam. Houve um olhar... eu até disse pra mim mesmo que ele foi só para vê-la," Martin responde, coçando a cabeça enquanto tentava organizar os pensamentos confusos.

"E como ela estava?" pergunta Josy, inclinando-se levemente para frente, interessada.

"Ela não estava bem, parecia desconfortável," Martin responde, sua voz mais baixa agora.

Nesse momento, Carol se aproxima deles com uma foto em mãos. Seu rosto está pálido e seus olhos brilhantes de ansiedade. "Era ela a moça que você viu lá?" pergunta Carol nervosa.

"Sim, é ela mesmo," Martin confirma, olhando para a imagem que Carol segura como se fosse uma prova cabal.

"É Rosa, minha namorada," diz Carol, olhando intensamente para Josy e Martin. O ar na sala parece esfriar ao pronunciar o nome da jovem.

"Não sei se lembram, mas Deivid foi ao restaurante há duas semanas e ele estava tentando flertar com ela," continua Carol, sua voz tremendo levemente.

"Sim, sim, é verdade," concorda Josy rapidamente, tentando processar as informações que agora giravam em sua mente como tempestade.

"Talvez ele tenha ficado com medo?" sugere Carol, agora com uma expressão de preocupação profunda.

"Soa lógico," diz Josy pensativa. "Mas quando você estava seguindo ele, você não sentiu falta nem por um segundo?"

"Não, nada!" responde Martin com convicção. A frustração começava a se acumular em seu tom.

"Falei com alguns colegas e eles disseram que quando a irmã de Deivid ligar vão nos avisar," diz Marcelo ao entrar na sala. Ele observa Josy e Carol com atenção enquanto fala.

Carol escuta atentamente cada palavra. "Você acha que ela correria esse risco?" indaga Josy agora voltando sua atenção para Marcelo.

"Nunca se sabe!" diz Marcelo com um gesto amplo das mãos.

"Não acho que ela faria isso; ela é esperta," diz Josy decidida.

"Sim, mas essa garota é um fantasma; ninguém sabe quem é ela," Marcelo responde frustrado, batendo levemente na mesa ao lado dele.

Nesse momento, Carol decide interromper a conversa e sai da sala rapidamente. A porta bate suavemente atrás dela, mas o clima tenso persiste entre os três que permanecem na sala.

"Tem algo que está me incomodando... A última pessoa que Deivid conversou foi com Rosamaria. Temos que bisbilhotar essa garota," diz Josy finalmente quebrando o silêncio incômodo.

"Ok, então vamos falar com Carol," Marcelo sugere hesitante.

"Não podemos pedir que Carol guarde isso para si mesma. Ela não precisa saber de nada," diz Josy olhando fixamente para Marcelo como se estivesse tentando convencê-lo de algo muito importante.

Pouco tempo depois, na mesma delegacia, Josy está conversando com Felipe sobre suas desconfianças em relação a Rosamaria quando nota Carol entrando novamente pela porta. Imediatamente muda de assunto para evitar qualquer indício do que realmente estava acontecendo. O ambiente fica tenso novamente enquanto todos aguardam as próximas revelações.